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Um Absurdo Sem Fim

31
Dez16

2016

Loís Carvalho

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Hey Pessoal,

 

Chegámos àquela altura do ano em que todos fazemos uma retrospectiva daquilo que foi o ano que está a poucas horas de acabar. E, por mais estranho e mágico que parece, é nesta altura que percebemos que não foi assim tão mau como pensávamos. Pelo menos é nesta altura que apenas nos lembramos das coisas boas que aconteceram e ainda bem, as más deixámos enterradas num qualquer dia perdido no meio dos 366 que este ano teve. Nunca fui muito de festejar a passagem de ano, por mais símbolo de esperança de um amanhã melhor que esta data seja, amanhã apenas será um novo dia, o sol nasce de novo e tudo continua. A única coisa que muda no final deste dia é o número que colocamos na data.

A passagem de ano é, normalmente, vista como altura de mudança, de nos propormos a nós próprios novos objectivos, de mudar devida. E muitas vezes estes caem em “saco roto”, como se costuma dizer. Qualquer altura do ano é excelente para fazer estas pequenas mudanças na nossa vida e não apenas agora, se não nos sentimos bem com alguma coisa não vale a pena esperar pelo 1 de Janeiro para a mudar.

2016 significa para mim Gap Year e Universidade, significa Lisboa, Londres, Toronto, Paris, Munique, Praga, Cracóvia, Bratislava e Budapeste. Viagens intermináveis de comboio, avião e autocarro e noites mal dormidas por amor à camisola. Um ano de trabalho e de muita diversão. Um ano de encontros, reencontros e novas amizades. Foi o ano em que eu aprendi tanto sobre mim e vi o mundo mudar à minha volta.

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Um ano que começou com trabalho e pessoas com quem partilhei longas, sonolentas e animadas manhãs nos hotéis ou noites intermináveis com clientes que não saíam por nada nas noites que trabalhei nos restaurantes desta cidade que me acolheu tão bem. Muitos destes “companheiros de guerra” tornaram-se amigos que levarei comigo para sempre e que me ensinaram tanto.

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Foi o ano em que peguei numa mochila e fui descobrir uma Europa cada vez mais dividida politicamente mas mais unida pelas pessoas que nela habitam. Senti-me em casa em cada canto que visitei pois as pessoas que se cruzaram no meu caminho assim me fizeram sentir. Algumas estavam, também, fora das suas casas, éramos a família uns dos outros durante algumas horas.

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Ganhei duas novas famílias também este ano. A entrada na universidade trouxe-me isso. A praxe fez-me criar novos laços dos quais nasceram amizades mas também pequenas famílias. As madrinhas, que levarei comigo para a vida, e aqueles irmãos de praxe chatos e de quem eu gosto tanto foram algo que este ano me trouxe e eu vou levar comigo. Por outro lado, a universidade trouxe-me uma outra família em que cada dia é uma animação e surpresa, uma família que torna a semana de aulas mais alegre quando nos juntamos para ensaiar. 2016 trouxe-me a MTA e espero que qualquer ano que venho demore a levá-la.

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Houve pessoas que foram pequenas caixas de surpresa para mim e a quem agradeço imenso as palavras que me disseram nos momentos certos. Algo que nunca me esquecerei é aquela mensagem de esperança que uma pessoa me deu a caminho de um aeroporto do outro lado do mundo, algo como “the grass is greener somewhere else”. E a realidade é essa, há sempre algum lado melhor, apenas temos de procurar o nosso.

Agora que olho para trás e vejo como tudo mudou este ano, percebo que talvez também eu  esteja a ser mais uma daquelas pessoas que apenas se lembra das coisas boas que o ano lhe deu. Também eu deixei as más enterradas num qualquer dos 366 dias que tive para viver, também começo a sentir a esperança que talvez o ano que vem seja ainda melhor.

Por isso, a todos aqueles que lêem este Absurdo Sem Fim e que o viram crescer um grande obrigado e que os vossos olhos continuem a cruzar estas linhas que aqui vão aparecendo.

Desejo-vos um Feliz Ano Novo cheio de alegrias, esperança e de tudo aquilo que mais desejarem…

E não se esqueçam,

            O Absurdo nunca tem fim….

12
Ago16

Paris

Loís Carvalho

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Hey pessoal,

      A minha primeira paragem deste interrail foi Paris, a cidade da luz. Com apenas um dia para ver o mais possível desta tão grande cidade sabia que tinha de acordar cedo. Contudo, depois de uma noite e um dia em viagem de comboio, onde os bancos, apesar de confortáveis, não se comparam com uma boa cama, o corpo ganhou e acabei por apenas me levantar às 9:45. Foi tomar o pequeno almoço e arrancar à descoberta.

