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Um Absurdo Sem Fim

07
Set16

Não tens medo?

Loís Carvalho

Não tens medo?

 

Hey Pessoal,

 

            A pergunta que mais vezes me fizeram nos últimos tempos quando falo do InterRail foi “Não tens/tiveste medo?”. O facto de ter viajado sozinho pela europa, sem um rumo propriamente traçado, sem nada planeado, apenas eu, o Sapo e uma mochila às costas espantou muitos dos que se cruzaram no meu caminho, tanto em viagem, como já em Portugal. Viajar sozinhos faz-nos entender muita coisa sobre nós próprio, o mundo e as pessoas que nele habitam. E por isso, esta publicação vai ser dedicada às coisas que aprendi nesta minha aventura europeia.

           

             Quase nunca estás sozinho

            Começando por desconstruir o mito número um de viajar sozinho, a verdade é que só estás sozinho quando realmente o desejas. Existe centenas de pessoas, para não dizer milhares, a viajar sozinhos e no mesmo sitio que tu. Quer sejam turistas ou locais, há sempre alguém com quem vais meter conversa e se vai tornar teu amigo durante algumas horas ou dias. Por vezes, acabas mesmo por conhecer uma cidade ou apenas beber uma cerveja num parque algures na companhia de um estranho, que deixou de ser assim tão estranho. Tive muitos momentos de solidão na nesta minha viagem, principalmente na parte das viagens de comboio por incrível que pareça contudo, guardo recordações de pessoas dos quatro cantos da europa e do mundo. Desde duas irmãs americanas, a um neo-zelândes, passando por coreanos, japoneses, tailandeses, indianos, canadianos, polacos, franceses, belgas, húngaros, checos, alemães, espanhóis e mexicanos. Não foi uma viagem pela Europa, foi um pouco pelo mundo também.

 

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            Não há zona de conforto

            A ideia de zona de conforto que temos no nosso cantinho sossegados deixa de existir. Na realidade, a nossa zona de conforto torna-se tão grande que não percebemos que esta já não existe. Ao viajar sozinhos apercebemo-nos que somos capazes de fazer mais do que aquilo que realmente achávamos, principalmente se não levarmos nada programado. Saber que não há “ninguém” que te possa ajudar porque estás sozinho, torna-te mais responsável, atento e perspicaz. Gerires o orçamento da viagem, marcar dormidas, saber onde tens de ir, acabam por ser tarefas que te ensinam pequenos truques para a vida.

 

Enjoy the view

             Afinal ainda há fé na humanidade

            Muitas vezes achamos que o mundo está perdido, que apenas existem pessoas más e terríveis. E por vezes a vida encarrega-se de nos dar uma “lambada” e ensinar-nos que não é bem assim. É fácil encontrar pessoas que te queiram ajudar quando estás sozinho. É óbvio que algumas podem não ter as melhores intenções contudo, tens de aprender a perceber se podes confiar nelas ou não. No caminho para Cracóvia conheci um rapaz de Cracóvia que me levou da estação ao hostel onde iria ficar. Quanddo no fim queria pagar-lhe alguma coisa, tipo um café ou assim, apenas me respondeu “Não é preciso, apenas quero que as pessoas tenham uma boa ideia dos polacos”. Por vezes apenas temos de dar uma chance para o mundo nos surpreender.

 

            Segue o teu instinto

            Não planeies, não reserves com meses de antecedência, não entres em pânico, simplesmente liga o “descomplicometro” e aproveita. Se aquele bar não parece seguro, não vás. Se a achas a rua demasiado escura, procura outra. Aquela pessoa não parece de confiança, encontra outro alguém. Por vezes o instinto é o nosso melhor amigo.

 Make your own planes

             Vai onde queres e não olhes para onde não queres

            Uma das coisas que adorei nesta viagem foi o facto de ter o poder de decidir o que quero fazer. Estar apenas dependente de nós e dos nossos gostos torna a viagem muito mais interessante. Ninguém se vai queixar se quiseres ficar duas horas a olhar para um quadro num museu, nem se quiseres ficar sentado a ver o pôr-do-sol ou mesmo se quiseres estar um final de tarde num qualquer parque de uma cidade, deitado na relva a ler um livro. O tempo é teu amigo e tu és dono dele. Faz aquilo que mais te dá prazer e aproveita cada segundo.

