Chegámos àquela altura do ano em que todos fazemos uma retrospectiva daquilo que foi o ano que está a poucas horas de acabar. E, por mais estranho e mágico que parece, é nesta altura que percebemos que não foi assim tão mau como pensávamos. Pelo menos é nesta altura que apenas nos lembramos das coisas boas que aconteceram e ainda bem, as más deixámos enterradas num qualquer dia perdido no meio dos 366 que este ano teve. Nunca fui muito de festejar a passagem de ano, por mais símbolo de esperança de um amanhã melhor que esta data seja, amanhã apenas será um novo dia, o sol nasce de novo e tudo continua. A única coisa que muda no final deste dia é o número que colocamos na data.
A passagem de ano é, normalmente, vista como altura de mudança, de nos propormos a nós próprios novos objectivos, de mudar devida. E muitas vezes estes caem em “saco roto”, como se costuma dizer. Qualquer altura do ano é excelente para fazer estas pequenas mudanças na nossa vida e não apenas agora, se não nos sentimos bem com alguma coisa não vale a pena esperar pelo 1 de Janeiro para a mudar.
2016 significa para mim Gap Year e Universidade, significa Lisboa, Londres, Toronto, Paris, Munique, Praga, Cracóvia, Bratislava e Budapeste. Viagens intermináveis de comboio, avião e autocarro e noites mal dormidas por amor à camisola. Um ano de trabalho e de muita diversão. Um ano de encontros, reencontros e novas amizades. Foi o ano em que eu aprendi tanto sobre mim e vi o mundo mudar à minha volta.
Um ano que começou com trabalho e pessoas com quem partilhei longas, sonolentas e animadas manhãs nos hotéis ou noites intermináveis com clientes que não saíam por nada nas noites que trabalhei nos restaurantes desta cidade que me acolheu tão bem. Muitos destes “companheiros de guerra” tornaram-se amigos que levarei comigo para sempre e que me ensinaram tanto.
Foi o ano em que peguei numa mochila e fui descobrir uma Europa cada vez mais dividida politicamente mas mais unida pelas pessoas que nela habitam. Senti-me em casa em cada canto que visitei pois as pessoas que se cruzaram no meu caminho assim me fizeram sentir. Algumas estavam, também, fora das suas casas, éramos a família uns dos outros durante algumas horas.
Ganhei duas novas famílias também este ano. A entrada na universidade trouxe-me isso. A praxe fez-me criar novos laços dos quais nasceram amizades mas também pequenas famílias. As madrinhas, que levarei comigo para a vida, e aqueles irmãos de praxe chatos e de quem eu gosto tanto foram algo que este ano me trouxe e eu vou levar comigo. Por outro lado, a universidade trouxe-me uma outra família em que cada dia é uma animação e surpresa, uma família que torna a semana de aulas mais alegre quando nos juntamos para ensaiar. 2016 trouxe-me a MTA e espero que qualquer ano que venho demore a levá-la.
Houve pessoas que foram pequenas caixas de surpresa para mim e a quem agradeço imenso as palavras que me disseram nos momentos certos. Algo que nunca me esquecerei é aquela mensagem de esperança que uma pessoa me deu a caminho de um aeroporto do outro lado do mundo, algo como “the grass is greener somewhere else”. E a realidade é essa, há sempre algum lado melhor, apenas temos de procurar o nosso.
Agora que olho para trás e vejo como tudo mudou este ano, percebo que talvez também eu esteja a ser mais uma daquelas pessoas que apenas se lembra das coisas boas que o ano lhe deu. Também eu deixei as más enterradas num qualquer dos 366 dias que tive para viver, também começo a sentir a esperança que talvez o ano que vem seja ainda melhor.
Por isso, a todos aqueles que lêem este Absurdo Sem Fim e que o viram crescer um grande obrigado e que os vossos olhos continuem a cruzar estas linhas que aqui vão aparecendo.
Desejo-vos um Feliz Ano Novo cheio de alegrias, esperança e de tudo aquilo que mais desejarem…
Há cerca de um ano atrás, escrevi um texto para a Uniarea intitulado “Um Caloiro Sem Curso”. Foi assim que me auto-intitulei quando recebi a notícia que não tinha entrado na faculdade. Neste momento, já não vos escrevo como “caloiro sem curso”, nem como gapper, infelizmente. Passou um ano. Na realidade, sinto que não foi um ano, foram apenas algumas semanas talvez. O tempo passou tão rápido ou terei sido eu a passar rápido de mais por ele?
Fazer um Gap Year foi das melhores decisões que pude tomar. Mudei-me de uma pequena vila esquecida na beira serra para a grande confusão da capital, deixei os cadernos e as canetas e fui trabalhar. Tomei conta de mim e do meu dinheiro, pois começou a ser o dinheiro que saía do meu esforço. Tive horários loucos, deixei velhos amigos e coleccionei alguns novos. Dancei, saltei, ri, chorei algumas vezes, lidei com situações que nunca pensei que seriam possíveis. Cometi algumas loucuras, viajei, conheci novos sítios, tantas novas pessoas se cruzaram no meu caminho e aprendi tanto com elas.
