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Um Absurdo Sem Fim

27
Ago16

Auschwitz e Weiliczka

Loís Carvalho

 

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Hey Pessoal,

            Muito perto de Cracóvia existem dois monumentos, que devido à sua importância mundial, não podem faltar na lista de sítios a visitar. Dois sítios bastante distintos, um lembra-nos quão o ser humano pode ser horrível e maquiavélico com a humanidade, já o outro mostra-nos como a humanidade consegue demonstrar beleza através da natureza. Falo de Auschwitz, local do maior campo de concentração Nazi da II guerra mundial, e de Weiliczka, uma mina de sal transformada numa cidade-monumento.

            Auschwitz

            O local onde a história aconteceu, na realidade, um nome que nunca nos vamos esquecer. Sempre que a expressão "campo de concentração” é dita a primeira ideia que temos em mente é a palavra Auschwitz, quer queiramos, quer não. Como devem imaginar, este foi um dos locais que mais me marcou durante a viagem. Saber que estava a pisar o mesmo chão onde um dia milhões de judeus e outros tantos polacos, ciganos, homossexuais, soviéticos estiveram presos, tratados de maneira desumana e mortos, faz-nos perceber que aquilo que aprendemos nas aulas de história foi muito real.

            Na realidade existem dois campos na pacata vila de Auschwitz, Auschwitz I e Auschwitz II-Birkenau. Auschwitz I, criado em 1940, localiza-se mesmo na vila de Auschwitz e conta com cerca de 40 edifícios, entre barracas, casa dos oficiais das SS, hospitais das SS, câmara de gás e crematório, cozinha e armazéns. A sua marca mais famosa é o portão de entrada com a célebre frase “Arbeit macht frei”, o trabalho liberta. Depois de passar por debaixo a inscrição, estamos oficialmente dentro do campo que inicialmente serviu como prisão para cidadãos polacos e só depois foi transformado num campo de extermínio. Atualmente, os edifícios são ocupados com exposições sobre as condições de vida dos prisioneiros, o trabalho forçado, as câmaras de gás e o extermínio. É possível ver a câmara de gás onde foram realizados os testes iniciais e o crematório usado neste campo. Contudo, para mim, o mais marcante de Auschwitz I, para além do portão de entrada, é quando entramos numa das salas das barracas e vemos que, por detrás de um vidro, existe imenso cabelo das vítimas do que ali aconteceu. Cabelo que era recolhido depois de estas serem mortas para ser vendido. Foi através do mesmo que se descobriu que os nazis usavam gás Zyklon B para matar os prisioneiros.

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            Auschwitz II- Birkenau fica a cerca de três quilómetros de Auschwitz I contudo, é possível realizar o caminho no autocarro gratuito do museu. A sua construção iniciou-se em 1941, devido à sobrelotação do campo-base Auschwitz I. Com uma área de aproximadamente 175 hectares e com mais de 300 edifícios, este foi o campo onde a maioria dos assassinatos aconteceram. Neste campo existiam quatro crematórios com câmaras de gás e duas câmaras de gás provisórias, que actualmente apenas podemos observar as suas ruínas. Ao entrar, vemos a zona de descarregamento onde se amontoavam os milhares de passageiros que eram retirados dos comboios quando ali chegavam. De um dos lados, ainda é possível observar as barracas de tijolo onde alojavam os prisioneiros tal e qual como quando o campo estava em funcionamento. Do outro, devido às barracas serem construídas de madeira e não tijolo, apenas podemos uma fileira destas, o resto são apenas ruínas. Percorri toda a rampa de descarregamento sobre os carris. Era uma sensação incrivelmente estranha a que senti. Olhar em volta e tudo estar cheio de flores selvagens e tão verde para um sítio com um passado tão negro. No fim destes carris, encontramos as ruínas das câmaras de gás que as SS tentaram destruir. Continuei a percorrer a estradas de terra batida entre arame farpado e torres de vigia até encontrar uma área cheia de lagos. Os lagos eram muitas vezes usados como depósitos das cinzas das vítimas daquele campo, bem como alguns terrenos descampados que por ali encontramos.

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            Auschwitz é um lugar ao qual todos nós, pelo menos uma vez na vida, devíamos ir. Por mais duro que seja, faz parte da história da humanidade. Faz parte da nossa história. Perceber a crueldade que ali aconteceu para além das secretárias das escolas é necessário para um futuro melhor. Uma das coisas que mais me marcou nos campos de concentração é que, apesar de toda a escuridão, tristeza e crueldade que nos fazem sentir, são sítios bastante verdes, dominados pela natureza que se ergue de novo, dominados por um respeito e paz inexplicável. É gratuito visitar este local contudo,contem com filas enormes caso queiram ter uma visita guiada pelos campos. E tal como é dito por ali, “É gratuito e está aqui para mostrar que os erros do passado não devem ser repetidos no futuro.”