 

Freedom

 

            Liberdade

            Muitos pensamos que vivemos uma vida livre mas, quando olhamos à nossa volta, percebemos que na realidade vivemos aquilo que esperam de nós. Viajar sozinho vai relembrar-te que tu tens na tua mão os caminhos que queres seguir. Ninguém pode decidir por ti e a essa prisão de expectativas em que vives tem uma chave, apenas tens de olhar para o teu próprio bolso e abrir a porta.

 

Sapo Europa.jpg

 

            Age como um local

            A verdade é que as pessoas só vão saber que és um turista se tu quiseres. Este foi um conselho que duas amigas americanas que conheci em Paris me deram. Não estás num grupo com guia, não precisas de andar sempre de mapa em punho, na realidade tens tudo para ser mais um na multidão. Não te atrapalhes, confia em ti, as pessoas só vão perceber quando tu falares inglês em vez da língua local. Em quase todos os países por onde passei tive esta experiencia e acreditem que nos torna mais felizes.

             

Be a local

 

 

             Simplesmente aproveita

            Podes ser quem tu quiseres durante a viajem, ninguém que te importe te poderá julgar. Aproveita cada segundo, cada sorriso, cada paisagem, cada rio, cada palácio, cada museu, cada pessoa que se cruza contigo, cada vez que te perdes numa cidade, cada beijo, cada noite e cada dia. Simplesmente aproveita-te. Aproveita para te conhecer e para perceberes o teu lugar no mundo. No fim, mesmo de depois de queres desistir ao 3º dia ou de te teres sentido sozinho um milhão de vezes, vais querer repetir a experiência que a solidão te trouxe. Vais querer sair à rua, numa cidade completamente estranha, com os fones nos ouvidos a ouvir aquela música que é tua naquele momento e vais largar um sorriso sem te aperceberes. Porque na realidade, estás a sentir que a vida finalmente te está a dar um verdadeiro momento só teu. Vais te sentir, (e desculpem a quote), infinito.

 

02
Ago16

Big on Bloor

Loís Carvalho

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Hey Pessoal,

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            Numa cidade tão grande como Toronto todos os fins-de-semana durante a época de verão são sinónimos de actividades ao ar livre. Talvez porque o resto do ano esteja demasiado frio e grande parte do tempo coberto de um manto branco, os "Torontonians" habituaram-se a aproveitar de maneira mais efusiva e no exterior o pouco de bom tempo que têm disponível. Num mesmo fim-de-semana podem chegar a haver 20 eventos em partes diferentes da cidade.

            Caso disso é oIMG_9974.JPG festival Big on Bloor, decorreu no passado fim-de-semana de 23 e 24 de julho. Um festival organizado por uma comunidade para a comunidade, onde se juntam várias pessoas anónimas, artistas, pequenos negócios que habitam a vizinhança de Bloordale. Trata-se de um dos mais importantes festivais de rua em Toronto, bem como dos mais visitados, com cerca de 100 mil visitas na edição do ano passado.

            Neste festival encontramos de IMG_9972.JPGtudo um pouco, desde jogos para os mais novos, concertos de artistas desconhecidos da grande maioria do público, até alguns grandes bancos e marcas de ginger ale a oferecer os seus produtos. Por outro lado, todos os projectos que a comunidade desta zona desenvolve são mostrados aqui, bem como os representantes da zona a nível político aproveitam para conversar sobre os problemas que atormentam as pessoas.

            Na minha visita a este festival, debaixo de um sol brilhante, sem uma única nuvem a pairar no céu, e com uns incríveis 34º, conheci dois projectos bem distintos, contudo tanto um como o outro bastante inovador e irreverente.

           

Bonerkill     

           

            O Bonerkill é um dos exemplos dos projectos existentes nesta zona feitos pela comunidade e para a comunidade ali presente. Tive a oportunidade de falar com quatro dos seus membros, Pamela, Sylvia, Annie e Kira. Assumem-se como feministas e fazem o seu trabalho para quebrar barreiras. O facto de viverem numa comunidade multicultural, que de logo se notava por elas, três afro-americanas, uma asiática e com um pouco de todo mundo a cumprimenta-las enquanto conversei com elas, faz com que seja necessário integrar toda gente e haja um local para as pessoas desabafarem. Naquele dia no festival estava a desenvolver um Bitching Booth, ou seja, um local onde qualquer um podia ir falar sobre o que quisesse, desde problemas até indecisões, a pessoa é que escolhe e elas apenas ouvem e dão a sua opinião. Uma maneira das pessoas desabafarem e por alguns momentos terem alguém com quem conversar.

