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Um Absurdo Sem Fim

23
Fev17

758

Loís Carvalho

      

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          Mais um dia à espera na paragem. Mais um final de tarde perdido entre casa e o trabalho no autocarro. Mais uma série de vidas com que me cruzo e de que nada sei, nada saberei e contudo, nada me esforcei para saber. Vejo o autocarro aproximar-se ao longe, já vem cheio lá de baixo. Três números bem grandes enfeitam a sua frente, 758. “Ainda há muita paragem a percorrer até chegar ao destino.”, pensei. Com o aproximar do mesmo é fácil perceber que não há muito espaço para todos os que o esperam. Iniciam-se os empurrões, as palavras, os gestos, os pensamentos, os sonhos e acaba-se a humanidade. Aqueles que conseguem entrar, tal como eu, têm pela sua frente uma outra batalha. Dentro do autocarro começa-se a sentir o espaço a reduzir, as pessoas cada vez mais próximas, cada vez menos ar, cada vez mais apertado, cada vez menos vida. Vejo, nos lugares do fundo sentada num banco uma rapariga de fones nos ouvidos, “Quem me dera ser eu”, pensei enquanto sentia a pessoa do lado a quase colar o seu corpo no meu. “Só mais um bocadinho”, “É só um jeitinho” ouve-se sair da boca daqueles que, por pouca sorte, ainda têm um pé de fora. Mas que bocadinho é possível dar mais? Alguns já vão quase ao colo do motorista, outros já treparam e se sentaram no lugar das malas. Todos sabemos que vem aí o empurrão final e a porta lá se fecha. Arrancou, ninguém se moveu, também seria impossível. Aquele autocarro parece uma lata de sardinhas, faz-se jus à cultura barata da cidade onde habitamos.

        Segue caminho, aquela lata de quatro rodas por estradas atoladas de carros, por ruas sem alma viva. Cheia de almas encarceradas numa vida sem vida, cheia de suspiros de lamentação, inundada pelo cheiro a pessoas, a cansaço, a desilusão, a desespero e tristeza. À medida que avança pelas ruas da cidade que tão bem conhece vai ficando cada vez mais vazia. Um vazio interior, uma vida cada vez mais desperdiçada, cada vez mais espaço existe entre aqueles que ainda resistem. Começo a ouvir uma conversa entre duas senhoras. Nada de novo. Se não é o governo, é o tempo de espera, o futebol, o que a vizinha Maria fez à Elvira, o preço do gasóleo, as doenças, como a geração actual está perdida e ligada às máquinas e, para terminar, o tema que mais aprecio, o tempo. “Dizem que vai chover”, “Hoje está sol, mas quando me alevantei estava de chuva” e por aí seguem outras indicações meteorológicas banais de quem olhou para o vidro e viu como estava o dia. Faltam duas paragens para acabar a carreira, é aqui que estas duas senhoras descem. É aqui que um silêncio sepulcral invade o autocarro. A quantidade de almas que ali resiste pode ser contada pelos dedos das mãos. Os olhares cruzam-se por entre pequenos gestos de cansaço e sem vida. “Estou quase em casa” é o pensamento que passa a todos pela cabeça. Ao fundo já consigo ver a última paragem. Já existe uma pequena esperança em cada um de nós. Um telemóvel toca todavia, ninguém o atende. Ninguém sabe de quem é. Poderia ser de qualquer um de nós. E, subitamente, parou. A porta abriu-se, era altura de sair. Olhei de novo para aquele pequeno espaço onde me tinha cruzado com tantas vidas, nenhuma se tinha cruzado com a minha na realidade. Parecia gigante agora, há uns minutos atrás era tão pequeno. Estava vazio, não era o único assim. Passei pelo condutor e disse “Boa Noite” com uma voz de quem a fadiga e a fome já estava a levar a melhor. Atrás de mim ouvi uma voz alegre dizer-me “Boa Noite, amanhã à mesma hora, certo?”. Olhei para trás e sorri, talvez não estivesse tão vazio assim aquele autocarro. Talvez sempre houvesse vida ali. Talvez alguma vida se tinha cruzado com a minha.