 

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Weiliczka

 

            Uma mina de sal que se transformou numa cidade-monumento devido ao trabalho dos seus mineiros. Fica à distância de uma viagem de quarenta minutos de autocarro do centro de Cracóvia. Muitos de nós já ouvimos falar desta mina de sal nas aulas de geologia no secundário devido à sua riqueza a nível de património geológico. São duras horas e meia de caminhada por escadas, galerias, corredores, esculturas, capelas, lojas de recordações, lagos, um café, histórias e muito sal. Engana-se quem pensa que verá sal tal e qual como aquele que usamos em casa, aqui o sal tem uma cor acinzentada devido às impurezas que apresenta. É possível perceber a evolução nas técnicas de extracção de sal durante o tempo de funcionamento da mina.

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            Existe uma igreja incrível no interior desta mina onde é celebrada uma missa aberta ao público todos os domingos, bem como áreas onde é possível realizar banquetes, festas de anos, eventos, entre outras actividades. Os visitantes apenas percorrem três quilómetros e meio dos mais de 350 quilómetros de galerias que existem naquela zona.

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23
Ago16

Cracóvia

Loís Carvalho

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Hey Pessoal,

           

            Chegar ao terceiro ponto de paragem desta minha viagem foi uma grande aventura. O comboio que me levava de Praga para Ostrava, uma pequena vila na fronteira entre República Checa e a Polónia, atrasou-se, o que me fez perder o comboio que me levaria a Katowice. Como devem imaginar, lá estava eu numa pequena estação de comboios, tentando trocar o meu bilhete para o próximo comboio sem que a vendedora entendesse o que eu estava a dizer. Durante alguns minutos eu tentava explicar-lhe o que se tinha passado em inglês e ela respondia-me em checo. Tive a sorte de aparecer uma jovem que acabou por traduzir aquela pequena conversação para que pudesse seguir viagem. Chegado a Katowice era tempo de apanhar o comboio regional que me levaria a Cracóvia. Posso afirmar que, apesar de a viagem durar cerca de duas horas e quinze minutos e haver um comboio que a faz em apenas uma hora e meia, não a trocaria por nada.

            Era final do dia, depois de um dia longo em comboios fechados, fazer uma viagem de comboio com a janela meia aberta, a ver o pôr-do-sol tornou aquela viagem a melhor de todo o interrail. Foi momento que decerto me vou lembrar para sempre.

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            Cracóvia é uma cidade cheia de história e de vida. Ao contrário do que pensava, está cada vez mais cheia turistas e é fácil de perceber o motivo. A cidade foi construída em volta da Rynek Glówny, praça principal da cidade antiga, local onde fica a torre da câmara municipal, a Igreja de Santa Maria e o Sukiennice, um mercado renascentista que ainda nos dias de hoje serve para o efeito que foi construído. Tanto de dia como de noite as esplanadas desta praça estão cheias de turistas e há vendedores de flores, souvenirs e comida um pouco por todo lado.

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            Atravessando a praça da cidade antiga e subindo uma pequena colina é possível visitar o Castelo real de Wawel. Os castelos do lado mais oriental da Europa são muito diferentes daquilo que nós, portugueses, muitas vezes temos em mente. Existe uma basílica no seu interior, bem como o palácio real e a gruta do dragão. Segundo a lenda, em tempos um dragão andava a fazer desparecer os animais e os moradores da região. Nenhum dos cavaleiros mais valentes do reino conseguia matar este monstro e por isso o rei prometeu que quem o conseguisse casaria com a sua filha. Para espanto de todos, foi um fraco aprendiz de sapateiro com a ajudada de um “carneiro explosivo” que acabou com este monstro. No sopé do monte, junto ao rio Wista, é possível ver uma escultura de um dragão que cospe fogo, bem como visitar a gruta do dragão por debaixo do castelo.

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          Não muito longe do castelo fica o quarteirão judeu. Local onde durante a segunda guerra mundial foi construído o gueto da cidade para os judeus. Um local cheio de história, com locais a não perder como a sinagoga antiga ou antigo cemitério judeu.

         Atravessando o rio, e depois de alguns minutos a caminhar, encontramos um dos locais mais importantes da cidade, a fábrica de Oskar Schindler. A fábrica que este senhor usou como fachada para salvar milhar de judeus das mãos do regime nazi já não existe em completo, apenas a fachada e os portões da mesma. Nesse local podemos visitar o museu de arte contemporânea de Cracóvia e uma exposição sobre a cidade de Cracóvia e os judeus que ali moravam durante a segunda guerra mundial. Da fábrica original apenas é possível visitar o escritório de Schindler e  ver algumas das panelas e outros utensílios de metal que ali eram fabricados durante aquele tempo.

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            Cracóvia surpreendeu-me pela sua vida. O motivo que me trouxe a esta cidade polaca foi a sua importância na história do século passado. As jornadas mundiais da juventude realizaram-se nesta cidade no final do mês passado, mas continuam bastante presentes um pouco por todo lado. Ao contrário do que outras pessoas me tinham dito, os polacos foram uma grande surpresa para mim. Apesar de serem muito conservadores e protectores da sua cultura, um pouco devido aos acontecimentos históricos a que o seu país tem sido sujeito, são um povo simpático, comunicativo e bastante prestável.

