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Um Absurdo Sem Fim

06
Jan17

Longe de Casa

Loís Carvalho

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A Maria Farias e a todos aqueles que estão tão longe e tão perto das suas famílias,

 

 

            Era mais uma noite para muitos de nós, uma noite de felicidade para todos aqueles que partilhavam connosco as pedras daquela calçada junto ao rio. Como é incrível que em alturas de festa ninguém se lembra da crise, da guerra e tantos outros problemas que assolam o nosso planeta. E ainda bem, qualquer ser humano precisa de ter pequenos escapes à sua própria realidade para sobreviver. Olhava em meu redor e sentia um misto de solidão e de conforto. Na realidade, e durante os próximos anos, aqueles que me rodeavam serão a minha família longe de casa.

            10… Como eu me apercebia que tinha sido um ano estranhamente incrível, 9… As pessoas que fizeram parte dele, 8… As pessoas que conheci, 7… As pessoas que deixei para trás, 6… Contudo, havia algo que eu não entendia completamente, 5… Algo que me fazia pensar em casa, 4… E como na realidade eu estava tão perto da minha comparado com tantos outros no mundo, 3… Como eu tinha a opção de entrar num autocarro, 2… E em poucas horas estar perto daqueles que são o porto de abrigo, 1… Poucas horas e poder abraçá-los de novo, 0… e um novo ano começava.

           Se por um lado ouvia o estalar do fogo-de-artifício, por outro pensava na sorte que tinha em ter aqueles de quem gosto perto de mim. Nem todos temos essa possibilidade. E, actualmente, somos cada vez menos a tê-la. Imagino como deve ser difícil desembarcar sozinho num local completamente estranho para nós, sem ninguém à nossa espera, sem nada para nos podermos apoiar ou, simplesmente, algo que nos faça sentir seguros. Olhei o fogo-de-artifício enquanto dava mais um gole naquele copo de champanhe que partilhava com tantos outros naquela rua. Era estranho como dentro de mim já não fazia sentido aquilo que estava a acontecer. Não estava triste mesmo sabendo que para trás deixava alguns, estava feliz por estar a juntar outros com quem quero partilhar mais momentos como aquele. 

            Sei que um dia será a minha vez, muito provavelmente. A minha vez de ir, sem ter ninguém à minha espera, sem ter um sítio a que chamar casa, num outro qualquer país deste tão grande mundo. Um sítio em que me sentirei sozinho e onde os telefonemas e as chamadas de vídeo nada vão fazer para apaziguar a saudade ou a solidão. Um sítio onde não terei ninguém a quem recorrer nas horas de maior aperto, nem um corpo para abraçar dos dias mais tristes. Onde apenas serei eu e o mundo, pelo menos durante uns tempos. Se há uma qualidade que nós, seres humanos, temos e que me fascina imenso é o poder de criar laços. O facto de não gostarmos de estar sozinhos no mundo faz-nos conhecer pessoas, torna-las nossas e parte da nossa família. Amigos que estarão lá para tudo, incluindo “substituir” a própria família nos momentos em que mais precisávamos dela.

           Finalmente o fogo-de-artifício tinha acabado e sentamo-nos a observar o rio a passar por nós. Na realidade, nenhum de nós estava em casa, uns mais longe que os outros é certo, contudo, sentíamo-nos em casa. Abraçámo-nos e trocámos olhares entre nós. E as lágrimas de saudades que deixávamos cair por a família estar longe eram substituídas por sorrisos, pois sabíamos que não estávamos sozinhos.

09
Jul16

Destino: Canadá

Loís Carvalho

Hey Pessoal, 

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              Para começar, dizer que este verão vai ser algo de muito intenso e cheio de novas emoções, sítios e pessoas.

         Por falar em pessoas novas está na altura de conhecerem o meu novo companheiro de viagem, o SAPO. Durante este verão ele irá passear comigo para onde for, tirar fotos, andar pelo snapchat e quem sabe, por algum motivo, escrever no Absurdo. 

            A verdade é que a aventura já começou. Escrevo-vos do outro lado do oceano atlântico, um pouco mais a norte que Portugal, directamente do Canadá, mais propriamente de Toronto. Esta vai ser a minha casa durante as três próximas semana. O que quer dizer que até dia 31 de julho estarei pelas terras das panquecas com maple syrup e do Tim Hortons para vos contar como são as coisas deste lado.

         Saí de Lisboa na passada sexta-feira, dia 8, às 16 horas. O facto de viajar durante a tarde toda alterou um pouco a dinâmica do corpo, pois apesar de a viagem durar cerca de 8 horas, como existe um diferença horária de 5 horas, cheguei aqui eram cerca das 19 horas locais. Significava que para o meu corpo era meia-noite. Apesar de não ser uma pessoa que sofre muito com o chamado “Jet Lag” , o corpo acaba sempre por ressentir o maior número de horas acordado.

     

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 A viagem de avião correu muito bem. É sempre importante trazer algo para nos entretermos, pois 8 horas confinados num espaço reduzido como é um avião pode tornar-se cansativo e maçador. Uma boa playlist, um bom livro, alguns jogos no ipad, um filme ou quem sabe um caderno para escrever e desenhar podem ser sempre boas soluções.

          A chegada ao Canadá e do pouco que já vi e entendi, tudo é um pouco diferente. Desde o controlo da entrada de estrangeiros à própria comida, passando pelas auto-estradas de 9 vias de trânsito em cada sentido e a construção das casas, existe muito pouca coisa que se assemelhe ao nosso Portugal. E isso é bom. O diferente torna tudo mais interessante.

         Como não podia deixar de ser, o sapo e eu queríamos algumas recordações desta grande viagem transatlântica, por isso deixo-vos aqui algumas fotos que tirámos com a tripulação de bordo do nosso avião.

 

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Loís Carvalho, 21 anos, Mundo. Existe um sem fim de sítios onde ir, pessoas por conhecer, vidas para viver, sonhos para alcançar, mundos por descobrir.

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