Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Um Absurdo Sem Fim

06
Jan17

Longe de Casa

Loís Carvalho

Longe de casa.jpg

 

A Maria Farias e a todos aqueles que estão tão longe e tão perto das suas famílias,

 

 

            Era mais uma noite para muitos de nós, uma noite de felicidade para todos aqueles que partilhavam connosco as pedras daquela calçada junto ao rio. Como é incrível que em alturas de festa ninguém se lembra da crise, da guerra e tantos outros problemas que assolam o nosso planeta. E ainda bem, qualquer ser humano precisa de ter pequenos escapes à sua própria realidade para sobreviver. Olhava em meu redor e sentia um misto de solidão e de conforto. Na realidade, e durante os próximos anos, aqueles que me rodeavam serão a minha família longe de casa.

            10… Como eu me apercebia que tinha sido um ano estranhamente incrível, 9… As pessoas que fizeram parte dele, 8… As pessoas que conheci, 7… As pessoas que deixei para trás, 6… Contudo, havia algo que eu não entendia completamente, 5… Algo que me fazia pensar em casa, 4… E como na realidade eu estava tão perto da minha comparado com tantos outros no mundo, 3… Como eu tinha a opção de entrar num autocarro, 2… E em poucas horas estar perto daqueles que são o porto de abrigo, 1… Poucas horas e poder abraçá-los de novo, 0… e um novo ano começava.

           Se por um lado ouvia o estalar do fogo-de-artifício, por outro pensava na sorte que tinha em ter aqueles de quem gosto perto de mim. Nem todos temos essa possibilidade. E, actualmente, somos cada vez menos a tê-la. Imagino como deve ser difícil desembarcar sozinho num local completamente estranho para nós, sem ninguém à nossa espera, sem nada para nos podermos apoiar ou, simplesmente, algo que nos faça sentir seguros. Olhei o fogo-de-artifício enquanto dava mais um gole naquele copo de champanhe que partilhava com tantos outros naquela rua. Era estranho como dentro de mim já não fazia sentido aquilo que estava a acontecer. Não estava triste mesmo sabendo que para trás deixava alguns, estava feliz por estar a juntar outros com quem quero partilhar mais momentos como aquele. 

            Sei que um dia será a minha vez, muito provavelmente. A minha vez de ir, sem ter ninguém à minha espera, sem ter um sítio a que chamar casa, num outro qualquer país deste tão grande mundo. Um sítio em que me sentirei sozinho e onde os telefonemas e as chamadas de vídeo nada vão fazer para apaziguar a saudade ou a solidão. Um sítio onde não terei ninguém a quem recorrer nas horas de maior aperto, nem um corpo para abraçar dos dias mais tristes. Onde apenas serei eu e o mundo, pelo menos durante uns tempos. Se há uma qualidade que nós, seres humanos, temos e que me fascina imenso é o poder de criar laços. O facto de não gostarmos de estar sozinhos no mundo faz-nos conhecer pessoas, torna-las nossas e parte da nossa família. Amigos que estarão lá para tudo, incluindo “substituir” a própria família nos momentos em que mais precisávamos dela.

           Finalmente o fogo-de-artifício tinha acabado e sentamo-nos a observar o rio a passar por nós. Na realidade, nenhum de nós estava em casa, uns mais longe que os outros é certo, contudo, sentíamo-nos em casa. Abraçámo-nos e trocámos olhares entre nós. E as lágrimas de saudades que deixávamos cair por a família estar longe eram substituídas por sorrisos, pois sabíamos que não estávamos sozinhos.

17
Jul16

20 for The Queen

Loís Carvalho

Snapchat-8957739843299954454.jpg

 Hey Pessoal, 

 

 

            Apesar de estar em Toronto há pouco mais de uma semana, posso afirmar que ainda não fiz nada de muito turístico nesta cidade. A razão pela qual tomei esta decisão é muito simples, para mim viajar não é só conhecer os pontos turísticos de uma cidade, é realmente submergirmo-nos numa cultura diferente, num modo de vida de um outro local. Posso dizer que foi isso o que realizei na última semana, literalmente. O facto de estar com família que vive cá ajudou-me bastante nesse processo, pude acompanhá-los durante algumas partes do seu dia-a-dia e questioná-los imenso sobre as diferenças entre os dois países.