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16
Ago16

Praga

Loís Carvalho

 

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Hey pessoal,

     Quando se faz um interrail existem várias coisas que são indispensáveis, alguma paciência, umas boas horas de música no telemóvel ou tablet e um bom livro. A viagem de Paris para a segunda paragem nesta minha aventura demorou cerca de doze horas e trinta minutos com duas mudanças de comboio feitas ao estilo de atletismo, 200 metros mochila às costas e ao peito para não perder o comboio. Na verdade, foi uma maneira de entrar no espírito olímpico que se vive do outro lado do mundo. Eram cerca de 23 horas quando cheguei a uma Praga deserta, fria e um pouco húmida. A primeira impressão que causou não foi a melhor contudo, e tal como Paris, nunca nos devemos prender às primeiras impressões quando embarcamos numa viagem sem rumo.

     Bom, primeira coisa a estabelecer sobre Praga, não é uma cidade muito grande. Tudo é perto. O meu hostel era junto ao Národní muzeum, museu nacional em checo que se encontra em obras de remodelação e, por isso, encerrado ao público. Na frente deste museu encontramos a Václavské námesti, uma das avenidas mais importantes de Praga e que nos leva ao centro histórico desta cidade. É na praça da cidade velha que esta cidade se começa a revelar. O famoso relógio astronómico, Orloj, que conta com mais de 600 anos de funcionamento, é a principal atração neste local. Este relógio não só informa a hora exata em Praga, como também os signos e a posição do sol e da lua durante o dia. Encontra-se na fachada da torre da antiga câmara municipal. Contudo, o segredo mais incrível desta torre, pelo menos para mim, não se encontra na fachada, mas sim no seu topo. Por cerca de 130 Coroas Checas, ou seja, quatro euros e oitenta cêntimos, é possível subir ao topo da torre e desfrutar de incrível vista da cidade. Apaixonados por miradouros com ótimas vistas, como eu, não podem perder este. Garanto que não se vão arrepender. Dalí de cima começa-se a perceber que a arquitetura da cidade nada tem a ver com as cidades mais ocidentais da Europa, nem mesmo o castelo.

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     A praça da cidade velha é só o início de uma grande aula de história. Caminhando alguns metros, encontramos a igreja Mathy Bozi pried Tynem. O edifício mais impressionante do estilo gótico em Praga, construído entre o século XIV e XVI. Encontrar o acesso a esta igreja é uma tarefa para os mais pacientes e por isso não vou revelar mais nenhum detalhe sobre esse assunto. A zona a norte da praça é conhecida por ser o bairro judeu. Com cerca de seis sinagogas e um cemitério neste bairro possíveis de visitar, é uma zona a não perder na cidade.

     A República Checa é conhecida pelos seus músicos e é no Rodolfinum que se encontra a sede da Filarmónica Checa. Sendo este edifício depois do bairro judeu e junto ao rio, nada melhor que seguir junto ao mesmo até à Ponte de Carlos, um dos símbolos da cidade. Construída no século XIV, esta ponte alberga, atualmente, não só as centenárias esculturas religiosas como também inúmeros caricaturistas e vendedores ambulantes. É através dela que se atravessa da cidade velha para a zona do castelo.

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     Um castelo, em qualquer lugar do mundo, é construído num local alto e de boa visibilidade. O castelo de Praga não é excepção. É necessário ter alguma energia para subir uma colina cheia de turistas e pequenas lojas de comida e souvenirs. Atualmente, o castelo é a "casa" do presidente, mas desde o século IX que ali habitam reis e presidentes. Decidi não entrar dentro do palácio, fiquei-me apenas pelas muralhas e jardins. Alguns deles com vistas surpreendentes para a cidade. Para os mais corajosos, na montanha ao lado do castelo existe um labirinto de espelhos e uma torre de observação da cidade. Deste lado do rio é também obrigatório parar pelo mural dedicado a John Lennon, pelo museu Frank Kafka e na rua mais estreita de Praga, Certovka, que, na realidade, não passa de um acesso a um restaurante na margem do rio Vltava.

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      Contudo, a magia de Praga é apenas perceptível quando o sol se põem e as luzes se acendem. A ponte de Carlos e o Castelo quando a noite cai ficam incríveis fundos de postais. São fotos imperdíveis quando se visita esta capacitar europeia.

     O verdadeiro encanto de Praga não está apenas nos monumentos nacionais, mas sim em todos os prédios que por ali encontramos. Todos eles contam parte da história da cidade, bem como enchem os olhos de qualquer um com a sua decoração. É fácil encontrar prédios com estátuas, esculturas ou pinturas, restos de um regime comunista ou uma guerra nas suas fachadas e foi esse pormenor que me encantou nesta cidade O simples facto de andar pelas ruas na cidade já se torna uma experiência extremamente enriquecedora. Uma ótima cidade para nos perdermos por entre ruas, becos e pátios escondidos. Os checos são pessoas um pouco frias e sisudas até. É difícil quebrar o gelo com eles, mas, ao contrário dos franceses, estes esforçam-se para ajudar e comunicar com as pessoas. A visita a Praga foi de apenas um dia, tal como Paris. Não diria que me apaixonei por esta cidade checa, digo que deixou algum mistério e um grande ensinamento, o nosso passado como nação pode efluênciar-nos como pessoas. A aventura continua por uma Europa desconhecida e cheia de surpresas...