            Na realidade, já muitas histórias passaram por ali, algumas delas impressionantes. Desde relatos de violações nunca denunciadas a casos de violência doméstica, histórias de guerras entre amigas, histórias de amor e momentos de sinceridade e de cansaço de uma vida escondida. Pamela lembra-se numa edição anterior do festival um senhor asiático com os seus 70 anos se sentar para conversar com ela. “Começou por me contar o porque de estar no Canadá, como tinha vindo cá parar. Falou da vida que teve, onde trabalhou e, de um momento para o outro, não disse nada, apenas ficou a olhar para mim. Agarrei a sua mão e disse-lhe que estava tudo bem, que podia dizer o que quisesse, pois nada do que falamos com as pessoas é falado noutro sítio. É então que, de lágrimas nos olhos e com muito alívio me diz “Sou gay”. Devia ser a primeira vez nos seus 70 anos de vida que ele o dizia em voz alta e isso marcou-me imenso.”

          Para um futuro próximo esperam poder continuar a fazer acções como a que fazem no Big on Bloor. Ajudar pessoas é o objectivo desta associação e é assim que querem que continue. São todos vizinhos, família ou amigos, muitos deles imigrantes.

 

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Vivid

 

            Tal como o nome indica, o segundo projecto que conheci neste festival é algo vívido, garrido, chamativo apesar do seu pequeno tamanho. Julia Alimova, a criadora da Vivid é uma jovem romena que, tal como muitos outros jovens, teve de emigrar para encontrar um futuro melhor. Veio para o Canadá para estudar inglês durante um ano, com tudo isto passaram 5. É ela que produz tudo aquilo que vende, falo de laços e gravatas. A primeira vez que me aproximei da sua banca esta estava a costurar mais um com um pouco de tecido em que o tema era Star Wars.

            Compra tecidos de todo mundo numa cidade onde todo o mundo está presente e a partir daí desenvolve os seus trabalhos. Padrões florais, texturas diferentes e filmes são alguns dos seus temas favoritos para desenvolver o seu trabalho. Antes da Vivid, fazia t-shirts através de tipografia. “A era digital veio transformar imenso as nossas roupas, por vezes a maneira antiga é melhor.”, confidenciou-me. Mudou depois de ter estado na Gentlemen’s Expo, aqui em Toronto, onde viu tantos homens com “imenso estilo” e com tantos acessórios diferentes que pensou qual deles ainda podia ser melhorado e tornar-se ainda mais diferente.

 

 

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26
Jul16

Bhavna Sham, Índia

Loís Carvalho

Hey Pessoal,

 

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            Como qualquer grande cidade no mundo, Toronto tornou-se numa cidade multicultural no século passado, continuando-o a ser e fortalecer essa mesma característica de uma forma envolvente e pacífica. Como já afirmei numa publicação anterior, toda gente que vive nesta cidade fá-lo de forma pacífica, independentemente da cultura, raça, opções ou género. Todos se aceitam.

 

            Um dos locais onde mais se pode observar esta incrível dinâmica da cidade é em Kensington Market. Uma espécie de quarteirão transformado num gigante mercado onde muitos imigrantes se estabeleceram e abriram os seus negócios. Uma espécie de Martin Moniz de Lisboa misturado com a famosa Camden Town Londrina. É possível ver ainda restos de uma presença portuguesa neste local bem como a chegada de muitas culturas asiáticas e das caraíbas.

 

 

             Foi neste mercado que conheci a Bhavna Sham, uma senhora indiana que vive em Toronto há cerca de 6 anos. Apesar de ser indiana e de se orgulhar imenso disso, trocou a sua terra natal na Índia pela Florida nos E.U.A. para poder assegurar um futuro melhor para a sua filha. Na verdade, é a sua filha que a traz a terras canadianas, confidenciou-me. Neste momento, a filha está a estudar na universidade de Toronto e, depois de ter estado afastada algum tempo da mesma, percebeu que tinha de vir ter com ela para poder ajudá-la por estas bandas. E com isto passaram 6 anos que vive em Toronto, e quando me afirmou este facto senti uma felicidade incrível no olhar. Perguntei o porque de ser tão importante o facto de terem passado seis anos e, com o mais sinceros dos sorrisos, obtive uma resposta simples, todavia poderosa,  “Estou quase a ganhar a nacionalidade”.