           

        Coisas que todos esperamos e são uma realidade: os carros são automáticos, o tamanho de tudo é maior, desde comida a roupa, passando por edifícios e carros, são simpáticos e educados, existe muita comidSnapchat-2221857610871483365.jpga pré-feita, existem 300 sabores diferentes para a pepsi e a coca-cola, bem como uma considerável quantidade de outros produtos alimentares com que nunca sonhámos. Um Starbucks em cada quarteirão e um Tim Horton’s em cada esquina.  Acima de tudo, não são americanos, apenas adaptaram alguns dos seus hábitos ao seu dia-a-dia.

 

 

            Algo bastante simples e que utilizamos todos os dias e em qualquer parte do dia é o dinheiro. O Canadá tem como unidade monetária o dólar canadiano. Um dólar canadiano é, aproximadamente, cerca de 69 cêntimos. Contudo, os preços que se praticam em algumas coisas no mercado cá não se podem comparar com os preços em Portugal. UIMG_9536.JPGm dos factos engraçados é que as notas são feitas de um material parecido com plástico, o que dá imenso jeito quando estas se molham, ao contrário das notas de euro. As notas de 20 dólares apresentam-nos, nada mais, nada menos, que sua Majestade The Queen e as moedas têm a bandeira ou animais relacionados com o país, como o castor.

 

            Apesar de os portugueses serem vistos como um povo bastante simpático, a verdade é que o somos mais com os estrangeiros do que propriamente entre nós. Deste lado do oceano, independentemente de seres estrangeiro ou local, toda a gente é bastante simpática e muito educada. Existem sempre exceções como em todo lado, contudo, de um modo geral, as pessoas cumprimentam-se e metem conversa sempre com um sorriso e algumas palavras de carinho. Entre “Hey. How are you today?” e “ It’s a lovely day outsider, maybe too much hot for me” aparece sempre um conversa casual como se fossem amigos. Esse facto agradou-me bastante, pois é algo que a mim me faz sentir acolhido.

 

            Existem muito poucas pessoas que se possam dizer canadianas, por uma simples razão. Sendo o Canadá um país com pouco mais de 300 anos de história que teve como base duas grandes nações daquele tempo, Inglaterra e França, é um país onde o Melting Pot e o Salad Bowl são duas teorias demográficas bastante fáceis de identificar. É fácil de ver pessoas de todo o mundo numa cidade como Toronto, ou pelo menos descendentes de pessoas de todo mundo. Muitos deles já nasceram por estas bandas, é um facto, mas continuam a preservar características e tradições dos seus antepassados. Porém, e apesar de toda a mistura que existe, desde europeus, asiáticos, africanos e médio-oriente, todas as pessoas vivem e convivem sem existirem grandes problemas de discriminação ou segregação. Pelo contrário, existe um espírito de respeito e de aprendizagem muito maior.

 

            Devido a toda esta mistura de culturas, as pessoas tendem a ter uma mentalidade muito mais aberta. Vêm as coisas de uma outra perspectiva. A aceitação da vida é feita de uma maneira mais natural. As pessoas são interessantes e importantes por quem são e não rotuladas ou postas de parte por isso. Facilmente se vê, mesmo nas vizinhanças mais ricas da cidade, pessoas de fato de treino a fazer caminhadas ou às compras nos supermercados gourmet. Ao contrário de outros países, não existe uma cultura do “show off”, do “Eu tenho e por isso vou mostrar a todo mundo”.

 

     Para acompanhares de perto a viagem, para aqueles que são adeptos de outras redes sociais, basta seguires o meu instagram ou adicionar-me no snapchat loiscarvalho1.

 

 

 

28
Abr16

Kevin, 22

Loís Carvalho
Hey Pessoal,
 
Depois de algum tempo de interregno, como é costume nas minhas publicações, volto ao trabalho. Desta vez para vos contar a história de alguém que conheci pelas ruas de Lisboa.
 