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11
Ago16

À Descoberta de Uma Europa

Loís Carvalho

 

Hey Pessoal,

 

     A verdade é que nas últimas duas semanas muita coisa mudou. Já não estou do

Snapchat-2334363541989760563.jpgoutro lado oceano, encontro-me em território europeu. Não digo Portugal porque já não é esse o caso. Regressei ao nosso canto à beira mar plantado na segunda feira, dia 1 de agosto. Contudo, apenas cheguei eu e uma das minhas malas, a outra encontrava-se perdida no mundo, o que é bastante bom. Depois de reclamar não há muito a fazer, a não ser esperar. Ligava para lá todos os dias, cheguei a ir ao aeroporto ver uma enorme quantidade de malas. Todavia, nenhuma me pertencia, ainda por cima com a roupa toda. Até que, numa nova atitude de desespero, fui na quinta feira, dia 4, voltei ao aeroporto e por, talvez, magia lá estava a mala. 

       Neste momento devem estar pensar por que raio estava eu com tanta pressa para ter a mala. Mas a explicação é bastante simples. Para além de estar lá grande parte da minha roupa, precisava dessa mesma roupa para uma outra "aventura",uma um pouco mais complicada. Para o Interrail.

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        Em maio, ganhei um passe de interrail num concurso da representação da união europeia em Portugal. E, antes que o tempo se esgota-se e ter de voltar a estudar, tinha de partir. Assim foi, na última segunda feira, dia 8 , pelas 21:30 na gare do oriente lá estava eu de mala às costas e ao peito, na companhia do meu Sapo para descobrir uma Europa que cada vez está mais esquecida. O suc-expresso levou-me até Hendaye, numa viagem de 14 horas na qual dormir é complicado, pois os bancos não são muito confortáveis. Daí apanhei o TGV até à cidade da luz, Paris. No próximo post contarei como foi a minha estadia por essas bandas.

     Por isso, espero que durante as próximas semanas acompanhem está minha aventura pelos comboios e cidades europeias, onde o limite serei eu próprio,( e o dinheiro, mas aí dá-se a volta à questão). Uma das vantagens de viajar sozinho. 

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02
Ago16

Big on Bloor

Loís Carvalho

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Hey Pessoal,

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            Numa cidade tão grande como Toronto todos os fins-de-semana durante a época de verão são sinónimos de actividades ao ar livre. Talvez porque o resto do ano esteja demasiado frio e grande parte do tempo coberto de um manto branco, os "Torontonians" habituaram-se a aproveitar de maneira mais efusiva e no exterior o pouco de bom tempo que têm disponível. Num mesmo fim-de-semana podem chegar a haver 20 eventos em partes diferentes da cidade.

            Caso disso é oIMG_9974.JPG festival Big on Bloor, decorreu no passado fim-de-semana de 23 e 24 de julho. Um festival organizado por uma comunidade para a comunidade, onde se juntam várias pessoas anónimas, artistas, pequenos negócios que habitam a vizinhança de Bloordale. Trata-se de um dos mais importantes festivais de rua em Toronto, bem como dos mais visitados, com cerca de 100 mil visitas na edição do ano passado.

            Neste festival encontramos de IMG_9972.JPGtudo um pouco, desde jogos para os mais novos, concertos de artistas desconhecidos da grande maioria do público, até alguns grandes bancos e marcas de ginger ale a oferecer os seus produtos. Por outro lado, todos os projectos que a comunidade desta zona desenvolve são mostrados aqui, bem como os representantes da zona a nível político aproveitam para conversar sobre os problemas que atormentam as pessoas.

            Na minha visita a este festival, debaixo de um sol brilhante, sem uma única nuvem a pairar no céu, e com uns incríveis 34º, conheci dois projectos bem distintos, contudo tanto um como o outro bastante inovador e irreverente.

           

Bonerkill     

           

            O Bonerkill é um dos exemplos dos projectos existentes nesta zona feitos pela comunidade e para a comunidade ali presente. Tive a oportunidade de falar com quatro dos seus membros, Pamela, Sylvia, Annie e Kira. Assumem-se como feministas e fazem o seu trabalho para quebrar barreiras. O facto de viverem numa comunidade multicultural, que de logo se notava por elas, três afro-americanas, uma asiática e com um pouco de todo mundo a cumprimenta-las enquanto conversei com elas, faz com que seja necessário integrar toda gente e haja um local para as pessoas desabafarem. Naquele dia no festival estava a desenvolver um Bitching Booth, ou seja, um local onde qualquer um podia ir falar sobre o que quisesse, desde problemas até indecisões, a pessoa é que escolhe e elas apenas ouvem e dão a sua opinião. Uma maneira das pessoas desabafarem e por alguns momentos terem alguém com quem conversar.