03
Set16

Budapeste

Loís Carvalho

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Hey Pessoal,

           

            Entre Cracóvia e Budapeste há uma pequena cidade na qual vale a pena descer do comboio para passar algumas horas. Apesar do seu tamanho é a capital do país onde se encontra. Falo de Bratislava, na Eslováquia. Não é uma cidade onde, na minha opinião, vale a pena passar mais que uma manhã ou um dia. Cheia de estátuas, igrejas, praças, terminando nas margens do Danúbio, é em tudo muito semelhante a Praga, na vizinha República Checa. Foram as águas do Danúbio que acabaram por me acompanhar na viagem de cerca de três horas que separa Budapeste de Bratislava.

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            Budapeste foi a derradeira, a última paragem desta minha aventura pelo continente europeu. Na verdade não podia ter escolhido melhor. Se há algum tempo atrás diziam que Amesterdão era a Meca dos InteRails, Budapeste está a tomar de assalto esse lugar. É uma cidade que conjuga a história e a cultura, com uma vida nocturna e animação indiscritíveis. Diria que um pouco como a nossa Lisboa, na realidade. Há sítios únicos neste diamante em bruto do leste europeu, como o Castelo de Buda, a Citadela e a sua vista de Peste, o Parlamento, o grande mercado, a ópera e a Praça do Heróis.

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            As próprias ruas contam-nos a história de uma cidade imperial, que os tempos se encarregaram de enriquecer. A quantidade pontes que unem os dois lados desta cidade tornam-na ainda mais incrível, especialmente quando a noite a conquista. Não há nada como um final de tarde na margem do Danúbio, do lado Buda, em frente ao Parlamento. O sol esconde-se, a escuridão sobe e as luzes acendem-se. Uma nova cidade ganha vida nesse momento. As pontes iluminadas, o Castelo, o Parlamento e o Danúbio tornam o ambiente mágico. Mas não é só aqui que a magia acontece durante a noite. A cidade está cheia de vida e turistas, existem bares em todas as esquinas. Por isso, animação não falta na cidade.

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            Budapeste é também conhecida pelas suas termas e, como este era o fim da linha para mim, tinha de as aproveitar. O meu último dia foi passado nos banhos termais Széchenyi. Três piscinas exteriores, uma delas a 38ºC todo ano, e sei lé eu quantas interiores com temperaturas entre os 18ºC e os 40ºC. Saunas, banhos turcos, massagens, spa, restaurante e muitos turistas tornam o ambiente destes banhos algo ótimo para um dia de relaxamento. Foi um dia muito bem passado e de muito descanso depois de duas semana a correr a Europa de Oeste a Este.

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            A verdade é que me apaixonei por uma cidade que antes tinha dito não querer ter muito interesse em conhecer. Foi quase um amor à primeira vista, houve uma sensação estranho no momento que cheguei à estação de Budapeste. Uma sensação de felicidade que mais tarde se comprovou. As pessoas, a vida, a agitação, a história, o ambiente da cidade e os banhos tornaram-na na melhor escolha para terminar esta minha aventura europeia.

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17
Jul16

20 for The Queen

Loís Carvalho

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 Hey Pessoal, 

 

 

            Apesar de estar em Toronto há pouco mais de uma semana, posso afirmar que ainda não fiz nada de muito turístico nesta cidade. A razão pela qual tomei esta decisão é muito simples, para mim viajar não é só conhecer os pontos turísticos de uma cidade, é realmente submergirmo-nos numa cultura diferente, num modo de vida de um outro local. Posso dizer que foi isso o que realizei na última semana, literalmente. O facto de estar com família que vive cá ajudou-me bastante nesse processo, pude acompanhá-los durante algumas partes do seu dia-a-dia e questioná-los imenso sobre as diferenças entre os dois países.

           

        Coisas que todos esperamos e são uma realidade: os carros são automáticos, o tamanho de tudo é maior, desde comida a roupa, passando por edifícios e carros, são simpáticos e educados, existe muita comidSnapchat-2221857610871483365.jpga pré-feita, existem 300 sabores diferentes para a pepsi e a coca-cola, bem como uma considerável quantidade de outros produtos alimentares com que nunca sonhámos. Um Starbucks em cada quarteirão e um Tim Horton’s em cada esquina.  Acima de tudo, não são americanos, apenas adaptaram alguns dos seus hábitos ao seu dia-a-dia.