      Primeiro grande ponto turístico a visitar no meu plano era Torre Eiffel. Visitar Paris e não ver a Torre Eiffel, para além de ser quase impossível, é o mesmo que ir a Roma e não ver o Papa. A minha sugestão é ir pelo metro até ao Trocadéro e observá-la do grande terraço do Palais de Chailot. Como este se encontra um pouco mais alto que a base da torre a vista é magnífica e éum bom local para umas quantas fotos deste monumento. Descendo a escadaria do palácio está-se à distância de atravessar o Sena para nos encontrarmos debaixo da torre. Todavia, isso é mais difícil atualmente, pois existe um grande controlo de acesso, com direito a revista e tudo. Não subi à torre,deixei estar os pés bem aceites na terra e a trabalhar caminhando pelo Champ de Mars até chegar à Ecolé Militaire. Segui até ao museu do exército com a sua majestosa cúpula dourada, e, através da rua à sua direita, Blvd Des Invalides , cheguei à margem do Sena.

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     A minha paixão por água levou-me a deixar que o rio me guiasse pela cidade, apesar de estar a caminha contra a sua corrente. Nas margens deste rio fui observando a arquitetura desta cidade, que em nada se parece com qualquer cidade portuguesa. Na realidade é um pouco cinzenta demais para mim. Para além de todos os edifícios normais da cidade é possível observar alguns de maior importância nesta caminhada até à Íle de la Cité, a Assemblée Nationale, o Palais Grand, a Place de la Concorde, onde se encontra o obelisco egípcio, o Musée d'Orsay, o Jardin des Tulieries e o Louvre. Fui até à Íle de la Cité para visitar a Catedral de Notre Dame. Um conselho, apesar de haver uma longa fila para entrar na catedral, vale a pena esperar 20 minutos para observar o seu interior. Principalmente os vitrais da mesmas.

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       Recuei um pouco até ao Louvre, lugar que não podia faltar nesta minha visita. Foram duas horas de imersão cultural extrema, desde gregos a romanos, italianos, franceses, espanhóis. Arte de todo mundo, ali naquela palácio. Óbvio que, apesar das incríveis salas originais do palácio que foram preservadas como se ainda Napoleão III ou Marie Antoinette lá vivessem, é a obra de Leonardo Da Vinci, Mona Lisa, que atrai mais turistas. Como se fosse um íman onde dezenas de pessoas se amontoam e acotovelam pela melhor foto. Outras obras, como a Vénus de Milo, fazem também parte do espólio deste museu.

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      Depois do Louvre era tempo de visitar algo que começou em Paris e neste momento há em todo mundo, o Ritz Hotel. Apesar de não ser um ponto turístico no mapa, podem crer que vale muito a pena os 20 minutos que se "perdem" ali. Segui até à Ópera de Paris onde apanhei o metro até a um dos melhores miradouros da cidade, a Basilique du Sacré-Cœur. Depois de um dia a andar, avistar a escadaria que me levaria ao topo levou-me a pensar duas vezes se a subiria. Mas, já que estava ali tão perto não queria morrer na praia. E não me arrependo nada desse esforço. Não sei se foi Non, Je Ne Regrette Rien ou La Vie En Rose que tocava na coluna de um artista de rua que ali se encontrava ou se foi a luz que a cidade tinha neste final de tarde, apenas posso dizer que foi uma imagem incrível e que ficará na minha memória para sempre. Troquei dois dedos de conversa com um belga que estava ao meu lado a ver aquele quadro magnífico e a opinião era igual. Com a noite quase a cair, ainda houve tempo para uma visita rápida ao Moulin Rouge e o seu moinho vermelho. E assim terminava o meu dia em Paris.

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     Ao contrário da grande maioria das pessoas, nunca fui um grande apreciador de Paris, contudo, tinha de lhe dar uma segunda oportunidade. Continuo a não ser o seu maior fã, apesar de toda a luz que tem à noite, durante o dia é cinzenta devido aos seus prédios. Todavia, esta conquistou um pouco mais de mim com aquela vista do Sacré-Cœur. Das maiores dificuldades que tive na cidade é a comunicação, como bons franceses que os parisienses são, poucos são aqueles que se esforçam para falar inglês, mesmo numa cidade tão turística. Estive cerca de 15 minutos para que encontrassem alguém que falasse inglês nas vendas da estação de Montparnasse. Outro aspeto bastante notável na cidade é o decréscimo de turismo e a forte presença militar. Não com toda a certeza, mas parece-me que a nossa capital está a ficar mais turística que Paris. E depois do que aconteceu em Novembro do ano passado, entendo o porque de revistarem as malas e as pessoas em todo lado e o facto de haver militares armados a patrulhar as ruas. Já estou conhecer uma outra paragem, mas essa só saberão qual é na próxima publicação. Quer dizer, se já não me seguirem no Instagram, loisthings, ou no Snapchat, loiscarvalho1. (Prometo que no final da viagem haverá uma publicação para cada cidade só com fotografias)

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Loís Carvalho, 21 anos, Mundo. Existe um sem fim de sítios onde ir, pessoas por conhecer, vidas para viver, sonhos para alcançar, mundos por descobrir.

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