Decidir parar um ano e ver todos os outros seguir em frente não é uma decisão nada fácil, apenas os mais audazes e corajosos são capazes de a tomar. Muitos chamam-nos de preguiçosos e desleixados contudo, não vêem que na verdade são eles os que não tomaram riscos. Não é um ano apenas de diversão, viajem e sorrisos. É muitas vezes um ano solitário, com algum choro e tristeza. É um ano de aprendizagem no mundo real, algo impossível de aprender em qualquer faculdade. Muitos, eu incluído, chamam-lhe “Faculdade da Vida”, porque é isso que a vida é, um conjunto de aprendizagens. Nunca me ouviram dizer que perdi um ano da minha vida. Na realidade, eu ganhei um ano da minha vida para me conhecer, saber o que quero e perceber como o mundo funciona.
Existem tantas pessoas a quem eu devia agradecer por tudo o que fizeram por mim durante o meu ano de aprendizagem contudo, há uma que merece um agradecimento muito especial. O meu padrinho. Foi a pessoa que de início me apoiou e acolheu em sua casa quando decidi que queria vir para Lisboa. Foi ele que me arranjou o meu primeiro trabalho, que me deu a conhecer esta incrível cidade, que me deu os melhores conselhos durante este ano, me deu na cabeça quando precisava. Foi com ele que cometi algumas loucuras, foi ele que me apresentou pessoas que vou levar para a vida, foi ele que me disse as palavras certas quando eu precisava de as ouvir. Porque, quem tem um Almeida, terá sempre tudo!
Depois de um ano fora de uma sala de aula e de tanto trabalho e viagens, voltar a sentar-me numa mesa e estudar vai ser, decerto, a coisa mais estranha do mundo. Primeira coisa a esclarecer, um gap year altera a nossa maneira de ver o mundo e alquilo que realmente queremos para nós. Apesar de sempre ter querido entrar medicina, e de ter concorrido este ano, por aquilo que achamos queremos não é aquilo que realmente nos fará felizes. Sim, candidatei-me a medicina. Não, não queria entrar porque no meu pensamento eu sabia que já não era aquele miúdo que fez tudo certinho com notas muito boas e que quer ficar num hospital a trabalhar o resto da vida. Percebi que esse miúdo cresceu, cresceu e vê o mundo como algo incrível e cheio de desafios. E, por mais oposto que seja, o rapaz, que um dia sonhou ser médico mas a vida deu-lhe um ano mais para pensar, tornou-se caloiro de Relações Internacionais no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa.
Entre Cracóvia e Budapeste há uma pequena cidade na qual vale a pena descer do comboio para passar algumas horas. Apesar do seu tamanho é a capital do país onde se encontra. Falo de Bratislava, na Eslováquia. Não é uma cidade onde, na minha opinião, vale a pena passar mais que uma manhã ou um dia. Cheia de estátuas, igrejas, praças, terminando nas margens do Danúbio, é em tudo muito semelhante a Praga, na vizinha República Checa. Foram as águas do Danúbio que acabaram por me acompanhar na viagem de cerca de três horas que separa Budapeste de Bratislava.
Budapeste foi a derradeira, a última paragem desta minha aventura pelo continente europeu. Na verdade não podia ter escolhido melhor. Se há algum tempo atrás diziam que Amesterdão era a Meca dos InteRails, Budapeste está a tomar de assalto esse lugar. É uma cidade que conjuga a história e a cultura, com uma vida nocturna e animação indiscritíveis. Diria que um pouco como a nossa Lisboa, na realidade. Há sítios únicos neste diamante em bruto do leste europeu, como o Castelo de Buda, a Citadela e a sua vista de Peste, o Parlamento, o grande mercado, a ópera e a Praça do Heróis.
As próprias ruas contam-nos a história de uma cidade imperial, que os tempos se encarregaram de enriquecer. A quantidade pontes que unem os dois lados desta cidade tornam-na ainda mais incrível, especialmente quando a noite a conquista. Não há nada como um final de tarde na margem do Danúbio, do lado Buda, em frente ao Parlamento. O sol esconde-se, a escuridão sobe e as luzes acendem-se. Uma nova cidade ganha vida nesse momento. As pontes iluminadas, o Castelo, o Parlamento e o Danúbio tornam o ambiente mágico. Mas não é só aqui que a magia acontece durante a noite. A cidade está cheia de vida e turistas, existem bares em todas as esquinas. Por isso, animação não falta na cidade.
Budapeste é também conhecida pelas suas termas e, como este era o fim da linha para mim, tinha de as aproveitar. O meu último dia foi passado nos banhos termais Széchenyi. Três piscinas exteriores, uma delas a 38ºC todo ano, e sei lé eu quantas interiores com temperaturas entre os 18ºC e os 40ºC. Saunas, banhos turcos, massagens, spa, restaurante e muitos turistas tornam o ambiente destes banhos algo ótimo para um dia de relaxamento. Foi um dia muito bem passado e de muito descanso depois de duas semana a correr a Europa de Oeste a Este.