Era mais um dia para me perder por Lisboa, o sol e o calor já começavam a chegar e, então, decidi ir ao miradouro da Senhora do Monte para desfrutar da minha vista preferida da cidade. Lá encontrei o Kevin,à primeira vista talvez me passasse despercebido é verdade, mas com o decorrer do tempo fiquei colado ao seu trabalho. Para muitos, apenas mais um artista derua, para mim, um verdadeiro artista. Decidi meter conversa com ele para perceber como veio parar aquele local.
O Kevin é um artista espanhol, vindo de Vigo, na Galiza, com 22 anos e já meio mundo no bolso. Digamos que é um muralista sempre que pode, pois essa é a sua verdadeira paixão em termos artísticos, e um artista A4 e A3 quando tem de ser. É a primeira vez que pisa solo lisboeta, contudo, confidenciou-me que, apesar de sermos um pouco diferentes dos espanhóis, sente que os dois países têm mais em comum do que as pessoas imaginam. Uma das principais diferenças entre os dois povos é a abertura ao mundo. Os portugueses são pessoas muito abertas, aceitam a vida como é e pouco lhes importa o que os outros pensam sobre eles. Sabem viver e conviver com toda a gente, independentemente da sua origem ou escolhas.
Lisboa tornou-se uma cidade apaixonante para este rapaz, uma vez que adora viajar e esta consegue ser a casa de pessoas de todomundo. Denominou-a mesmo de “Lisboa Policultural”, onde todas as culturas estão presentes e misturadas em bom ambiente. Comentou que nunca o iria encontrar em sítios como chiado ou a baixa, pois esse tipo de aglomerado não são bem a sua onda, gosta de sítios mais amplos e Lisboa tem óptimos miradouros para tal.
Viajar é a sua vida, por vezes, como acontece em Portugal, consegue ficar em casa de amigos, contudo muitas das vezes que viaja por Espanha e pela Europa vai na sua furgoneta acompanhado pelo seu cão e esta passa a ser a sua humilde casa. Sair da sua zona de conforto enriquece-o, assim como o ajuda a crescer artística e criativamente. Raramente escolhe um destino,“deixa-se levar pela maré”, dando-lhe tempo para pensar e aproveitar os momentos que vive a solo. Por vezes encontra situações que nunca pensaria que existissem senão as tivesse vivido, como em Tenerife onde viu pessoas a viverem covas na praia num espécie de vida perdida pelo mundo ou em São Paulo, no Brasil, em que as crianças da favela vivem numa espécie de corda bamba todos os dias, entre a cadeia e a escola.
Depois de já ter passado quase uma hora de conversa, perguntei-lhe o que se via a fazer em 10 anos, uma pregunta da praxe, mas que muitas vezes a resposta é difícil de dar. No caso do Kevin, ele apenas quer estar satisfeito com aquilo que faz, poder ajudar os outros através da sua arte e pintar. Pintar murais pelo mundo com a ajuda das pessoas locais.

 

            Não consegui dizer um até já sem antes comprar um das suas obras de arte, que mudam o tema consoante a cidade onde se encontra, e saber que estará por Lisboa até julho. Quem sabese não o encontrarei por um outro miradouro de Lisboa, quem sabe se não encontrarei numa outra qualquer parte do mundo.






16
Mar16

ModaLisboa Kiss

Loís Carvalho
Hey Pessoal,


           
No fim-de-semana passado tive a oportunidade de poder assistir à ModaLisboa FW16/17. Sendo a primeira vez que vou a este evento e a um evento deste tipo, posso afirmar que não me deixou nada arrependido. Vamos ser honestos, muitas das pessoas que vão a este evento apenas vão para se mostrar, para aparecer nas revistas e nos comentários televisivos. Anónimos, como eu, vão para perceber como funciona e para realmente puder observar o trabalho dos criadores portugueses.
LeMoKe
Comecemos pelo Wonder Room, uma pop-up store para cerca de 30 marcas nacionais em ascensão que esteve presente na Praça do Munícipio, durante todo o evento. Todas as marcas presentes têm assinatura portuguesae vão desde o calçado às roupas mais formais, passando pelo swimwear e eyewear.De todas as marcas que pude ver neste espaço destaco duas, uma de calçado, a LeMoKe e outra na vertente mais virada para os acessórios e roupa, DanielaPonto Final. Ambas se destacam pelas cores, materiais e o seu toque de inovação e loucura.
Daniela Ponto Final

            Durante a minha estadia no eventotive a oportunidade de ver dois desfiles, Alexandra Moura, que apelidaria de desafiadora, e Miguel Viera, o clássico.