 

 

            Algo bastante simples e que utilizamos todos os dias e em qualquer parte do dia é o dinheiro. O Canadá tem como unidade monetária o dólar canadiano. Um dólar canadiano é, aproximadamente, cerca de 69 cêntimos. Contudo, os preços que se praticam em algumas coisas no mercado cá não se podem comparar com os preços em Portugal. UIMG_9536.JPGm dos factos engraçados é que as notas são feitas de um material parecido com plástico, o que dá imenso jeito quando estas se molham, ao contrário das notas de euro. As notas de 20 dólares apresentam-nos, nada mais, nada menos, que sua Majestade The Queen e as moedas têm a bandeira ou animais relacionados com o país, como o castor.

 

            Apesar de os portugueses serem vistos como um povo bastante simpático, a verdade é que o somos mais com os estrangeiros do que propriamente entre nós. Deste lado do oceano, independentemente de seres estrangeiro ou local, toda a gente é bastante simpática e muito educada. Existem sempre exceções como em todo lado, contudo, de um modo geral, as pessoas cumprimentam-se e metem conversa sempre com um sorriso e algumas palavras de carinho. Entre “Hey. How are you today?” e “ It’s a lovely day outsider, maybe too much hot for me” aparece sempre um conversa casual como se fossem amigos. Esse facto agradou-me bastante, pois é algo que a mim me faz sentir acolhido.

 

            Existem muito poucas pessoas que se possam dizer canadianas, por uma simples razão. Sendo o Canadá um país com pouco mais de 300 anos de história que teve como base duas grandes nações daquele tempo, Inglaterra e França, é um país onde o Melting Pot e o Salad Bowl são duas teorias demográficas bastante fáceis de identificar. É fácil de ver pessoas de todo o mundo numa cidade como Toronto, ou pelo menos descendentes de pessoas de todo mundo. Muitos deles já nasceram por estas bandas, é um facto, mas continuam a preservar características e tradições dos seus antepassados. Porém, e apesar de toda a mistura que existe, desde europeus, asiáticos, africanos e médio-oriente, todas as pessoas vivem e convivem sem existirem grandes problemas de discriminação ou segregação. Pelo contrário, existe um espírito de respeito e de aprendizagem muito maior.

 

            Devido a toda esta mistura de culturas, as pessoas tendem a ter uma mentalidade muito mais aberta. Vêm as coisas de uma outra perspectiva. A aceitação da vida é feita de uma maneira mais natural. As pessoas são interessantes e importantes por quem são e não rotuladas ou postas de parte por isso. Facilmente se vê, mesmo nas vizinhanças mais ricas da cidade, pessoas de fato de treino a fazer caminhadas ou às compras nos supermercados gourmet. Ao contrário de outros países, não existe uma cultura do “show off”, do “Eu tenho e por isso vou mostrar a todo mundo”.

 

     Para acompanhares de perto a viagem, para aqueles que são adeptos de outras redes sociais, basta seguires o meu instagram ou adicionar-me no snapchat loiscarvalho1.

 

 

 

09
Jul16

Destino: Canadá

Loís Carvalho

Hey Pessoal, 

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              Para começar, dizer que este verão vai ser algo de muito intenso e cheio de novas emoções, sítios e pessoas.

         Por falar em pessoas novas está na altura de conhecerem o meu novo companheiro de viagem, o SAPO. Durante este verão ele irá passear comigo para onde for, tirar fotos, andar pelo snapchat e quem sabe, por algum motivo, escrever no Absurdo. 

            A verdade é que a aventura já começou. Escrevo-vos do outro lado do oceano atlântico, um pouco mais a norte que Portugal, directamente do Canadá, mais propriamente de Toronto. Esta vai ser a minha casa durante as três próximas semana. O que quer dizer que até dia 31 de julho estarei pelas terras das panquecas com maple syrup e do Tim Hortons para vos contar como são as coisas deste lado.

         Saí de Lisboa na passada sexta-feira, dia 8, às 16 horas. O facto de viajar durante a tarde toda alterou um pouco a dinâmica do corpo, pois apesar de a viagem durar cerca de 8 horas, como existe um diferença horária de 5 horas, cheguei aqui eram cerca das 19 horas locais. Significava que para o meu corpo era meia-noite. Apesar de não ser uma pessoa que sofre muito com o chamado “Jet Lag” , o corpo acaba sempre por ressentir o maior número de horas acordado.

     

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 A viagem de avião correu muito bem. É sempre importante trazer algo para nos entretermos, pois 8 horas confinados num espaço reduzido como é um avião pode tornar-se cansativo e maçador. Uma boa playlist, um bom livro, alguns jogos no ipad, um filme ou quem sabe um caderno para escrever e desenhar podem ser sempre boas soluções.