 

            Bhavna é artista visual, mas em Kensington faz tatuagem com Henna e isso orgulha-a imenso. “É uma maneira de mostrar a minha cultura e trabalhar ao mesmo tempo”, é simplesmente isso. Explicou-me que nenhuma noiva na Índia se casa semIMG_9908.JPG ter estas tatuagens e, uma vez, demorou nove horas e meia para fazer os braços e as pernas inteiros de uma noiva. A sua paixão pela sua nação levou-a a querer explicar-me mais sobre a mesma. “As coisas na Índia são muito diferentes. É uma cultura completamente diferente, só línguas oficiais são 24. A comida é diferente, as pessoas são diferentes e os cheiros… os cheiros são tão diferentes dos daqui”, confidenciou-me.

 

          

       Quando a sua filha acabar o curso espera voltar para a Florida, pois apaixonou-se por aqueleIMG_9913.JPG local e de lá não quer sair. Talvez venha para Toronto durante o verão posteriormente, mas quem sabe. Nos próximos 10 anos espera crescer ainda mais como artista visual. Sonha em criar tatuagem de henna branca e 3D, um projecto arriscado e inovador mas do qual não desiste.

 

 

 

28
Abr16

Kevin, 22

Loís Carvalho
Hey Pessoal,
 
Depois de algum tempo de interregno, como é costume nas minhas publicações, volto ao trabalho. Desta vez para vos contar a história de alguém que conheci pelas ruas de Lisboa.
 
Era mais um dia para me perder por Lisboa, o sol e o calor já começavam a chegar e, então, decidi ir ao miradouro da Senhora do Monte para desfrutar da minha vista preferida da cidade. Lá encontrei o Kevin,à primeira vista talvez me passasse despercebido é verdade, mas com o decorrer do tempo fiquei colado ao seu trabalho. Para muitos, apenas mais um artista derua, para mim, um verdadeiro artista. Decidi meter conversa com ele para perceber como veio parar aquele local.
O Kevin é um artista espanhol, vindo de Vigo, na Galiza, com 22 anos e já meio mundo no bolso. Digamos que é um muralista sempre que pode, pois essa é a sua verdadeira paixão em termos artísticos, e um artista A4 e A3 quando tem de ser. É a primeira vez que pisa solo lisboeta, contudo, confidenciou-me que, apesar de sermos um pouco diferentes dos espanhóis, sente que os dois países têm mais em comum do que as pessoas imaginam. Uma das principais diferenças entre os dois povos é a abertura ao mundo. Os portugueses são pessoas muito abertas, aceitam a vida como é e pouco lhes importa o que os outros pensam sobre eles. Sabem viver e conviver com toda a gente, independentemente da sua origem ou escolhas.
Lisboa tornou-se uma cidade apaixonante para este rapaz, uma vez que adora viajar e esta consegue ser a casa de pessoas de todomundo. Denominou-a mesmo de “Lisboa Policultural”, onde todas as culturas estão presentes e misturadas em bom ambiente. Comentou que nunca o iria encontrar em sítios como chiado ou a baixa, pois esse tipo de aglomerado não são bem a sua onda, gosta de sítios mais amplos e Lisboa tem óptimos miradouros para tal.
Viajar é a sua vida, por vezes, como acontece em Portugal, consegue ficar em casa de amigos, contudo muitas das vezes que viaja por Espanha e pela Europa vai na sua furgoneta acompanhado pelo seu cão e esta passa a ser a sua humilde casa. Sair da sua zona de conforto enriquece-o, assim como o ajuda a crescer artística e criativamente. Raramente escolhe um destino,“deixa-se levar pela maré”, dando-lhe tempo para pensar e aproveitar os momentos que vive a solo. Por vezes encontra situações que nunca pensaria que existissem senão as tivesse vivido, como em Tenerife onde viu pessoas a viverem covas na praia num espécie de vida perdida pelo mundo ou em São Paulo, no Brasil, em que as crianças da favela vivem numa espécie de corda bamba todos os dias, entre a cadeia e a escola.
Depois de já ter passado quase uma hora de conversa, perguntei-lhe o que se via a fazer em 10 anos, uma pregunta da praxe, mas que muitas vezes a resposta é difícil de dar. No caso do Kevin, ele apenas quer estar satisfeito com aquilo que faz, poder ajudar os outros através da sua arte e pintar. Pintar murais pelo mundo com a ajuda das pessoas locais.

 

            Não consegui dizer um até já sem antes comprar um das suas obras de arte, que mudam o tema consoante a cidade onde se encontra, e saber que estará por Lisboa até julho. Quem sabese não o encontrarei por um outro miradouro de Lisboa, quem sabe se não encontrarei numa outra qualquer parte do mundo.