 
Alexandra Moura surpreendeu-mepela mensagem que transmitiu no espectáculo que produziu. Apesar de não ser uma conhecida minha, gostei da maneira como arriscou e desafiou as leis da diferença de género e fez a plateia questionar-se o que é feminino e masculino,assim como, qual a influência que um género tem no outro.



Foto: Rui Vasco
Foto: Rui Vasco
Já no caso de Miguel Veira, um dos meus estilistas portugueses favoritos, a seguir a Nuno Gama, apostou em looks mais clássicos usando cores como azul, branco, amarelo e preto. O facto de usar laços nos seus modelos agradou-me imenso, pois sou apaixonado por esse acessório. Apostou em lenços para os homens, bastante trabalhados no geral.  
Foto: Rui Vasco

 

Foto:Rui Vasco

 

Deixo também uma avaliação positiva para a festa de encerramento, realizada no último dia, domingo dia 13,no Lux Frágil. Em que não faltou animação, gente gira e boa música.

 

            Agora já só resta esperar pela próxima edição da ModaLisboa, em Outubro, que nos trará astendências da Primavera/Verão de 2017.
Luís Borges
Raquel Strada



 

 
10
Fev16

Life Hacks

Loís Carvalho
Hey Pessoal,


                Já passaram cerca de 4meses desde que decidi embarcar nesta aventura de fazer um Gap Year. Não voudizer que foram 4 meses maravilhosos, como tudo na vida existem altos e baixos,momentos em que sabemos que tomámos a decisão certa e outros onde duvidamosdessas nossas decisões. Por vezes é complicado gerir o lado emocional daaventura, mas isso é um tema para outro post. Por já ter passado algum tempo desta loucura, decidi que seria uma óptima altura para partilhar com vocês algumasdicas. Bem, não são bem dicas, talvez ensinamentos a aplicar na nossa vida demodo a torna-la melhor e um pouco mais feliz.
               
          1ªDica: Sorri
          Sorriré o primeiro passo para a felicidade. Ao sorrirmos para outra pessoa podemosmelhorar o dia dela e, sem dúvida, melhorar o nosso. Sorri, para umdesconhecido na paragem de autocarro, sorri sozinho na rua, sorri para as pessoasque mais gostas. Vais ver que os dias começam a ter um brilho diferente.

                
            2ªDica: Quebra o gelo
Não esperes que a pessoa queestá sentada à vossa frente no café, um completo estranho, fale primeiro. Todosesperamos que as outras pessoas falem primeiro, é natural, o facto de pensarmoso que os outros nos vão achar loucos leva-nos a isso. Então sê louco, quebra ogelo, sorri e mete conversa. Por vezes a melhores surpresas acontecem emmomentos completamente loucos.
               
           3ªDica: Não programes a tua vida como se fosse algo imutável
         Temos tendência, como seres humanos que somosa programar tudo, cada bocadinho da nossa vida. O que vamos fazer, o que vamosdizer e até o que vamos pensar. Pára de programar. Improvisa. Se te apetecemudar, muda. Pensamos que temos de fazer a nossa vida tal e qual como osoutros. Secundário, Universidade, Trabalhar, Viajar, Casar, Viver e por aí emdiante. Mas porque não podes mudar? O que te impede de decidir que hoje vaistomar café com os teus amigos em vez de estudares? Vive um dia de cada vez, massempre com consciência do teu objectivo.
           
           4ªDica: Cria objectivos
Pensa sempre no por quê deestares a fazer algo, qual é o teu objectivo máximo com essa acção. Porexemplo, eu decidi parar um ano em vez de ir para outro curso, tenho de estudarpara melhorar um exame e para isso tenho de estudar. O meu objectivo não éestudar nem entrar em medicina, é liderar uma equipa de cirurgiões no futuro.
               