          A chegada ao Canadá e do pouco que já vi e entendi, tudo é um pouco diferente. Desde o controlo da entrada de estrangeiros à própria comida, passando pelas auto-estradas de 9 vias de trânsito em cada sentido e a construção das casas, existe muito pouca coisa que se assemelhe ao nosso Portugal. E isso é bom. O diferente torna tudo mais interessante.

         Como não podia deixar de ser, o sapo e eu queríamos algumas recordações desta grande viagem transatlântica, por isso deixo-vos aqui algumas fotos que tirámos com a tripulação de bordo do nosso avião.

 

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10
Fev16

Life Hacks

Loís Carvalho
Hey Pessoal,


                Já passaram cerca de 4meses desde que decidi embarcar nesta aventura de fazer um Gap Year. Não voudizer que foram 4 meses maravilhosos, como tudo na vida existem altos e baixos,momentos em que sabemos que tomámos a decisão certa e outros onde duvidamosdessas nossas decisões. Por vezes é complicado gerir o lado emocional daaventura, mas isso é um tema para outro post. Por já ter passado algum tempo desta loucura, decidi que seria uma óptima altura para partilhar com vocês algumasdicas. Bem, não são bem dicas, talvez ensinamentos a aplicar na nossa vida demodo a torna-la melhor e um pouco mais feliz.
               
          1ªDica: Sorri
          Sorriré o primeiro passo para a felicidade. Ao sorrirmos para outra pessoa podemosmelhorar o dia dela e, sem dúvida, melhorar o nosso. Sorri, para umdesconhecido na paragem de autocarro, sorri sozinho na rua, sorri para as pessoasque mais gostas. Vais ver que os dias começam a ter um brilho diferente.

                
            2ªDica: Quebra o gelo
Não esperes que a pessoa queestá sentada à vossa frente no café, um completo estranho, fale primeiro. Todosesperamos que as outras pessoas falem primeiro, é natural, o facto de pensarmoso que os outros nos vão achar loucos leva-nos a isso. Então sê louco, quebra ogelo, sorri e mete conversa. Por vezes a melhores surpresas acontecem emmomentos completamente loucos.
               
           3ªDica: Não programes a tua vida como se fosse algo imutável
         Temos tendência, como seres humanos que somosa programar tudo, cada bocadinho da nossa vida. O que vamos fazer, o que vamosdizer e até o que vamos pensar. Pára de programar. Improvisa. Se te apetecemudar, muda. Pensamos que temos de fazer a nossa vida tal e qual como osoutros. Secundário, Universidade, Trabalhar, Viajar, Casar, Viver e por aí emdiante. Mas porque não podes mudar? O que te impede de decidir que hoje vaistomar café com os teus amigos em vez de estudares? Vive um dia de cada vez, massempre com consciência do teu objectivo.
           
           4ªDica: Cria objectivos
Pensa sempre no por quê deestares a fazer algo, qual é o teu objectivo máximo com essa acção. Porexemplo, eu decidi parar um ano em vez de ir para outro curso, tenho de estudarpara melhorar um exame e para isso tenho de estudar. O meu objectivo não éestudar nem entrar em medicina, é liderar uma equipa de cirurgiões no futuro.
               
             5ªDica:Sonha!
 Independentemente da tua idade, sonha. Sonharé algo que não nos faz desistir das nossas vidas. É algo intrínseco ao serhumano e nunca penses que és velho demais para sonhares. Podemos concretizar osnossos sonhos quer tenhamos 18, como 98. Nunca penses que são coisasimpossíveis. E não te esqueças, sonhar é gratuito, não paga imposto e melhora arealidade durante alguns momentos.

6ºDica: Aproveita o momento
Existem momentos que vivemos quejamais se irão repetir, quer seja pelas pessoas que lá estavam, pelo sítio,pelo dia, por ti, pela emoção. Aproveita cada momento desses. Todos sabemos aque momentos me refiro, àqueles em que tu sentes que és “infinito” (Desculpem areferência ao The Perks of Being a Wallflower, porém são esses momentos queestou a falar). Grava-os para ti, na tua mente e aproveita-os, não se irão repetirda mesma maneira.

7ªDica: Arrisca
Temos sempre tendência amantermo-nos na nossa pequena bolha da sociedade, a nossa zona de conforto.Arrisca-te a sair dela, rebenta a bolha e conhece o mundo. Vais ver que afinalo mundo lá fora tem algo mais que tu não conhecias.