A verdade é que me apaixonei por uma cidade que antes tinha dito não querer ter muito interesse em conhecer. Foi quase um amor à primeira vista, houve uma sensação estranho no momento que cheguei à estação de Budapeste. Uma sensação de felicidade que mais tarde se comprovou. As pessoas, a vida, a agitação, a história, o ambiente da cidade e os banhos tornaram-na na melhor escolha para terminar esta minha aventura europeia.
Muito perto de Cracóvia existem dois monumentos, que devido à sua importância mundial, não podem faltar na lista de sítios a visitar. Dois sítios bastante distintos, um lembra-nos quão o ser humano pode ser horrível e maquiavélico com a humanidade, já o outro mostra-nos como a humanidade consegue demonstrar beleza através da natureza. Falo de Auschwitz, local do maior campo de concentração Nazi da II guerra mundial, e de Weiliczka, uma mina de sal transformada numa cidade-monumento.
Auschwitz
O local onde a história aconteceu, na realidade, um nome que nunca nos vamos esquecer. Sempre que a expressão "campo de concentração” é dita a primeira ideia que temos em mente é a palavra Auschwitz, quer queiramos, quer não. Como devem imaginar, este foi um dos locais que mais me marcou durante a viagem. Saber que estava a pisar o mesmo chão onde um dia milhões de judeus e outros tantos polacos, ciganos, homossexuais, soviéticos estiveram presos, tratados de maneira desumana e mortos, faz-nos perceber que aquilo que aprendemos nas aulas de história foi muito real.
Na realidade existem dois campos na pacata vila de Auschwitz, Auschwitz I e Auschwitz II-Birkenau. Auschwitz I, criado em 1940, localiza-se mesmo na vila de Auschwitz e conta com cerca de 40 edifícios, entre barracas, casa dos oficiais das SS, hospitais das SS, câmara de gás e crematório, cozinha e armazéns. A sua marca mais famosa é o portão de entrada com a célebre frase “Arbeit macht frei”, o trabalho liberta. Depois de passar por debaixo a inscrição, estamos oficialmente dentro do campo que inicialmente serviu como prisão para cidadãos polacos e só depois foi transformado num campo de extermínio. Atualmente, os edifícios são ocupados com exposições sobre as condições de vida dos prisioneiros, o trabalho forçado, as câmaras de gás e o extermínio. É possível ver a câmara de gás onde foram realizados os testes iniciais e o crematório usado neste campo. Contudo, para mim, o mais marcante de Auschwitz I, para além do portão de entrada, é quando entramos numa das salas das barracas e vemos que, por detrás de um vidro, existe imenso cabelo das vítimas do que ali aconteceu. Cabelo que era recolhido depois de estas serem mortas para ser vendido. Foi através do mesmo que se descobriu que os nazis usavam gás Zyklon B para matar os prisioneiros.
Auschwitz II- Birkenau fica a cerca de três quilómetros de Auschwitz I contudo, é possível realizar o caminho no autocarro gratuito do museu. A sua construção iniciou-se em 1941, devido à sobrelotação do campo-base Auschwitz I. Com uma área de aproximadamente 175 hectares e com mais de 300 edifícios, este foi o campo onde a maioria dos assassinatos aconteceram. Neste campo existiam quatro crematórios com câmaras de gás e duas câmaras de gás provisórias, que actualmente apenas podemos observar as suas ruínas. Ao entrar, vemos a zona de descarregamento onde se amontoavam os milhares de passageiros que eram retirados dos comboios quando ali chegavam. De um dos lados, ainda é possível observar as barracas de tijolo onde alojavam os prisioneiros tal e qual como quando o campo estava em funcionamento. Do outro, devido às barracas serem construídas de madeira e não tijolo, apenas podemos uma fileira destas, o resto são apenas ruínas. Percorri toda a rampa de descarregamento sobre os carris. Era uma sensação incrivelmente estranha a que senti. Olhar em volta e tudo estar cheio de flores selvagens e tão verde para um sítio com um passado tão negro. No fim destes carris, encontramos as ruínas das câmaras de gás que as SS tentaram destruir. Continuei a percorrer a estradas de terra batida entre arame farpado e torres de vigia até encontrar uma área cheia de lagos. Os lagos eram muitas vezes usados como depósitos das cinzas das vítimas daquele campo, bem como alguns terrenos descampados que por ali encontramos.
Auschwitz é um lugar ao qual todos nós, pelo menos uma vez na vida, devíamos ir. Por mais duro que seja, faz parte da história da humanidade. Faz parte da nossa história. Perceber a crueldade que ali aconteceu para além das secretárias das escolas é necessário para um futuro melhor. Uma das coisas que mais me marcou nos campos de concentração é que, apesar de toda a escuridão, tristeza e crueldade que nos fazem sentir, são sítios bastante verdes, dominados pela natureza que se ergue de novo, dominados por um respeito e paz inexplicável. É gratuito visitar este local contudo,contem com filas enormes caso queiram ter uma visita guiada pelos campos. E tal como é dito por ali, “É gratuito e está aqui para mostrar que os erros do passado não devem ser repetidos no futuro.”