            Na realidade, já muitas histórias passaram por ali, algumas delas impressionantes. Desde relatos de violações nunca denunciadas a casos de violência doméstica, histórias de guerras entre amigas, histórias de amor e momentos de sinceridade e de cansaço de uma vida escondida. Pamela lembra-se numa edição anterior do festival um senhor asiático com os seus 70 anos se sentar para conversar com ela. “Começou por me contar o porque de estar no Canadá, como tinha vindo cá parar. Falou da vida que teve, onde trabalhou e, de um momento para o outro, não disse nada, apenas ficou a olhar para mim. Agarrei a sua mão e disse-lhe que estava tudo bem, que podia dizer o que quisesse, pois nada do que falamos com as pessoas é falado noutro sítio. É então que, de lágrimas nos olhos e com muito alívio me diz “Sou gay”. Devia ser a primeira vez nos seus 70 anos de vida que ele o dizia em voz alta e isso marcou-me imenso.”

          Para um futuro próximo esperam poder continuar a fazer acções como a que fazem no Big on Bloor. Ajudar pessoas é o objectivo desta associação e é assim que querem que continue. São todos vizinhos, família ou amigos, muitos deles imigrantes.

 

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Vivid

 

            Tal como o nome indica, o segundo projecto que conheci neste festival é algo vívido, garrido, chamativo apesar do seu pequeno tamanho. Julia Alimova, a criadora da Vivid é uma jovem romena que, tal como muitos outros jovens, teve de emigrar para encontrar um futuro melhor. Veio para o Canadá para estudar inglês durante um ano, com tudo isto passaram 5. É ela que produz tudo aquilo que vende, falo de laços e gravatas. A primeira vez que me aproximei da sua banca esta estava a costurar mais um com um pouco de tecido em que o tema era Star Wars.

            Compra tecidos de todo mundo numa cidade onde todo o mundo está presente e a partir daí desenvolve os seus trabalhos. Padrões florais, texturas diferentes e filmes são alguns dos seus temas favoritos para desenvolver o seu trabalho. Antes da Vivid, fazia t-shirts através de tipografia. “A era digital veio transformar imenso as nossas roupas, por vezes a maneira antiga é melhor.”, confidenciou-me. Mudou depois de ter estado na Gentlemen’s Expo, aqui em Toronto, onde viu tantos homens com “imenso estilo” e com tantos acessórios diferentes que pensou qual deles ainda podia ser melhorado e tornar-se ainda mais diferente.

 

 

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21
Jul16

Do fundo do mar para o topo do mundo

Loís Carvalho

Hey Pessoal,

 

            Os dias de turista começaram! Toronto é uma cidade cheia de sítios para visitar e, depois de uma semana de descanso, lá pus a mala às costas e a máquina fotográfica na mão e fui “turistar” um pouco a cidade. Claro que não fui sozinho, o meu companheiro de viagem SAPO tem sido a minha maior companhia nos últimos tempos.

 

            Ripley’s Aquarium of Canada 

           

            O Ripley’s foi o meu primeiro destino na cidade de Toronto. Sou um apaixonado por animais, mais ainda pela vida marinha e, por esse motivo, não podia deixar passar mais um aquário no meu currículo. Este aquário, que abriu portas há cerca de 3 anos, apresenta-nos um pouco de todos os animais que existem não só em águas canadianas, como um pouco por todo o mundo. Dividido em 8 partes com temas diferentes, existem dois que chamam à atenção de qualquer visitante deste aquário, o The Dangerous  Lagoon e The Planet Jellies. No The Dangerous  Lagoon os visitantes são convidado a entrar num túnel subaquático com uma passadeira rolante de onde podem observar diversas espécies dos famosos tubarões. Existem mesmo avisos para que as pessoas façam sharkselfies e as partilhem com os amigos. Por outro lado, o The Planet Jellies traz até nós um aquário que vai alternando a sua cor de fundo com 5 espécies diferentes de medusas. Este efeito de alternância de cores faz com que as medusas se tornem animais ainda mais mágicos, interessantes e misteriosos.

 

 

            The CN Tower

 

            A melhor vista aérea que a cidade nos pode dar de si mesma. A verdade é mesmo esta, com 533 metros de altura e um restaurante com uma vista de 360º a 350 metros de altura no seu interior, fazem deste símbolo icónico de Toronto uma das melhores maneiras de observar a cidade, um pouco dos seus arredores e o lago Ontário. Tive o enorme prazer de jantar no restaurante que esta torre alberga e recomendo a todos que tenham oportunidade que o façam.  

            Podemos dizer que, literalmente, este restaurante não está quieto. Ele roda. À medida que se pode disfrutar de um ótimo jantar pode-se desfrutar de uma vista ainda melhor. O nome 360º vem desse mesmo facto, são 360º de contemplação para uma das cidades mais verde e mais bonita que já visitei. É preciso cerca de 1 minuto para ir da base da torre até ao restaurante e este demora cerca de 72 minutos a dar uma volta completa. É necessário reservar mesa online para que possa desfrutar de uma maravilhosa refeição e vista neste local.

 

 

 

            Butterfly Conservatory

            Com cerca de 2000 borboletas, de 45 espécies diferentes, a voar livremente numa gaiola gigante que mais nos parece uma floresta tropical é assim que Butterfly Conservatory se apresenta. Um local mágico, cheio de vida e de cor, em que, em qualquer momento, nos pode poisar uma magnífica borboleta na roupa, mala e, quem sabe, na cabeça. Um local peculiar, contudo muito interessante devido à variedade e quantidade de borboletas que nos apresenta. O próprio do meu companheiro de viagem decidiu fazer algumas amigas enquanto andámos por lá perdidos.