06
Fev16

The George

Loís Carvalho
 Hey Pessoal,


                Apesarda minha paragem aqui, a minha vida como gapper não tem parado. Trabalho todosos dias, comecei a estudar para o único exame que vou fazer e tenho aproveitadopara conhecer alguns restaurantes e cafés que existem pela nossa capital.Normalmente, como já devem ter reparado, procuro aqueles que me possamproporcionar experiências gastronómicas um pouco diferentes das portuguesas.Desta vez, depois da Foccacia in Giro, apresento-vos o The George.  
                OThe George, um pub bastante intimista localizado no coração da vida lisboeta,surpreende-nos logo com o seu ar sóbrio, contudo bastante requintado. Oconjunto de arcarias pombalinas misturadas com referências à cidade de Londrese ao Reino Unido, transportam-nos para uma realidade paralela onde podíamosimaginar o Marquês de Pombal a saborear uma Carling ou uma London Pride. Eu,como apaixonado pela UK que sou, deliciei-me só de entrar naquele lugar. Foirecebido por um empregado bastante simpático que me acompanhou até a uma dasmesas corridas que existem no bar. Há também a opção de ficar em sofás epoltronas, mas estavam todos reservados naquela noite.
   
Ovo Benedict
     Apósuma leitura atenta à ementa bastante adequado à temática do bar, decidi pediruns ovos benedict, para entrada, e uma sandes club como prato principal. Paraacompanhar, como não podia deixar de ser, uma cerveja Carling, algo bastantebritânico, muito menos alcoólica que a cerveja portuguesa, porém bastanteagradável na mesma. Não demorou muito até me ser servido o ovo benedict numapedra de xisto, onde o empratamento era incrível. Ao dar a primeira garfada omeu paladar juntou-se à minha imaginação numa viagem pelos tradicionais pratosingleses. O molho holandês que acompanha este prato faz a ligação perfeitaentre o ovo no ponto e o muffin estaladiço. Uma combinação perfeita entre ovo,salmão fumado, queijo cheddar e molho holandês fazem-me dar nota 11 numa escalade 0/10 a este prato. 
Sandes Club
Terminada a entrada, era tempode receber o meu prato principal, que, apesar de ser uma sandes, não deixa nadaa desejar. Ao primeiro olhar percebemos que não se trata de um pão qualquer,mas sim de pão brioche. Por si só vale alguns pontos extras, a meu ver. Maisuma vez, a apresentação do prato é um ponto forte. Era possível distinguir cadaingrediente que compunha a sandes. O frango grelhado no ponto, a frescura daalface e do tomate e mais uma vez o molho faziam o sabor desta sandes ser debradar aos céus. As batatas fritas ou chips, como vinha no menu, são um toquemuito agradável.
Faltava apenas mais uma faseneste meu jantar britânico, a sobremesa. Pedi uma tarte de maçã com gelado demaçã reineta. O sabor desta confecção era bastante encantador, apesar da faltade ligação entre as maçãs e a massa da tarte. O gelado de maçã reineta valiapor toda a sobremesa. Pensei que teria de assaltar a cozinha num outro dia parapoder deliciar-me com mais umas quantas colheres deste incrível gelado.
Tarte de maçã com gelado de maçã reineta
Após a refeição e com a bebidano fim, decidi pedir uma sugestão ao empregado simpático que me atendeu duranteo jantar para mais uma cerveja. Pedindo-lhe apenas que me trouxesse algosurpreendente. Foi-me trazido uma Bavaria Weiss de 1927, uma reserva deselecção da Super Bock.

                OGeorge é, usualmente, palco de pequenos concertos que acompanham o jantar e anoite de quem quiser ali permanecer. Celebrou muito recentemente o seu 1º aniversárioe acredito que celebrará muitos mais para que traga o melhor da culturabritânica à nossa capital.


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Morada
Rua do Crucifixo 58, Chiado, Lisboa
Telef. +351 213 460 596