Weiliczka
Uma mina de sal que se transformou numa cidade-monumento devido ao trabalho dos seus mineiros. Fica à distância de uma viagem de quarenta minutos de autocarro do centro de Cracóvia. Muitos de nós já ouvimos falar desta mina de sal nas aulas de geologia no secundário devido à sua riqueza a nível de património geológico. São duras horas e meia de caminhada por escadas, galerias, corredores, esculturas, capelas, lojas de recordações, lagos, um café, histórias e muito sal. Engana-se quem pensa que verá sal tal e qual como aquele que usamos em casa, aqui o sal tem uma cor acinzentada devido às impurezas que apresenta. É possível perceber a evolução nas técnicas de extracção de sal durante o tempo de funcionamento da mina.
Existe uma igreja incrível no interior desta mina onde é celebrada uma missa aberta ao público todos os domingos, bem como áreas onde é possível realizar banquetes, festas de anos, eventos, entre outras actividades. Os visitantes apenas percorrem três quilómetros e meio dos mais de 350 quilómetros de galerias que existem naquela zona.
Chegar ao terceiro ponto de paragem desta minha viagem foi uma grande aventura. O comboio que me levava de Praga para Ostrava, uma pequena vila na fronteira entre República Checa e a Polónia, atrasou-se, o que me fez perder o comboio que me levaria a Katowice. Como devem imaginar, lá estava eu numa pequena estação de comboios, tentando trocar o meu bilhete para o próximo comboio sem que a vendedora entendesse o que eu estava a dizer. Durante alguns minutos eu tentava explicar-lhe o que se tinha passado em inglês e ela respondia-me em checo. Tive a sorte de aparecer uma jovem que acabou por traduzir aquela pequena conversação para que pudesse seguir viagem. Chegado a Katowice era tempo de apanhar o comboio regional que me levaria a Cracóvia. Posso afirmar que, apesar de a viagem durar cerca de duas horas e quinze minutos e haver um comboio que a faz em apenas uma hora e meia, não a trocaria por nada.
Era final do dia, depois de um dia longo em comboios fechados, fazer uma viagem de comboio com a janela meia aberta, a ver o pôr-do-sol tornou aquela viagem a melhor de todo o interrail. Foi momento que decerto me vou lembrar para sempre.
Cracóvia é uma cidade cheia de história e de vida. Ao contrário do que pensava, está cada vez mais cheia turistas e é fácil de perceber o motivo. A cidade foi construída em volta da Rynek Glówny, praça principal da cidade antiga, local onde fica a torre da câmara municipal, a Igreja de Santa Maria e o Sukiennice, um mercado renascentista que ainda nos dias de hoje serve para o efeito que foi construído. Tanto de dia como de noite as esplanadas desta praça estão cheias de turistas e há vendedores de flores, souvenirs e comida um pouco por todo lado.
Atravessando a praça da cidade antiga e subindo uma pequena colina é possível visitar o Castelo real de Wawel. Os castelos do lado mais oriental da Europa são muito diferentes daquilo que nós, portugueses, muitas vezes temos em mente. Existe uma basílica no seu interior, bem como o palácio real e a gruta do dragão. Segundo a lenda, em tempos um dragão andava a fazer desparecer os animais e os moradores da região. Nenhum dos cavaleiros mais valentes do reino conseguia matar este monstro e por isso o rei prometeu que quem o conseguisse casaria com a sua filha. Para espanto de todos, foi um fraco aprendiz de sapateiro com a ajudada de um “carneiro explosivo” que acabou com este monstro. No sopé do monte, junto ao rio Wista, é possível ver uma escultura de um dragão que cospe fogo, bem como visitar a gruta do dragão por debaixo do castelo.
Não muito longe do castelo fica o quarteirão judeu. Local onde durante a segunda guerra mundial foi construído o gueto da cidade para os judeus. Um local cheio de história, com locais a não perder como a sinagoga antiga ou antigo cemitério judeu.
Atravessando o rio, e depois de alguns minutos a caminhar, encontramos um dos locais mais importantes da cidade, a fábrica de Oskar Schindler. A fábrica que este senhor usou como fachada para salvar milhar de judeus das mãos do regime nazi já não existe em completo, apenas a fachada e os portões da mesma. Nesse local podemos visitar o museu de arte contemporânea de Cracóvia e uma exposição sobre a cidade de Cracóvia e os judeus que ali moravam durante a segunda guerra mundial. Da fábrica original apenas é possível visitar o escritório de Schindler e ver algumas das panelas e outros utensílios de metal que ali eram fabricados durante aquele tempo.