            O Butterfly Conservatory faz parte do Niagara Parks que se encontra a cerca de 1 hora e 30 minutos de viagem de Toronto.

 

 

            Niagara Falls

 

            As cataratas que sempre sonhei visitar e finalmente isso aconteceu. Não vou mentir, a ideia que tinha é muito diferente da realidade. Não existe uma, mas sim duas quedas de água, a American Fall e a Canadian Fall. Desculpem-me os americanos, mas a que se encontra do lado canadiano é sem dúvida muito mais bonita. Na realidade, para poder apreciar ambas as cataratas a melhor maneira é fazê-lo do lado canadiano. É um local mágico onde o rio Niagara cai livremente por uma altura de 51 metros e transforma-se na fronteira entre dois países, USA e Canadá. Na verdade, os Estados Unidos são já ali, à distância de uma ponte. Existe um constante queda de “chuva” e é possível aproximar-se das cataratas através de cruzeiros que são realizados no rio.

            O som que é produzido naquele local é fascinante, são milhares de litros de água a cair ao mesmo tempo. Um arco-íris sempre no ar, devido à humidade existente, torna o local ainda mais mágico e relaxante.

            A poucos quilómetros deste local, existe uma pequena vila chamada Niagara-on-the-lake onde se podem ver as típicas casas destas bandas, bem como a zona de comércio da cidade mantêm características do início do século passado.

 

17
Jul16

20 for The Queen

Loís Carvalho

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 Hey Pessoal, 

 

 

            Apesar de estar em Toronto há pouco mais de uma semana, posso afirmar que ainda não fiz nada de muito turístico nesta cidade. A razão pela qual tomei esta decisão é muito simples, para mim viajar não é só conhecer os pontos turísticos de uma cidade, é realmente submergirmo-nos numa cultura diferente, num modo de vida de um outro local. Posso dizer que foi isso o que realizei na última semana, literalmente. O facto de estar com família que vive cá ajudou-me bastante nesse processo, pude acompanhá-los durante algumas partes do seu dia-a-dia e questioná-los imenso sobre as diferenças entre os dois países.

           

        Coisas que todos esperamos e são uma realidade: os carros são automáticos, o tamanho de tudo é maior, desde comida a roupa, passando por edifícios e carros, são simpáticos e educados, existe muita comidSnapchat-2221857610871483365.jpga pré-feita, existem 300 sabores diferentes para a pepsi e a coca-cola, bem como uma considerável quantidade de outros produtos alimentares com que nunca sonhámos. Um Starbucks em cada quarteirão e um Tim Horton’s em cada esquina.  Acima de tudo, não são americanos, apenas adaptaram alguns dos seus hábitos ao seu dia-a-dia.

 

 

            Algo bastante simples e que utilizamos todos os dias e em qualquer parte do dia é o dinheiro. O Canadá tem como unidade monetária o dólar canadiano. Um dólar canadiano é, aproximadamente, cerca de 69 cêntimos. Contudo, os preços que se praticam em algumas coisas no mercado cá não se podem comparar com os preços em Portugal. UIMG_9536.JPGm dos factos engraçados é que as notas são feitas de um material parecido com plástico, o que dá imenso jeito quando estas se molham, ao contrário das notas de euro. As notas de 20 dólares apresentam-nos, nada mais, nada menos, que sua Majestade The Queen e as moedas têm a bandeira ou animais relacionados com o país, como o castor.

 

            Apesar de os portugueses serem vistos como um povo bastante simpático, a verdade é que o somos mais com os estrangeiros do que propriamente entre nós. Deste lado do oceano, independentemente de seres estrangeiro ou local, toda a gente é bastante simpática e muito educada. Existem sempre exceções como em todo lado, contudo, de um modo geral, as pessoas cumprimentam-se e metem conversa sempre com um sorriso e algumas palavras de carinho. Entre “Hey. How are you today?” e “ It’s a lovely day outsider, maybe too much hot for me” aparece sempre um conversa casual como se fossem amigos. Esse facto agradou-me bastante, pois é algo que a mim me faz sentir acolhido.

 

            Existem muito poucas pessoas que se possam dizer canadianas, por uma simples razão. Sendo o Canadá um país com pouco mais de 300 anos de história que teve como base duas grandes nações daquele tempo, Inglaterra e França, é um país onde o Melting Pot e o Salad Bowl são duas teorias demográficas bastante fáceis de identificar. É fácil de ver pessoas de todo o mundo numa cidade como Toronto, ou pelo menos descendentes de pessoas de todo mundo. Muitos deles já nasceram por estas bandas, é um facto, mas continuam a preservar características e tradições dos seus antepassados. Porém, e apesar de toda a mistura que existe, desde europeus, asiáticos, africanos e médio-oriente, todas as pessoas vivem e convivem sem existirem grandes problemas de discriminação ou segregação. Pelo contrário, existe um espírito de respeito e de aprendizagem muito maior.