07
Dez15

Feira das Almas

Loís Carvalho



Hey Pessoal,



      Estamos a chegar àquela altura muito especial do ano, o Natal! Lisboa é, por esta altura, uma cidade com ainda mais vida que o costume. As luzes e as árvores de natal já encheram a cidade, as músicas de natal ouvem-se em todos os cantos e os mercados de rua emergem em cada esquina. Muitos destes mercados já existem durante todo o ano, mas, por força das circunstâncias, nesta altura do ano tornam-se ainda mais movimentados. No fim-de-semana passado, dia 5 e 6, fui até a um desses mercados. 
   Feira das Almas, engane-se quem pensar que se trata de um mercado ligado ao exoterismo. Trata-se de um mercado  alternativo, onde novos projectos, designers, artesãos ou artistas mostram o que de melhor sabem fazer. Amantes do estilo vintage podem ter encontrado um novo sítio para comprar roupa e acessórios, assim como as pessoas que procuram algo diferente e alternativo à realidade das lojas nos centros comerciais. A inovação de cada uma das mais de 50 bancas por feira é bem visível desde que entramos na taberna, bem como a irreverência de alguns dos seus visitantes. O espaço em si é mais uma das boas razões para visitar  este pequeno mercado. A música que se ouve em todo espaço, tocada quer por um Dj, ou por uma banda em ascensão, faz da Feira das Almas um sítio bastante agradável para conviver, bem como uma óptima opção para um sábado ou domingo à tarde. 
   Acontece todos os primeiros fins-de-semana de cada mês, na Taberna das Almas, no  Regueirão dos Anjos. A maneira mais fácil de chegar a este mercado é ir de metro até à estação dos Anjos e depois perguntar num qualquer café da rua onde é a Taberna das Almas, pois o sítio em questão passa bastante despercebido. Nos próximos dias 19 e 20 de Dezembro haverá uma nova edição desta feira por causa do Natal. 
   Na minha visita de dois dias a esta feira, pois algumas bancas mudam de um dia para o outro, houve duas que me chamaram especialmente à atenção pelas suas ideias simples, mas bastante originais.



Frascos com Alma

     
    Tal como me foi descrito pela sua criadora, a Vanda, os frascos com alma são algo frágil, contudo poderosos ao mesmo tempo. Trata-se de pequenos frascos, neste momento existem 10 tipos diferentes de frascos, (Motivação, Sonhos, 2016, Power, Amizade, Felicidade, Gratidão, Amor, O Meu Frasco com Alma e o Personalizável), com pequenas perguntas, frases, mensagens ou até mesmo vazios à espera que os preencha. Quem sabe uma viagem à Índia comece com um frasco destes ou uma dose de motivação adicional por mês esteja enfrascada na sua mesa de cabeceira. Está nas mão de quem compra libertar a magia de cada um destes frascos. 
    A maneira como a Vanda fala das suas pequenas grandes criações é impressionante, pois demonstra toda a dedicação, entrega e paixão que enfrasca  em cada uma das criações. Confidencio-me que, na realidade, cada frasco que faz leva um pouco de si, pois foram as experiências que teve e as coisas que aprendeu  até agora que coloca em cada mensagem, apesar de ainda ser muito jovem. Posso vos dizer que, de algumas mensagens que li, a Vanda sabe exactamente o que escrever nas pequenas frases e onde estas vão tocar nos leitores. No meu caso, foi-me oferecido um frasco Power, com uma tampa que diz a celebre frase de Obama, " Yes, I Can!". Com doze perguntas especiais no seu interior, uma por cada mês do ano, para serem respondidas de forma honesta, de maneira ao meu poder interior ser activado. 





Purple Pineapple

     Para além do nome engraçado, a Purple, tem cadernos, agendas, stickers, ilustrações, travel planners bastante irreverentes. Digamos que cada um dos objetos desta banca parecia ter acabado de sair de um tumblr bastante hipster. Os meus olhos ficaram maravilhados com todas aquelas ilustrações nas capas de cada uma das coisas expostas pois, todas elas, demonstram uma grande criatividade por parte das suas criadoras. Apesar de bastante simples, são incrivelmente mágicas. Algumas literalmente, pois existe uma linha de artigos da sua colecção ligada à  temática do bruxo mais famoso de sempre, Harry Potter. 
       Mais uma vez, apaixonei-me por diversos artigos desta marca, a agenda com o brasão de Hogwarts e um travel planner foram os dois que me chamaram mais atenção. Mas, na altura de comprar, achei que o travel planner será muito mais necessário este ano. A simpatia com que fui atendido foi incrível e, apesar de não terem uma loja no mundo real, é possível encontrar esta marca em diversas feiras por Lisboa, bem como online, através do Facebook.