Cracóvia surpreendeu-me pela sua vida. O motivo que me trouxe a esta cidade polaca foi a sua importância na história do século passado. As jornadas mundiais da juventude realizaram-se nesta cidade no final do mês passado, mas continuam bastante presentes um pouco por todo lado. Ao contrário do que outras pessoas me tinham dito, os polacos foram uma grande surpresa para mim. Apesar de serem muito conservadores e protectores da sua cultura, um pouco devido aos acontecimentos históricos a que o seu país tem sido sujeito, são um povo simpático, comunicativo e bastante prestável.
Quando se faz um interrail existem várias coisas que são indispensáveis, alguma paciência, umas boas horas de música no telemóvel ou tablet e um bom livro. A viagem de Paris para a segunda paragem nesta minha aventura demorou cerca de doze horas e trinta minutos com duas mudanças de comboio feitas ao estilo de atletismo, 200 metros mochila às costas e ao peito para não perder o comboio. Na verdade, foi uma maneira de entrar no espírito olímpico que se vive do outro lado do mundo. Eram cerca de 23 horas quando cheguei a uma Praga deserta, fria e um pouco húmida. A primeira impressão que causou não foi a melhor contudo, e tal como Paris, nunca nos devemos prender às primeiras impressões quando embarcamos numa viagem sem rumo.
Bom, primeira coisa a estabelecer sobre Praga, não é uma cidade muito grande. Tudo é perto. O meu hostel era junto ao Národní muzeum, museu nacional em checo que se encontra em obras de remodelação e, por isso, encerrado ao público. Na frente deste museu encontramos a Václavské námesti, uma das avenidas mais importantes de Praga e que nos leva ao centro histórico desta cidade. É na praça da cidade velha que esta cidade se começa a revelar. O famoso relógio astronómico, Orloj, que conta com mais de 600 anos de funcionamento, é a principal atração neste local. Este relógio não só informa a hora exata em Praga, como também os signos e a posição do sol e da lua durante o dia. Encontra-se na fachada da torre da antiga câmara municipal. Contudo, o segredo mais incrível desta torre, pelo menos para mim, não se encontra na fachada, mas sim no seu topo. Por cerca de 130 Coroas Checas, ou seja, quatro euros e oitenta cêntimos, é possível subir ao topo da torre e desfrutar de incrível vista da cidade. Apaixonados por miradouros com ótimas vistas, como eu, não podem perder este. Garanto que não se vão arrepender. Dalí de cima começa-se a perceber que a arquitetura da cidade nada tem a ver com as cidades mais ocidentais da Europa, nem mesmo o castelo.
A praça da cidade velha é só o início de uma grande aula de história. Caminhando alguns metros, encontramos a igreja Mathy Bozi pried Tynem. O edifício mais impressionante do estilo gótico em Praga, construído entre o século XIV e XVI. Encontrar o acesso a esta igreja é uma tarefa para os mais pacientes e por isso não vou revelar mais nenhum detalhe sobre esse assunto. A zona a norte da praça é conhecida por ser o bairro judeu. Com cerca de seis sinagogas e um cemitério neste bairro possíveis de visitar, é uma zona a não perder na cidade.
A República Checa é conhecida pelos seus músicos e é no Rodolfinum que se encontra a sede da Filarmónica Checa. Sendo este edifício depois do bairro judeu e junto ao rio, nada melhor que seguir junto ao mesmo até à Ponte de Carlos, um dos símbolos da cidade. Construída no século XIV, esta ponte alberga, atualmente, não só as centenárias esculturas religiosas como também inúmeros caricaturistas e vendedores ambulantes. É através dela que se atravessa da cidade velha para a zona do castelo.
Um castelo, em qualquer lugar do mundo, é construído num local alto e de boa visibilidade. O castelo de Praga não é excepção. É necessário ter alguma energia para subir uma colina cheia de turistas e pequenas lojas de comida e souvenirs. Atualmente, o castelo é a "casa" do presidente, mas desde o século IX que ali habitam reis e presidentes. Decidi não entrar dentro do palácio, fiquei-me apenas pelas muralhas e jardins. Alguns deles com vistas surpreendentes para a cidade. Para os mais corajosos, na montanha ao lado do castelo existe um labirinto de espelhos e uma torre de observação da cidade. Deste lado do rio é também obrigatório parar pelo mural dedicado a John Lennon, pelo museu Frank Kafka e na rua mais estreita de Praga, Certovka, que, na realidade, não passa de um acesso a um restaurante na margem do rio Vltava.
Contudo, a magia de Praga é apenas perceptível quando o sol se põem e as luzes se acendem. A ponte de Carlos e o Castelo quando a noite cai ficam incríveis fundos de postais. São fotos imperdíveis quando se visita esta capacitar europeia.