 

            Devido a toda esta mistura de culturas, as pessoas tendem a ter uma mentalidade muito mais aberta. Vêm as coisas de uma outra perspectiva. A aceitação da vida é feita de uma maneira mais natural. As pessoas são interessantes e importantes por quem são e não rotuladas ou postas de parte por isso. Facilmente se vê, mesmo nas vizinhanças mais ricas da cidade, pessoas de fato de treino a fazer caminhadas ou às compras nos supermercados gourmet. Ao contrário de outros países, não existe uma cultura do “show off”, do “Eu tenho e por isso vou mostrar a todo mundo”.

 

     Para acompanhares de perto a viagem, para aqueles que são adeptos de outras redes sociais, basta seguires o meu instagram ou adicionar-me no snapchat loiscarvalho1.

 

 

 

09
Jul16

Destino: Canadá

Loís Carvalho

Hey Pessoal, 

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              Para começar, dizer que este verão vai ser algo de muito intenso e cheio de novas emoções, sítios e pessoas.

         Por falar em pessoas novas está na altura de conhecerem o meu novo companheiro de viagem, o SAPO. Durante este verão ele irá passear comigo para onde for, tirar fotos, andar pelo snapchat e quem sabe, por algum motivo, escrever no Absurdo. 

            A verdade é que a aventura já começou. Escrevo-vos do outro lado do oceano atlântico, um pouco mais a norte que Portugal, directamente do Canadá, mais propriamente de Toronto. Esta vai ser a minha casa durante as três próximas semana. O que quer dizer que até dia 31 de julho estarei pelas terras das panquecas com maple syrup e do Tim Hortons para vos contar como são as coisas deste lado.

         Saí de Lisboa na passada sexta-feira, dia 8, às 16 horas. O facto de viajar durante a tarde toda alterou um pouco a dinâmica do corpo, pois apesar de a viagem durar cerca de 8 horas, como existe um diferença horária de 5 horas, cheguei aqui eram cerca das 19 horas locais. Significava que para o meu corpo era meia-noite. Apesar de não ser uma pessoa que sofre muito com o chamado “Jet Lag” , o corpo acaba sempre por ressentir o maior número de horas acordado.

     

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 A viagem de avião correu muito bem. É sempre importante trazer algo para nos entretermos, pois 8 horas confinados num espaço reduzido como é um avião pode tornar-se cansativo e maçador. Uma boa playlist, um bom livro, alguns jogos no ipad, um filme ou quem sabe um caderno para escrever e desenhar podem ser sempre boas soluções.

          A chegada ao Canadá e do pouco que já vi e entendi, tudo é um pouco diferente. Desde o controlo da entrada de estrangeiros à própria comida, passando pelas auto-estradas de 9 vias de trânsito em cada sentido e a construção das casas, existe muito pouca coisa que se assemelhe ao nosso Portugal. E isso é bom. O diferente torna tudo mais interessante.

         Como não podia deixar de ser, o sapo e eu queríamos algumas recordações desta grande viagem transatlântica, por isso deixo-vos aqui algumas fotos que tirámos com a tripulação de bordo do nosso avião.

 

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28
Abr16

Kevin, 22

Loís Carvalho
Hey Pessoal,
 
Depois de algum tempo de interregno, como é costume nas minhas publicações, volto ao trabalho. Desta vez para vos contar a história de alguém que conheci pelas ruas de Lisboa.
 
Era mais um dia para me perder por Lisboa, o sol e o calor já começavam a chegar e, então, decidi ir ao miradouro da Senhora do Monte para desfrutar da minha vista preferida da cidade. Lá encontrei o Kevin,à primeira vista talvez me passasse despercebido é verdade, mas com o decorrer do tempo fiquei colado ao seu trabalho. Para muitos, apenas mais um artista derua, para mim, um verdadeiro artista. Decidi meter conversa com ele para perceber como veio parar aquele local.
O Kevin é um artista espanhol, vindo de Vigo, na Galiza, com 22 anos e já meio mundo no bolso. Digamos que é um muralista sempre que pode, pois essa é a sua verdadeira paixão em termos artísticos, e um artista A4 e A3 quando tem de ser. É a primeira vez que pisa solo lisboeta, contudo, confidenciou-me que, apesar de sermos um pouco diferentes dos espanhóis, sente que os dois países têm mais em comum do que as pessoas imaginam. Uma das principais diferenças entre os dois povos é a abertura ao mundo. Os portugueses são pessoas muito abertas, aceitam a vida como é e pouco lhes importa o que os outros pensam sobre eles. Sabem viver e conviver com toda a gente, independentemente da sua origem ou escolhas.
Lisboa tornou-se uma cidade apaixonante para este rapaz, uma vez que adora viajar e esta consegue ser a casa de pessoas de todomundo. Denominou-a mesmo de “Lisboa Policultural”, onde todas as culturas estão presentes e misturadas em bom ambiente. Comentou que nunca o iria encontrar em sítios como chiado ou a baixa, pois esse tipo de aglomerado não são bem a sua onda, gosta de sítios mais amplos e Lisboa tem óptimos miradouros para tal.
Viajar é a sua vida, por vezes, como acontece em Portugal, consegue ficar em casa de amigos, contudo muitas das vezes que viaja por Espanha e pela Europa vai na sua furgoneta acompanhado pelo seu cão e esta passa a ser a sua humilde casa. Sair da sua zona de conforto enriquece-o, assim como o ajuda a crescer artística e criativamente. Raramente escolhe um destino,“deixa-se levar pela maré”, dando-lhe tempo para pensar e aproveitar os momentos que vive a solo. Por vezes encontra situações que nunca pensaria que existissem senão as tivesse vivido, como em Tenerife onde viu pessoas a viverem covas na praia num espécie de vida perdida pelo mundo ou em São Paulo, no Brasil, em que as crianças da favela vivem numa espécie de corda bamba todos os dias, entre a cadeia e a escola.
Depois de já ter passado quase uma hora de conversa, perguntei-lhe o que se via a fazer em 10 anos, uma pregunta da praxe, mas que muitas vezes a resposta é difícil de dar. No caso do Kevin, ele apenas quer estar satisfeito com aquilo que faz, poder ajudar os outros através da sua arte e pintar. Pintar murais pelo mundo com a ajuda das pessoas locais.

