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Um Absurdo Sem Fim

01
Out15

...

Loís Carvalho

Alma



   
        Sinto-me fragmentado, partido em mil pedaços, pequenos e redundantes. Sem nada, um invólucro vazio, apenas existe espaço no interior. Para onde foste força interior? Para onde foi aquela voz da minha cabeça? Fugiste por perceberes com o que estavas a lidar? Calaste-te porque nada mais havia para dizer? Deixaste-me assim, sem nada sem ninguém, sem coisa alguma e com as coisas todas. Sem tudo e com nada. Sem vida e sem morte.
    Manta de retalhos que aprecio dentro de mim, não sei, não há, não posso, não quero. Tudo o que é deixa de ser, tudo o que era volta a não ser. O que sou, o que fui, o que serei, talvez nada porque um nada que é tudo alguma coisa será. E alguma coisa ao menos é. Pode ser quase nada. Quem me dera ser um inconsciente consciente. Invejo todos esses que vivem assim, com alma mas, sem ela,pensando que a têm e que a sabem tão bem usar. Por fim nada mais que nada são.
     Ohh ceifeira continua sempre a cantar que Pessoa continuará a ouvir-te! Até gostava de te ouvir mas, nem isso eu consigo. Continuai a brincar gato por essas ruas de vida, porque tu pelo menos brincas, já eu só penso.
    Um dia gostava de ser tu, para poder ser eu. Todo desfeito e meio feito, talvez feito inteiro sem nada feito. Talvez apenas mais um invólucro de nada, completamente vazio ou com tudo, quem sabe o que mudará.
     Sei que tudo será, um dia, algo. Talvez será nada, mas sendo nada será alguma coisa, Uma alma retalhada será um algo, apesar de pouco e pequeno, será um monte de retalhos que tentaram unir-se e no fundo não colam a nada, pois não há nada para colar. Nada será bom e suficiente para que se cosam esses retalhos de todas essas almas.
     Espero não ter solução para a solução que quero, preciso que seja solucionada, mas não sei se quero que o seja. 
     Ohh almas inconscientes deste mundo, levai-me para os vossos jardis, deixai-me perder lá e tornai-me um de vós se toda esta dor desaparecer. Serei um dos milhares, mas serei um deles e não um estranho como tenho sido até então. Serei alguma coisa, pelo menos, desta vez.

About me

Loís Carvalho, 21 anos, Mundo. Existe um sem fim de sítios onde ir, pessoas por conhecer, vidas para viver, sonhos para alcançar, mundos por descobrir.

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