O verdadeiro encanto de Praga não está apenas nos monumentos nacionais, mas sim em todos os prédios que por ali encontramos. Todos eles contam parte da história da cidade, bem como enchem os olhos de qualquer um com a sua decoração. É fácil encontrar prédios com estátuas, esculturas ou pinturas, restos de um regime comunista ou uma guerra nas suas fachadas e foi esse pormenor que me encantou nesta cidade O simples facto de andar pelas ruas na cidade já se torna uma experiência extremamente enriquecedora. Uma ótima cidade para nos perdermos por entre ruas, becos e pátios escondidos. Os checos são pessoas um pouco frias e sisudas até. É difícil quebrar o gelo com eles, mas, ao contrário dos franceses, estes esforçam-se para ajudar e comunicar com as pessoas. A visita a Praga foi de apenas um dia, tal como Paris. Não diria que me apaixonei por esta cidade checa, digo que deixou algum mistério e um grande ensinamento, o nosso passado como nação pode efluênciar-nos como pessoas. A aventura continua por uma Europa desconhecida e cheia de surpresas...
A verdade é que nas últimas duas semanas muita coisa mudou. Já não estou do
outro lado oceano, encontro-me em território europeu. Não digo Portugal porque já não é esse o caso. Regressei ao nosso canto à beira mar plantado na segunda feira, dia 1 de agosto. Contudo, apenas cheguei eu e uma das minhas malas, a outra encontrava-se perdida no mundo, o que é bastante bom. Depois de reclamar não há muito a fazer, a não ser esperar. Ligava para lá todos os dias, cheguei a ir ao aeroporto ver uma enorme quantidade de malas. Todavia, nenhuma me pertencia, ainda por cima com a roupa toda. Até que, numa nova atitude de desespero, fui na quinta feira, dia 4, voltei ao aeroporto e por, talvez, magia lá estava a mala.
Neste momento devem estar pensar por que raio estava eu com tanta pressa para ter a mala. Mas a explicação é bastante simples. Para além de estar lá grande parte da minha roupa, precisava dessa mesma roupa para uma outra "aventura",uma um pouco mais complicada. Para o Interrail.
Em maio, ganhei um passe de interrail num concurso da representação da união europeia em Portugal. E, antes que o tempo se esgota-se e ter de voltar a estudar, tinha de partir. Assim foi, na última segunda feira, dia 8 , pelas 21:30 na gare do oriente lá estava eu de mala às costas e ao peito, na companhia do meu Sapo para descobrir uma Europa que cada vez está mais esquecida. O suc-expresso levou-me até Hendaye, numa viagem de 14 horas na qual dormir é complicado, pois os bancos não são muito confortáveis. Daí apanhei o TGV até à cidade da luz, Paris. No próximo post contarei como foi a minha estadia por essas bandas.
Por isso, espero que durante as próximas semanas acompanhem está minha aventura pelos comboios e cidades europeias, onde o limite serei eu próprio,( e o dinheiro, mas aí dá-se a volta à questão). Uma das vantagens de viajar sozinho.
Numa cidade tão grande como Toronto todos os fins-de-semana durante a época de verão são sinónimos de actividades ao ar livre. Talvez porque o resto do ano esteja demasiado frio e grande parte do tempo coberto de um manto branco, os "Torontonians" habituaram-se a aproveitar de maneira mais efusiva e no exterior o pouco de bom tempo que têm disponível. Num mesmo fim-de-semana podem chegar a haver 20 eventos em partes diferentes da cidade.
Caso disso é o festival Big on Bloor, decorreu no passado fim-de-semana de 23 e 24 de julho. Um festival organizado por uma comunidade para a comunidade, onde se juntam várias pessoas anónimas, artistas, pequenos negócios que habitam a vizinhança de Bloordale. Trata-se de um dos mais importantes festivais de rua em Toronto, bem como dos mais visitados, com cerca de 100 mil visitas na edição do ano passado.
Neste festival encontramos de tudo um pouco, desde jogos para os mais novos, concertos de artistas desconhecidos da grande maioria do público, até alguns grandes bancos e marcas de ginger ale a oferecer os seus produtos. Por outro lado, todos os projectos que a comunidade desta zona desenvolve são mostrados aqui, bem como os representantes da zona a nível político aproveitam para conversar sobre os problemas que atormentam as pessoas.
Na minha visita a este festival, debaixo de um sol brilhante, sem uma única nuvem a pairar no céu, e com uns incríveis 34º, conheci dois projectos bem distintos, contudo tanto um como o outro bastante inovador e irreverente.
Bonerkill
O Bonerkill é um dos exemplos dos projectos existentes nesta zona feitos pela comunidade e para a comunidade ali presente. Tive a oportunidade de falar com quatro dos seus membros, Pamela, Sylvia, Annie e Kira. Assumem-se como feministas e fazem o seu trabalho para quebrar barreiras. O facto de viverem numa comunidade multicultural, que de logo se notava por elas, três afro-americanas, uma asiática e com um pouco de todo mundo a cumprimenta-las enquanto conversei com elas, faz com que seja necessário integrar toda gente e haja um local para as pessoas desabafarem. Naquele dia no festival estava a desenvolver um Bitching Booth, ou seja, um local onde qualquer um podia ir falar sobre o que quisesse, desde problemas até indecisões, a pessoa é que escolhe e elas apenas ouvem e dão a sua opinião. Uma maneira das pessoas desabafarem e por alguns momentos terem alguém com quem conversar.