             5ªDica:Sonha!
 Independentemente da tua idade, sonha. Sonharé algo que não nos faz desistir das nossas vidas. É algo intrínseco ao serhumano e nunca penses que és velho demais para sonhares. Podemos concretizar osnossos sonhos quer tenhamos 18, como 98. Nunca penses que são coisasimpossíveis. E não te esqueças, sonhar é gratuito, não paga imposto e melhora arealidade durante alguns momentos.

6ºDica: Aproveita o momento
Existem momentos que vivemos quejamais se irão repetir, quer seja pelas pessoas que lá estavam, pelo sítio,pelo dia, por ti, pela emoção. Aproveita cada momento desses. Todos sabemos aque momentos me refiro, àqueles em que tu sentes que és “infinito” (Desculpem areferência ao The Perks of Being a Wallflower, porém são esses momentos queestou a falar). Grava-os para ti, na tua mente e aproveita-os, não se irão repetirda mesma maneira.

7ªDica: Arrisca
Temos sempre tendência amantermo-nos na nossa pequena bolha da sociedade, a nossa zona de conforto.Arrisca-te a sair dela, rebenta a bolha e conhece o mundo. Vais ver que afinalo mundo lá fora tem algo mais que tu não conhecias.

8ªDica: Perde-te
Quer seja na tua cidade, numlivro, em outra pessoa, nos olhos de um estranho, em ti. Mas promete-me que tevais perder. Perderes-te numa cidade é a melhor maneira de a conheceres e issotranspõe-se para todos os outros exemplos. Contudo muito cuidado, mesmo perdidoarranja maneira de encontrares um caminho.

9ªDica: Diz às pessoas o quantogostas delas
Apesar de ser um cliché, é uma realidade bastante dura.Dizemos muito poucas vezes às pessoas o quanto gostamos delas e, embora achemosque elas o sabem, esta acção tem um poder incrível. Eu era uma pessoa queafirmava não saber o que era saudade, todavia aprendi o que é sentir falta dealguém e nunca lhe ter dito o quanto gostava dela.

10ªDica, a última: Não ligues aoque os outros pensam
Decide por ti e não por aquiloque os outros vão pensar de ti. Vive por ti e não pelos outros. Por vezes écomplicado, não vou dizer que não é. Mas, serás feliz a viver a vida de outro?Se te apetecer fazer um gap year mas os teus pais não acham piada, não tepreocupes. São teus pais, é normal. Querem o melhor para ti, um dia irãoentender. Tu cresceste e eles não querem que isso tenha acontecido, irãoperceber e apoiar-te incondicionalmente.


04
Dez15

Amorino, amor pelos gelados

Loís Carvalho
Hey Pesssoal,


      Viver na nossa capital tem coisas maravilhosas. Há sempre sítios novos para ver, teatros, museus, exposições, feiras, restaurantes onde ir e, claro, sobremesas novas para provar. Quem me conhece sabe bem que sou um guloso, mas daqueles assumidos e mesmo muito grande. É incontrolável, qual seria a piada de ir a um novo restaurante e não provar as suas sobremesas? 
      Desta vez, não se tratou de um restaurante, mas sim de uma gelataria. Para mim pouco me importa que seja verão ou inverno, gelados são sempre gelados. Num dos dias em que tive a oportunidade de sair mais cedo do trabalho e  fazia o meu percurso para apanhar o meu querido 202, percebi que a Amorino da rua Garret ainda estava aberta. Ao entrar percebemos logo que vamos ser bem recebidos.  A simpatia e alegria dos funcionários é contagiante, são dos empregados desta área mais felizes, ou pelo menos parecem-no. Um ponto bastante positivo é que apenas pagamos o tamanho do copo/cone, depois podemos escolher todos os sabores que quisermos dos mil e um que nos apresentam. Aconselho um copo médio ou grande para poderem provar um maior número e sabores. Escolhi um copo grande e pedi 7 sabores diferentes, Speculoos, uma mistura de gelado e bolacha, Tiramisú, Café, Stracciatella, Nocciola, Cioccolto Biológico e Ciocolato Amorino. Existem também muitos outros sabores de frutas e mais dois tipos e chocolate de leite. No caso de quem pede um cone, os vários gelados que pedem formaram uma flor, algo bastante artístico e meticuloso, 
          Em relação ao preço/qualidade, tenho a dizer que, apesar de o preço ser um pouco mais alto que em outras gelatarias, a qualidade dos gelados é muito superior, estando bastante adequado. 