8ªDica: Perde-te
Quer seja na tua cidade, numlivro, em outra pessoa, nos olhos de um estranho, em ti. Mas promete-me que tevais perder. Perderes-te numa cidade é a melhor maneira de a conheceres e issotranspõe-se para todos os outros exemplos. Contudo muito cuidado, mesmo perdidoarranja maneira de encontrares um caminho.

9ªDica: Diz às pessoas o quantogostas delas
Apesar de ser um cliché, é uma realidade bastante dura.Dizemos muito poucas vezes às pessoas o quanto gostamos delas e, embora achemosque elas o sabem, esta acção tem um poder incrível. Eu era uma pessoa queafirmava não saber o que era saudade, todavia aprendi o que é sentir falta dealguém e nunca lhe ter dito o quanto gostava dela.

10ªDica, a última: Não ligues aoque os outros pensam
Decide por ti e não por aquiloque os outros vão pensar de ti. Vive por ti e não pelos outros. Por vezes écomplicado, não vou dizer que não é. Mas, serás feliz a viver a vida de outro?Se te apetecer fazer um gap year mas os teus pais não acham piada, não tepreocupes. São teus pais, é normal. Querem o melhor para ti, um dia irãoentender. Tu cresceste e eles não querem que isso tenha acontecido, irãoperceber e apoiar-te incondicionalmente.


06
Fev16

The George

Loís Carvalho
 Hey Pessoal,


                Apesarda minha paragem aqui, a minha vida como gapper não tem parado. Trabalho todosos dias, comecei a estudar para o único exame que vou fazer e tenho aproveitadopara conhecer alguns restaurantes e cafés que existem pela nossa capital.Normalmente, como já devem ter reparado, procuro aqueles que me possamproporcionar experiências gastronómicas um pouco diferentes das portuguesas.Desta vez, depois da Foccacia in Giro, apresento-vos o The George.  
                OThe George, um pub bastante intimista localizado no coração da vida lisboeta,surpreende-nos logo com o seu ar sóbrio, contudo bastante requintado. Oconjunto de arcarias pombalinas misturadas com referências à cidade de Londrese ao Reino Unido, transportam-nos para uma realidade paralela onde podíamosimaginar o Marquês de Pombal a saborear uma Carling ou uma London Pride. Eu,como apaixonado pela UK que sou, deliciei-me só de entrar naquele lugar. Foirecebido por um empregado bastante simpático que me acompanhou até a uma dasmesas corridas que existem no bar. Há também a opção de ficar em sofás epoltronas, mas estavam todos reservados naquela noite.
   
Ovo Benedict
     Apósuma leitura atenta à ementa bastante adequado à temática do bar, decidi pediruns ovos benedict, para entrada, e uma sandes club como prato principal. Paraacompanhar, como não podia deixar de ser, uma cerveja Carling, algo bastantebritânico, muito menos alcoólica que a cerveja portuguesa, porém bastanteagradável na mesma. Não demorou muito até me ser servido o ovo benedict numapedra de xisto, onde o empratamento era incrível. Ao dar a primeira garfada omeu paladar juntou-se à minha imaginação numa viagem pelos tradicionais pratosingleses. O molho holandês que acompanha este prato faz a ligação perfeitaentre o ovo no ponto e o muffin estaladiço. Uma combinação perfeita entre ovo,salmão fumado, queijo cheddar e molho holandês fazem-me dar nota 11 numa escalade 0/10 a este prato. 
Sandes Club
Terminada a entrada, era tempode receber o meu prato principal, que, apesar de ser uma sandes, não deixa nadaa desejar. Ao primeiro olhar percebemos que não se trata de um pão qualquer,mas sim de pão brioche. Por si só vale alguns pontos extras, a meu ver. Maisuma vez, a apresentação do prato é um ponto forte. Era possível distinguir cadaingrediente que compunha a sandes. O frango grelhado no ponto, a frescura daalface e do tomate e mais uma vez o molho faziam o sabor desta sandes ser debradar aos céus. As batatas fritas ou chips, como vinha no menu, são um toquemuito agradável.
Faltava apenas mais uma faseneste meu jantar britânico, a sobremesa. Pedi uma tarte de maçã com gelado demaçã reineta. O sabor desta confecção era bastante encantador, apesar da faltade ligação entre as maçãs e a massa da tarte. O gelado de maçã reineta valiapor toda a sobremesa. Pensei que teria de assaltar a cozinha num outro dia parapoder deliciar-me com mais umas quantas colheres deste incrível gelado.
Tarte de maçã com gelado de maçã reineta
Após a refeição e com a bebidano fim, decidi pedir uma sugestão ao empregado simpático que me atendeu duranteo jantar para mais uma cerveja. Pedindo-lhe apenas que me trouxesse algosurpreendente. Foi-me trazido uma Bavaria Weiss de 1927, uma reserva deselecção da Super Bock.