Na realidade, já muitas histórias passaram por ali, algumas delas impressionantes. Desde relatos de violações nunca denunciadas a casos de violência doméstica, histórias de guerras entre amigas, histórias de amor e momentos de sinceridade e de cansaço de uma vida escondida. Pamela lembra-se numa edição anterior do festival um senhor asiático com os seus 70 anos se sentar para conversar com ela. “Começou por me contar o porque de estar no Canadá, como tinha vindo cá parar. Falou da vida que teve, onde trabalhou e, de um momento para o outro, não disse nada, apenas ficou a olhar para mim. Agarrei a sua mão e disse-lhe que estava tudo bem, que podia dizer o que quisesse, pois nada do que falamos com as pessoas é falado noutro sítio. É então que, de lágrimas nos olhos e com muito alívio me diz “Sou gay”. Devia ser a primeira vez nos seus 70 anos de vida que ele o dizia em voz alta e isso marcou-me imenso.”
Para um futuro próximo esperam poder continuar a fazer acções como a que fazem no Big on Bloor. Ajudar pessoas é o objectivo desta associação e é assim que querem que continue. São todos vizinhos, família ou amigos, muitos deles imigrantes.
Tal como o nome indica, o segundo projecto que conheci neste festival é algo vívido, garrido, chamativo apesar do seu pequeno tamanho. Julia Alimova, a criadora da Vivid é uma jovem romena que, tal como muitos outros jovens, teve de emigrar para encontrar um futuro melhor. Veio para o Canadá para estudar inglês durante um ano, com tudo isto passaram 5. É ela que produz tudo aquilo que vende, falo de laços e gravatas. A primeira vez que me aproximei da sua banca esta estava a costurar mais um com um pouco de tecido em que o tema era Star Wars.
Compra tecidos de todo mundo numa cidade onde todo o mundo está presente e a partir daí desenvolve os seus trabalhos. Padrões florais, texturas diferentes e filmes são alguns dos seus temas favoritos para desenvolver o seu trabalho. Antes da Vivid, fazia t-shirts através de tipografia. “A era digital veio transformar imenso as nossas roupas, por vezes a maneira antiga é melhor.”, confidenciou-me. Mudou depois de ter estado na Gentlemen’s Expo, aqui em Toronto, onde viu tantos homens com “imenso estilo” e com tantos acessórios diferentes que pensou qual deles ainda podia ser melhorado e tornar-se ainda mais diferente.
Como qualquer grande cidade no mundo, Toronto tornou-se numa cidade multicultural no século passado, continuando-o a ser e fortalecer essa mesma característica de uma forma envolvente e pacífica. Como já afirmei numa publicação anterior, toda gente que vive nesta cidade fá-lo de forma pacífica, independentemente da cultura, raça, opções ou género. Todos se aceitam.
Um dos locais onde mais se pode observar esta incrível dinâmica da cidade é em Kensington Market. Uma espécie de quarteirão transformado num gigante mercado onde muitos imigrantes se estabeleceram e abriram os seus negócios. Uma espécie de Martin Moniz de Lisboa misturado com a famosa Camden Town Londrina. É possível ver ainda restos de uma presença portuguesa neste local bem como a chegada de muitas culturas asiáticas e das caraíbas.
Foi neste mercado que conheci a Bhavna Sham, uma senhora indiana que vive em Toronto há cerca de 6 anos. Apesar de ser indiana e de se orgulhar imenso disso, trocou a sua terra natal na Índia pela Florida nos E.U.A. para poder assegurar um futuro melhor para a sua filha. Na verdade, é a sua filha que a traz a terras canadianas, confidenciou-me. Neste momento, a filha está a estudar na universidade de Toronto e, depois de ter estado afastada algum tempo da mesma, percebeu que tinha de vir ter com ela para poder ajudá-la por estas bandas. E com isto passaram 6 anos que vive em Toronto, e quando me afirmou este facto senti uma felicidade incrível no olhar. Perguntei o porque de ser tão importante o facto de terem passado seis anos e, com o mais sinceros dos sorrisos, obtive uma resposta simples, todavia poderosa, “Estou quase a ganhar a nacionalidade”.
Bhavna é artista visual, mas em Kensington faz tatuagem com Henna e isso orgulha-a imenso. “É uma maneira de mostrar a minha cultura e trabalhar ao mesmo tempo”, é simplesmente isso. Explicou-me que nenhuma noiva na Índia se casa sem ter estas tatuagens e, uma vez, demorou nove horas e meia para fazer os braços e as pernas inteiros de uma noiva. A sua paixão pela sua nação levou-a a querer explicar-me mais sobre a mesma. “As coisas na Índia são muito diferentes. É uma cultura completamente diferente, só línguas oficiais são 24. A comida é diferente, as pessoas são diferentes e os cheiros… os cheiros são tão diferentes dos daqui”, confidenciou-me.