 

            Não consegui dizer um até já sem antes comprar um das suas obras de arte, que mudam o tema consoante a cidade onde se encontra, e saber que estará por Lisboa até julho. Quem sabese não o encontrarei por um outro miradouro de Lisboa, quem sabe se não encontrarei numa outra qualquer parte do mundo.






06
Fev16

The George

Loís Carvalho
 Hey Pessoal,


                Apesarda minha paragem aqui, a minha vida como gapper não tem parado. Trabalho todosos dias, comecei a estudar para o único exame que vou fazer e tenho aproveitadopara conhecer alguns restaurantes e cafés que existem pela nossa capital.Normalmente, como já devem ter reparado, procuro aqueles que me possamproporcionar experiências gastronómicas um pouco diferentes das portuguesas.Desta vez, depois da Foccacia in Giro, apresento-vos o The George.  
                OThe George, um pub bastante intimista localizado no coração da vida lisboeta,surpreende-nos logo com o seu ar sóbrio, contudo bastante requintado. Oconjunto de arcarias pombalinas misturadas com referências à cidade de Londrese ao Reino Unido, transportam-nos para uma realidade paralela onde podíamosimaginar o Marquês de Pombal a saborear uma Carling ou uma London Pride. Eu,como apaixonado pela UK que sou, deliciei-me só de entrar naquele lugar. Foirecebido por um empregado bastante simpático que me acompanhou até a uma dasmesas corridas que existem no bar. Há também a opção de ficar em sofás epoltronas, mas estavam todos reservados naquela noite.
   
Ovo Benedict
     Apósuma leitura atenta à ementa bastante adequado à temática do bar, decidi pediruns ovos benedict, para entrada, e uma sandes club como prato principal. Paraacompanhar, como não podia deixar de ser, uma cerveja Carling, algo bastantebritânico, muito menos alcoólica que a cerveja portuguesa, porém bastanteagradável na mesma. Não demorou muito até me ser servido o ovo benedict numapedra de xisto, onde o empratamento era incrível. Ao dar a primeira garfada omeu paladar juntou-se à minha imaginação numa viagem pelos tradicionais pratosingleses. O molho holandês que acompanha este prato faz a ligação perfeitaentre o ovo no ponto e o muffin estaladiço. Uma combinação perfeita entre ovo,salmão fumado, queijo cheddar e molho holandês fazem-me dar nota 11 numa escalade 0/10 a este prato. 
Sandes Club
Terminada a entrada, era tempode receber o meu prato principal, que, apesar de ser uma sandes, não deixa nadaa desejar. Ao primeiro olhar percebemos que não se trata de um pão qualquer,mas sim de pão brioche. Por si só vale alguns pontos extras, a meu ver. Maisuma vez, a apresentação do prato é um ponto forte. Era possível distinguir cadaingrediente que compunha a sandes. O frango grelhado no ponto, a frescura daalface e do tomate e mais uma vez o molho faziam o sabor desta sandes ser debradar aos céus. As batatas fritas ou chips, como vinha no menu, são um toquemuito agradável.
Faltava apenas mais uma faseneste meu jantar britânico, a sobremesa. Pedi uma tarte de maçã com gelado demaçã reineta. O sabor desta confecção era bastante encantador, apesar da faltade ligação entre as maçãs e a massa da tarte. O gelado de maçã reineta valiapor toda a sobremesa. Pensei que teria de assaltar a cozinha num outro dia parapoder deliciar-me com mais umas quantas colheres deste incrível gelado.
Tarte de maçã com gelado de maçã reineta
Após a refeição e com a bebidano fim, decidi pedir uma sugestão ao empregado simpático que me atendeu duranteo jantar para mais uma cerveja. Pedindo-lhe apenas que me trouxesse algosurpreendente. Foi-me trazido uma Bavaria Weiss de 1927, uma reserva deselecção da Super Bock.

                OGeorge é, usualmente, palco de pequenos concertos que acompanham o jantar e anoite de quem quiser ali permanecer. Celebrou muito recentemente o seu 1º aniversárioe acredito que celebrará muitos mais para que traga o melhor da culturabritânica à nossa capital.


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