                OGeorge é, usualmente, palco de pequenos concertos que acompanham o jantar e anoite de quem quiser ali permanecer. Celebrou muito recentemente o seu 1º aniversárioe acredito que celebrará muitos mais para que traga o melhor da culturabritânica à nossa capital.


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Morada
Rua do Crucifixo 58, Chiado, Lisboa
Telef. +351 213 460 596

08
Jan16

Focaccia in Giro

Loís Carvalho





Photo by: @mandybollegraf


Hey Pessoal,

 
    Ainda antes do Natal fui fazer uma visita a mais um restaurante de Lisboa, peço desculpa só publicar agora o meu "review" mas o trabalho, o natal e o fim de ano deram cabo de mim. Como já devem ter percebido, sou um apaixonado por velharias, aquilo que agora chamamos de vintage stuff, e em Lisboa existe um sítio perfeito para pessoas como eu. A feira da ladra do campo de Santa Clara. Foi numa das minhas visitas a essa feira que encontrei um pequeno restaurante/taberna italiana mas com um ar bastante português. 
       Focaccia in Giro é o nome da tal taberna italiana que começa logo por nos surpreender com a sua decoração. A garagem onde se localiza parece um pouco de Itália trazida para Portugal e misturada com a nossa cultura. Esta decoração vintage italiana contrasta com os tampos das mesas forrados a azulejos bastante portugueses. Após este primeiro deslumbramento, encontrei empregados bastante simpáticos e uma pequena carrinha fazer de balcão. Na realidade, não percebia muito bem o que se comia ali, mas foi tentando descobrir o que realmente era uma Focaccia. 
       Como entrada pedi uma Bruchetta caprese, tomate e mozarella, de entre as quatro existentes, escolhi depois um Focaccia Prosciuto, presunto  de parma, philadelfia e rúcula e acompanhei tudo isto com um sumo natural de hibisco e gengibre. Uma focaccia na realidade é uma sandes divinal num pão um pouco diferente ao que estamos habituados em Portugal. 

       À primeira trinca que dei na minha Focaccia senti-me transportado para uma pequena aldeia cheia de casas junto ao mediterrâneo tal como vemos nos filmes italianos. Tudo o que é produzido neste restaurante é feito com produtos portugueses e italianos, sempre seguindo os ensinamentos da avó Giovanna. Como sobremesa das variadas opções apresentadas, é quase óbvio que pedi a mais italiana do menu, um canolo siciliano. Feito com queijo e chocolate envolvidos numa massa estaladiça e perfeita.  A vontade de comer outro deu-se logo em mim, mas tive de resistir à  tentação pois acho que não seria só mais um.  
          A Focaccia in Giro começou num negócio sobre rodas, que durante os meses mais quentes percorre a cidade de Lisboa e tem esta pequena garagem italiana no Campo de Santa Clara aberta de Terça a Domingo das 9:00 às 18:00, tendo ao fim de semana também uma deliciosa opção de pequeno almoço.
          Lisboa tem desta pequenas viagens todos os dias se soubermos aproveitá-las