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04
Dez15

Amorino, amor pelos gelados

Loís Carvalho
Hey Pesssoal,


      Viver na nossa capital tem coisas maravilhosas. Há sempre sítios novos para ver, teatros, museus, exposições, feiras, restaurantes onde ir e, claro, sobremesas novas para provar. Quem me conhece sabe bem que sou um guloso, mas daqueles assumidos e mesmo muito grande. É incontrolável, qual seria a piada de ir a um novo restaurante e não provar as suas sobremesas? 
      Desta vez, não se tratou de um restaurante, mas sim de uma gelataria. Para mim pouco me importa que seja verão ou inverno, gelados são sempre gelados. Num dos dias em que tive a oportunidade de sair mais cedo do trabalho e  fazia o meu percurso para apanhar o meu querido 202, percebi que a Amorino da rua Garret ainda estava aberta. Ao entrar percebemos logo que vamos ser bem recebidos.  A simpatia e alegria dos funcionários é contagiante, são dos empregados desta área mais felizes, ou pelo menos parecem-no. Um ponto bastante positivo é que apenas pagamos o tamanho do copo/cone, depois podemos escolher todos os sabores que quisermos dos mil e um que nos apresentam. Aconselho um copo médio ou grande para poderem provar um maior número e sabores. Escolhi um copo grande e pedi 7 sabores diferentes, Speculoos, uma mistura de gelado e bolacha, Tiramisú, Café, Stracciatella, Nocciola, Cioccolto Biológico e Ciocolato Amorino. Existem também muitos outros sabores de frutas e mais dois tipos e chocolate de leite. No caso de quem pede um cone, os vários gelados que pedem formaram uma flor, algo bastante artístico e meticuloso, 
          Em relação ao preço/qualidade, tenho a dizer que, apesar de o preço ser um pouco mais alto que em outras gelatarias, a qualidade dos gelados é muito superior, estando bastante adequado. 

25
Nov15

De Lisboa à Eslovénia, passando pela Irlanda

Loís Carvalho
Hey Pessoal,


    Se se estão a perguntar se eu fiz uma viagem pela Europa deixem de perguntar, pois, infelizmente, isso não aconteceu. Não é necessário sair de Lisboa para dar a volta ao mundo em 8 horas. A diversidade cultura da nossa capital tem progredindo exponencialmente, tanto devido aos imigrantes, como aos estudantes de Erasmus. 
     Mais uma vez, a história de hoje passou-se numa noite, não depois do trabalho, mas sim, numa noite de diversão. Pela primeira vez na vida saí à noite sozinho, coisa que não me arrependo nada de ter feito. Aliás, é uma ótima razão para tentar fazer novos amigos e não nos sentirmos tão sozinhos. Depois de uma visita rápida a alguns bares no Bairro Alto, como "A Capela", que, desde já, recomendo uma visita quando passarem por Lisboa, desci até ao Cais do Sodré. Aí, encontrei um Irish Pub com música ao vivo, o O'Gilins. O O'Gilins é um típico Irish Pub onde a maioria dos clientes são estrangeiros, apesar dos portugueses começarem a apreciar este tipo de bares. Ao entrarmos no Pub somos transportados para a Irlanda como que por magia de um "leipreachán", sem nunca sairmos do Cais do Sodré. Todas as sextas e sábados oferece-nos pequenos e incríveis concertos de música irlandesa. Entre música, conversas e gargalhadas passaram-se duas horas de bom ambiente e disposição. Um Pub com imensa personalidade, simpatia, boa música, imensos tipos de cerveja. Espero um dia voltar, mais cedo, para puder desfrutar de um jantar pois, este Pub é também conhecido pela sua comida, fiquei eu a saber naquela noite.
      Quando o concerto acabou no O'Gilins, decidi que já estava na hora de ir para casa, pois trabalhava no dia  a seguir. Como costume, lá fui eu apanhar o meu 202, desta vez ali mesmo no Cais. Desta vez, tive o prazer de conhecer não uma, mas três raparigas super simpáticas, a Sara, a Veronika e a Tamara. Vêm da Eslovénia e, tal como muitos outros jovens, estão em Lisboa devido ao programa ERASMUS. Todas eles estudam sociologia  e escolheram o nosso país por ser o único que aceitava as três na mesma faculdade. Perguntei o que estavam a achar de Lisboa, já que a escolha tinha sido por aqueles motivos e não pela cidade em si. Tal como muitos outros, responderam-me que era uma cidade maravilhosa, muito bonita e barata em comparação com outras capitais europeias. Confidenciaram-me  que, ao contrário do que ouvem sobre Portugal, as pessoas têm sido um bocado rudes com elas, tanto nas lojas como no metro. Claro que tentei desculpar todos esses meus compatriotas, é normal que, por vezes, nos transportes públicos as pessoas estejam de mau humor, quer seja de manhã porque cedo, quer seja ao fim do dia depois de um dia de trabalho. 
            Depois de mais uns minutos de conversa, e já dentro do autocarro, houve outro assunto que veio à baila na conversa. O patriotismo, o tradicionalismo e o saudosismo  português. Estas três raparigas da Eslovénia vêem os portugueses  como um povo bastante patriota e agarrado à sua língua. Por diversas vezes já ouviram comentários típicos de um qualquer português, "Estás em Portugal, falas Português". Têm, mesmo, um professor na faculdade que as obriga a assistir às aulas em português, Talvez tenha a esperança que aprendamos português em seis meses só a ouvi-lo falar, disseram enquanto soltavam um gargalhada. Quem sabe, talvez se vocês falarem em eslovaco para ele durante seis meses ele aprenda também, retorqui na brincadeira. 