Quando a sua filha acabar o curso espera voltar para a Florida, pois apaixonou-se por aquele local e de lá não quer sair. Talvez venha para Toronto durante o verão posteriormente, mas quem sabe. Nos próximos 10 anos espera crescer ainda mais como artista visual. Sonha em criar tatuagem de henna branca e 3D, um projecto arriscado e inovador mas do qual não desiste.
Os dias de turista começaram! Toronto é uma cidade cheia de sítios para visitar e, depois de uma semana de descanso, lá pus a mala às costas e a máquina fotográfica na mão e fui “turistar” um pouco a cidade. Claro que não fui sozinho, o meu companheiro de viagem SAPO tem sido a minha maior companhia nos últimos tempos.
Ripley’s Aquarium of Canada
O Ripley’s foi o meu primeiro destino na cidade de Toronto. Sou um apaixonado por animais, mais ainda pela vida marinha e, por esse motivo, não podia deixar passar mais um aquário no meu currículo. Este aquário, que abriu portas há cerca de 3 anos, apresenta-nos um pouco de todos os animais que existem não só em águas canadianas, como um pouco por todo o mundo. Dividido em 8 partes com temas diferentes, existem dois que chamam à atenção de qualquer visitante deste aquário, o The Dangerous Lagoon e The Planet Jellies. No The Dangerous Lagoon os visitantes são convidado a entrar num túnel subaquático com uma passadeira rolante de onde podem observar diversas espécies dos famosos tubarões. Existem mesmo avisos para que as pessoas façam sharkselfies e as partilhem com os amigos. Por outro lado, o The Planet Jellies traz até nós um aquário que vai alternando a sua cor de fundo com 5 espécies diferentes de medusas. Este efeito de alternância de cores faz com que as medusas se tornem animais ainda mais mágicos, interessantes e misteriosos.
The CN Tower
A melhor vista aérea que a cidade nos pode dar de si mesma. A verdade é mesmo esta, com 533 metros de altura e um restaurante com uma vista de 360º a 350 metros de altura no seu interior, fazem deste símbolo icónico de Toronto uma das melhores maneiras de observar a cidade, um pouco dos seus arredores e o lago Ontário. Tive o enorme prazer de jantar no restaurante que esta torre alberga e recomendo a todos que tenham oportunidade que o façam.
Podemos dizer que, literalmente, este restaurante não está quieto. Ele roda. À medida que se pode disfrutar de um ótimo jantar pode-se desfrutar de uma vista ainda melhor. O nome 360º vem desse mesmo facto, são 360º de contemplação para uma das cidades mais verde e mais bonita que já visitei. É preciso cerca de 1 minuto para ir da base da torre até ao restaurante e este demora cerca de 72 minutos a dar uma volta completa. É necessário reservar mesa online para que possa desfrutar de uma maravilhosa refeição e vista neste local.
Butterfly Conservatory
Com cerca de 2000 borboletas, de 45 espécies diferentes, a voar livremente numa gaiola gigante que mais nos parece uma floresta tropical é assim que Butterfly Conservatory se apresenta. Um local mágico, cheio de vida e de cor, em que, em qualquer momento, nos pode poisar uma magnífica borboleta na roupa, mala e, quem sabe, na cabeça. Um local peculiar, contudo muito interessante devido à variedade e quantidade de borboletas que nos apresenta. O próprio do meu companheiro de viagem decidiu fazer algumas amigas enquanto andámos por lá perdidos.
O Butterfly Conservatory faz parte do Niagara Parks que se encontra a cerca de 1 hora e 30 minutos de viagem de Toronto.
Niagara Falls
As cataratas que sempre sonhei visitar e finalmente isso aconteceu. Não vou mentir, a ideia que tinha é muito diferente da realidade. Não existe uma, mas sim duas quedas de água, a American Fall e a Canadian Fall. Desculpem-me os americanos, mas a que se encontra do lado canadiano é sem dúvida muito mais bonita. Na realidade, para poder apreciar ambas as cataratas a melhor maneira é fazê-lo do lado canadiano. É um local mágico onde o rio Niagara cai livremente por uma altura de 51 metros e transforma-se na fronteira entre dois países, USA e Canadá. Na verdade, os Estados Unidos são já ali, à distância de uma ponte. Existe um constante queda de “chuva” e é possível aproximar-se das cataratas através de cruzeiros que são realizados no rio.
O som que é produzido naquele local é fascinante, são milhares de litros de água a cair ao mesmo tempo. Um arco-íris sempre no ar, devido à humidade existente, torna o local ainda mais mágico e relaxante.
A poucos quilómetros deste local, existe uma pequena vila chamada Niagara-on-the-lake onde se podem ver as típicas casas destas bandas, bem como a zona de comércio da cidade mantêm características do início do século passado.
About me
Loís Carvalho, 21 anos, Mundo. Existe um sem fim de sítios onde ir, pessoas por conhecer, vidas para viver, sonhos para alcançar, mundos por descobrir.