25
Nov15

De Lisboa à Eslovénia, passando pela Irlanda

Loís Carvalho
Hey Pessoal,


    Se se estão a perguntar se eu fiz uma viagem pela Europa deixem de perguntar, pois, infelizmente, isso não aconteceu. Não é necessário sair de Lisboa para dar a volta ao mundo em 8 horas. A diversidade cultura da nossa capital tem progredindo exponencialmente, tanto devido aos imigrantes, como aos estudantes de Erasmus. 
     Mais uma vez, a história de hoje passou-se numa noite, não depois do trabalho, mas sim, numa noite de diversão. Pela primeira vez na vida saí à noite sozinho, coisa que não me arrependo nada de ter feito. Aliás, é uma ótima razão para tentar fazer novos amigos e não nos sentirmos tão sozinhos. Depois de uma visita rápida a alguns bares no Bairro Alto, como "A Capela", que, desde já, recomendo uma visita quando passarem por Lisboa, desci até ao Cais do Sodré. Aí, encontrei um Irish Pub com música ao vivo, o O'Gilins. O O'Gilins é um típico Irish Pub onde a maioria dos clientes são estrangeiros, apesar dos portugueses começarem a apreciar este tipo de bares. Ao entrarmos no Pub somos transportados para a Irlanda como que por magia de um "leipreachán", sem nunca sairmos do Cais do Sodré. Todas as sextas e sábados oferece-nos pequenos e incríveis concertos de música irlandesa. Entre música, conversas e gargalhadas passaram-se duas horas de bom ambiente e disposição. Um Pub com imensa personalidade, simpatia, boa música, imensos tipos de cerveja. Espero um dia voltar, mais cedo, para puder desfrutar de um jantar pois, este Pub é também conhecido pela sua comida, fiquei eu a saber naquela noite.
      Quando o concerto acabou no O'Gilins, decidi que já estava na hora de ir para casa, pois trabalhava no dia  a seguir. Como costume, lá fui eu apanhar o meu 202, desta vez ali mesmo no Cais. Desta vez, tive o prazer de conhecer não uma, mas três raparigas super simpáticas, a Sara, a Veronika e a Tamara. Vêm da Eslovénia e, tal como muitos outros jovens, estão em Lisboa devido ao programa ERASMUS. Todas eles estudam sociologia  e escolheram o nosso país por ser o único que aceitava as três na mesma faculdade. Perguntei o que estavam a achar de Lisboa, já que a escolha tinha sido por aqueles motivos e não pela cidade em si. Tal como muitos outros, responderam-me que era uma cidade maravilhosa, muito bonita e barata em comparação com outras capitais europeias. Confidenciaram-me  que, ao contrário do que ouvem sobre Portugal, as pessoas têm sido um bocado rudes com elas, tanto nas lojas como no metro. Claro que tentei desculpar todos esses meus compatriotas, é normal que, por vezes, nos transportes públicos as pessoas estejam de mau humor, quer seja de manhã porque cedo, quer seja ao fim do dia depois de um dia de trabalho. 
            Depois de mais uns minutos de conversa, e já dentro do autocarro, houve outro assunto que veio à baila na conversa. O patriotismo, o tradicionalismo e o saudosismo  português. Estas três raparigas da Eslovénia vêem os portugueses  como um povo bastante patriota e agarrado à sua língua. Por diversas vezes já ouviram comentários típicos de um qualquer português, "Estás em Portugal, falas Português". Têm, mesmo, um professor na faculdade que as obriga a assistir às aulas em português, Talvez tenha a esperança que aprendamos português em seis meses só a ouvi-lo falar, disseram enquanto soltavam um gargalhada. Quem sabe, talvez se vocês falarem em eslovaco para ele durante seis meses ele aprenda também, retorqui na brincadeira. 