Aqui fica um video de um dos melhores momentos da noite no O'Gillins, onde podem (tentar) ver as a animação, pessoas a dançar nas mesas e a cantar. Desculpem a má qualidade do video, mas foi o possível.
08
Nov15

Viagem de Autocarro: Tânia

Loís Carvalho



Hey Pessoal,

     Uma das coisas que mais gosto de viver em Lisboa é o facto de em "todos os cantos" conhecer alguém novo, ter um conversa de momento e despedir-me com um "até à próxima", pois não sabes se irás, algumas vez na vida, reencontrar essa pessoa. O autocarro que apanho todas as noites após o trabalho tem-me proporcionado momentos como esse já por diversas vezes. E, como conhecer pessoas se trata de uma parte muito importante deste meu ano, decidi que começarei a descrever essas pessoas e encontros para vocês.
      Neste domingo, no meu 202 da meia noite e meia, conheci a Tânia. Uma jovem arquiteta de Coimbra, que fez o estágio do seu curso cá no mês passado e por isso decidiu vir visitar os amigos. A conversa começou pelo simples facto de ela não saber se na paragem do Largo Camões parava o 202, pois tinha queria apanhar o autocarro. Disse-lhe que sim, mas que sendo sábado para domingo à noite o autocarro podia demorar, demora sempre nestes dias. Ela explico-me que tinha tentado apanhar o metro, mas que por meros instantes, o tinha perdido. O próximo apenas passaria daí a 12 minutos e que, apesar de ter pago a viagem do metro, decidiu sair e tentar apanhar o autocarro. Tivemos uma conversa de alguns minutos sobre o autocarro, o metro, os passes. Enfim, conversas de paragem de autocarro. Era já 00:50 quando o 202 da 00:30 apareceu. Entramos os dois e toda as pessoas que já desesperavam por ele. Acabamos por nos sentar um ao lado do outro e, na curto viagem entre o Largo Camões e Campolide, descobri que afinal não éramos assim tão estranhos um do outro. Vínhamos os dois da mesma zona, eu de Arganil e ela de Coimbra. Uma coincidência da vida bastante engraçada. Contei-lhe o porque de ser tão novo e estar a trabalhar, partilhamos algumas ideias sobre o ano de pausa, o facto de em Portugal sermos quase "obrigados" a terminar o secundário e a ingressar no ensino superior logo a seguir e como é difícil as pessoas aceitarem que queres parar um ano. Nisto perguntei-lhe o que é que ela estudava, ao que obtive a resposta de que tinha acabado o curso de Arquitetura em Setembro, Curso que tirou em Coimbra, onde sempre viveu e estudou. Constatamos o facto de que se acaba os cursos muito cedo na nossa vida, e que aos 23, idade média em Portugal em que acabas o curso já com o mestrado feito, não nos vemos a fazer aquilo que estudamos para o resto da vida. Uma verdade bastante real, por isso é que não tem mal nenhum parar um ano, perceber aquilo que se quer. Acabar o curso um ano mais velho que o normal não fará qualquer diferença a nível profissional, constatou a minha companheira de viagem.
        Estávamos a chegar ao destino da Tânia, para mim ainda nem a meio do caminho íamos. Despedimos-nos, agradecendo a companhia que tínhamos feito um ao outro. Ela desejou-me boa sorte, retorqui-lhe o mesmo. Tânia despediu-se com um " Até à próxima", ao qual respondi "Até à próxima, pois nunca sabemos quando nos vamos cruzar de novo". Ela saiu e eu segui viagem no meu 202 da 00:30 em mais um regresso a casa.

(Obrigado Tânia pela companhia e espero que não te importes por contar esta história. Se alguma vez leres isto, avisa)

About me

Loís Carvalho, 21 anos, Mundo. Existe um sem fim de sítios onde ir, pessoas por conhecer, vidas para viver, sonhos para alcançar, mundos por descobrir.

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