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06
Jan16

2015, o ano em que fui diferente

Loís Carvalho




      Hey Pessoal,




     2015 foi um ano em cheio, muito mudou na minha vida e disso não tenho a menor dúvida. Foi o ano em que acabei o secundário, o ano em que não entrei na faculdade, o ano em que decidi ser diferente e ariscar tudo o que não tinha, pois nada mais havia a perder. Apesar desta pequena pausa de estudos ainda ter poucos meses, não me arrependo nada de a ter feito. 
     Tenho percebido como o mundo real funciona, o mundo do trabalho e das pessoas "realmente" adultas. Enquanto estudamos, vivemos numa pequena e muito nossa bolha da realidade onde o mundo real é apaziguado por aqueles que nos educam, pais, família e professores. Vivemos num mundo de amigos, onde a nossa maior preocupação não é se haverá dinheiro que chegue para pagar as contas, mas sim, lamentarmo-nos sobre o facto de termos de estudar. É tão engraçado agora olhar para trás e perceber o que as pessoas "realmente" adultas nos queriam dizer com "Aproveita enquanto estudas, quando trabalhares não é assim". A realidade é mesmo essa, os lamentos, as horas de procrastinação, as moscas que vigiámos em vez de estudarmos filosofia e as imensas férias que temos durante o ano, são coisas da imaginação de um passado glorioso e descansado. Não tiro o mérito a quem estuda, pois espero no próximo ano estar a fazer o mesmo, contudo  acredito que não damos o devido valor aos nossos tempos de estudante. 
          Estes últimos dois meses têm-me mostrado que o mundo é feroz e frio na grande maioria das vezes, mas, por vezes, também no aquece a alma e surpreende. Há momentos de brincadeira, de alegria, de diversão que nos fazem esquecer todas as chapadas que levamos constantemente. Muitas vezes, basta um sorriso da pessoa do lado na paragem do autocarro  para que o dia fique melhor. Outras vezes, um abraço forte de alguém que se tornou amigo. 
        2016 será um ano tão revolucionário como 2015 foi para mim, será o ano de novos projetos, alguns já a caminho, novas descobertas, viagens (pois tenho trabalhado muito para isso), Uma nova vida após aprender a viver e, se tudo correr bem, será o ano em que volto aos estudos.
        Não diria que tenha sido perfeito até agora e que não gostaria de mudar algumas coisas, todavia, a vida não é fácil. O que não quer dizer que me arrependa do que fiz até agora, das horas que trabalhei, dos minutos que me diverti, de todos os segundos que sorri e chorei. Por vezes temos de percorrer o caminho maior para podermos dar importância a pequenas coisas da vida. Por vezes é mais fácil dizer que sim, em vez de não, só custa dizer não a primeira vez. Não basta ser diferentes apenas na maneira de vestir ou de pensar, são as atitudes que têm de ser diferentes. És tu quem tem de ser diferente.
07
Dez15

Feira das Almas

Loís Carvalho



Hey Pessoal,



      Estamos a chegar àquela altura muito especial do ano, o Natal! Lisboa é, por esta altura, uma cidade com ainda mais vida que o costume. As luzes e as árvores de natal já encheram a cidade, as músicas de natal ouvem-se em todos os cantos e os mercados de rua emergem em cada esquina. Muitos destes mercados já existem durante todo o ano, mas, por força das circunstâncias, nesta altura do ano tornam-se ainda mais movimentados. No fim-de-semana passado, dia 5 e 6, fui até a um desses mercados. 
   Feira das Almas, engane-se quem pensar que se trata de um mercado ligado ao exoterismo. Trata-se de um mercado  alternativo, onde novos projectos, designers, artesãos ou artistas mostram o que de melhor sabem fazer. Amantes do estilo vintage podem ter encontrado um novo sítio para comprar roupa e acessórios, assim como as pessoas que procuram algo diferente e alternativo à realidade das lojas nos centros comerciais. A inovação de cada uma das mais de 50 bancas por feira é bem visível desde que entramos na taberna, bem como a irreverência de alguns dos seus visitantes. O espaço em si é mais uma das boas razões para visitar  este pequeno mercado. A música que se ouve em todo espaço, tocada quer por um Dj, ou por uma banda em ascensão, faz da Feira das Almas um sítio bastante agradável para conviver, bem como uma óptima opção para um sábado ou domingo à tarde. 
   Acontece todos os primeiros fins-de-semana de cada mês, na Taberna das Almas, no  Regueirão dos Anjos. A maneira mais fácil de chegar a este mercado é ir de metro até à estação dos Anjos e depois perguntar num qualquer café da rua onde é a Taberna das Almas, pois o sítio em questão passa bastante despercebido. Nos próximos dias 19 e 20 de Dezembro haverá uma nova edição desta feira por causa do Natal. 
   Na minha visita de dois dias a esta feira, pois algumas bancas mudam de um dia para o outro, houve duas que me chamaram especialmente à atenção pelas suas ideias simples, mas bastante originais.