Aqui fica um video de um dos melhores momentos da noite no O'Gillins, onde podem (tentar) ver as a animação, pessoas a dançar nas mesas e a cantar. Desculpem a má qualidade do video, mas foi o possível.
08
Nov15

Viagem de Autocarro: Tânia

Loís Carvalho



Hey Pessoal,

     Uma das coisas que mais gosto de viver em Lisboa é o facto de em "todos os cantos" conhecer alguém novo, ter um conversa de momento e despedir-me com um "até à próxima", pois não sabes se irás, algumas vez na vida, reencontrar essa pessoa. O autocarro que apanho todas as noites após o trabalho tem-me proporcionado momentos como esse já por diversas vezes. E, como conhecer pessoas se trata de uma parte muito importante deste meu ano, decidi que começarei a descrever essas pessoas e encontros para vocês.
      Neste domingo, no meu 202 da meia noite e meia, conheci a Tânia. Uma jovem arquiteta de Coimbra, que fez o estágio do seu curso cá no mês passado e por isso decidiu vir visitar os amigos. A conversa começou pelo simples facto de ela não saber se na paragem do Largo Camões parava o 202, pois tinha queria apanhar o autocarro. Disse-lhe que sim, mas que sendo sábado para domingo à noite o autocarro podia demorar, demora sempre nestes dias. Ela explico-me que tinha tentado apanhar o metro, mas que por meros instantes, o tinha perdido. O próximo apenas passaria daí a 12 minutos e que, apesar de ter pago a viagem do metro, decidiu sair e tentar apanhar o autocarro. Tivemos uma conversa de alguns minutos sobre o autocarro, o metro, os passes. Enfim, conversas de paragem de autocarro. Era já 00:50 quando o 202 da 00:30 apareceu. Entramos os dois e toda as pessoas que já desesperavam por ele. Acabamos por nos sentar um ao lado do outro e, na curto viagem entre o Largo Camões e Campolide, descobri que afinal não éramos assim tão estranhos um do outro. Vínhamos os dois da mesma zona, eu de Arganil e ela de Coimbra. Uma coincidência da vida bastante engraçada. Contei-lhe o porque de ser tão novo e estar a trabalhar, partilhamos algumas ideias sobre o ano de pausa, o facto de em Portugal sermos quase "obrigados" a terminar o secundário e a ingressar no ensino superior logo a seguir e como é difícil as pessoas aceitarem que queres parar um ano. Nisto perguntei-lhe o que é que ela estudava, ao que obtive a resposta de que tinha acabado o curso de Arquitetura em Setembro, Curso que tirou em Coimbra, onde sempre viveu e estudou. Constatamos o facto de que se acaba os cursos muito cedo na nossa vida, e que aos 23, idade média em Portugal em que acabas o curso já com o mestrado feito, não nos vemos a fazer aquilo que estudamos para o resto da vida. Uma verdade bastante real, por isso é que não tem mal nenhum parar um ano, perceber aquilo que se quer. Acabar o curso um ano mais velho que o normal não fará qualquer diferença a nível profissional, constatou a minha companheira de viagem.
        Estávamos a chegar ao destino da Tânia, para mim ainda nem a meio do caminho íamos. Despedimos-nos, agradecendo a companhia que tínhamos feito um ao outro. Ela desejou-me boa sorte, retorqui-lhe o mesmo. Tânia despediu-se com um " Até à próxima", ao qual respondi "Até à próxima, pois nunca sabemos quando nos vamos cruzar de novo". Ela saiu e eu segui viagem no meu 202 da 00:30 em mais um regresso a casa.

(Obrigado Tânia pela companhia e espero que não te importes por contar esta história. Se alguma vez leres isto, avisa)

About me

Loís Carvalho, 21 anos, Mundo. Existe um sem fim de sítios onde ir, pessoas por conhecer, vidas para viver, sonhos para alcançar, mundos por descobrir.

ver perfil | seguir perfil

Sigam-me

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2017
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2016
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2015
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D