Frascos com Alma

     
    Tal como me foi descrito pela sua criadora, a Vanda, os frascos com alma são algo frágil, contudo poderosos ao mesmo tempo. Trata-se de pequenos frascos, neste momento existem 10 tipos diferentes de frascos, (Motivação, Sonhos, 2016, Power, Amizade, Felicidade, Gratidão, Amor, O Meu Frasco com Alma e o Personalizável), com pequenas perguntas, frases, mensagens ou até mesmo vazios à espera que os preencha. Quem sabe uma viagem à Índia comece com um frasco destes ou uma dose de motivação adicional por mês esteja enfrascada na sua mesa de cabeceira. Está nas mão de quem compra libertar a magia de cada um destes frascos. 
    A maneira como a Vanda fala das suas pequenas grandes criações é impressionante, pois demonstra toda a dedicação, entrega e paixão que enfrasca  em cada uma das criações. Confidencio-me que, na realidade, cada frasco que faz leva um pouco de si, pois foram as experiências que teve e as coisas que aprendeu  até agora que coloca em cada mensagem, apesar de ainda ser muito jovem. Posso vos dizer que, de algumas mensagens que li, a Vanda sabe exactamente o que escrever nas pequenas frases e onde estas vão tocar nos leitores. No meu caso, foi-me oferecido um frasco Power, com uma tampa que diz a celebre frase de Obama, " Yes, I Can!". Com doze perguntas especiais no seu interior, uma por cada mês do ano, para serem respondidas de forma honesta, de maneira ao meu poder interior ser activado. 





Purple Pineapple

     Para além do nome engraçado, a Purple, tem cadernos, agendas, stickers, ilustrações, travel planners bastante irreverentes. Digamos que cada um dos objetos desta banca parecia ter acabado de sair de um tumblr bastante hipster. Os meus olhos ficaram maravilhados com todas aquelas ilustrações nas capas de cada uma das coisas expostas pois, todas elas, demonstram uma grande criatividade por parte das suas criadoras. Apesar de bastante simples, são incrivelmente mágicas. Algumas literalmente, pois existe uma linha de artigos da sua colecção ligada à  temática do bruxo mais famoso de sempre, Harry Potter. 
       Mais uma vez, apaixonei-me por diversos artigos desta marca, a agenda com o brasão de Hogwarts e um travel planner foram os dois que me chamaram mais atenção. Mas, na altura de comprar, achei que o travel planner será muito mais necessário este ano. A simpatia com que fui atendido foi incrível e, apesar de não terem uma loja no mundo real, é possível encontrar esta marca em diversas feiras por Lisboa, bem como online, através do Facebook.

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Dez15

Amorino, amor pelos gelados

Loís Carvalho
Hey Pesssoal,


      Viver na nossa capital tem coisas maravilhosas. Há sempre sítios novos para ver, teatros, museus, exposições, feiras, restaurantes onde ir e, claro, sobremesas novas para provar. Quem me conhece sabe bem que sou um guloso, mas daqueles assumidos e mesmo muito grande. É incontrolável, qual seria a piada de ir a um novo restaurante e não provar as suas sobremesas? 
      Desta vez, não se tratou de um restaurante, mas sim de uma gelataria. Para mim pouco me importa que seja verão ou inverno, gelados são sempre gelados. Num dos dias em que tive a oportunidade de sair mais cedo do trabalho e  fazia o meu percurso para apanhar o meu querido 202, percebi que a Amorino da rua Garret ainda estava aberta. Ao entrar percebemos logo que vamos ser bem recebidos.  A simpatia e alegria dos funcionários é contagiante, são dos empregados desta área mais felizes, ou pelo menos parecem-no. Um ponto bastante positivo é que apenas pagamos o tamanho do copo/cone, depois podemos escolher todos os sabores que quisermos dos mil e um que nos apresentam. Aconselho um copo médio ou grande para poderem provar um maior número e sabores. Escolhi um copo grande e pedi 7 sabores diferentes, Speculoos, uma mistura de gelado e bolacha, Tiramisú, Café, Stracciatella, Nocciola, Cioccolto Biológico e Ciocolato Amorino. Existem também muitos outros sabores de frutas e mais dois tipos e chocolate de leite. No caso de quem pede um cone, os vários gelados que pedem formaram uma flor, algo bastante artístico e meticuloso, 
          Em relação ao preço/qualidade, tenho a dizer que, apesar de o preço ser um pouco mais alto que em outras gelatarias, a qualidade dos gelados é muito superior, estando bastante adequado. 

About me

Loís Carvalho, 21 anos, Mundo. Existe um sem fim de sítios onde ir, pessoas por conhecer, vidas para viver, sonhos para alcançar, mundos por descobrir.

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