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Um Absurdo Sem Fim

21
Mai16

Rock in Rio'16

Loís Carvalho
Hey Pessoal,
 
                Como muitos devem saber, esta quinta-feira arrancou mais uma edição do festival RockIn Rio. Esta que já é a 7ª edição em solo nacional, contando com mais umas tantas em solo brasileiro, espanhol e americano. Um festival com 30 anos de história onde a juventude e a boa música emerge em cada passo que damos pelo parque da Bela Vista.
 
 

 
                Não pude estar presente no primeiro dia de festival, onde o “Boss”, Bruce Springsteen e os nossos Xutos tiveram o prazer de abrir este certame. Já ao dia 20 não poderia faltar. Todos os palcos apresentavam artistas para que fosse “O Dia”. Começando pelo palco Vodafone, onde bandas como Pista e Boogarins deram ao público um ótimo arranque para a festa que se iria perlongar até altas horas da madrugada. A banda que mais me surpreendeu ao pisar este palco, e desculpem-me as outras duas, foram os incríveis Sensible Soccers. Com a sua onda descontraída, num fim de tarde de um dia magnífico, céu mais azul que nunca,uma vista para Alvalade, um fino e a sua música foram as condições mais do que ideais para que tudo estivesse pronto para a abertura do palco mundo. Espero um dia poder assistir a um concerto, desta vez não no palco Vodafone, mas sim no palco mundo, lugar que não ficariam nada mal.
 
Fergie (Foto: Rita Carmo/Blitz)
                Fergie encheu a bela vista de sensualidade e foi bastante arrojada. Um concerto com trêsfases bastante demarcadas, começando na  pop - onde soaram  hits como “Fergilicious” e “Big Girls Don’tCry”-, seguindo-se o rock – com “Barracuda”, “Start Me Up” e ainda direito auma homenagem a Prince -. A atuação terminou transformando o vale da zona do palco Mundo numa autêntica discoteca ao ar livre, ouvindo-se temas de Black EyedPeas, num medley que levou o público português à loucura.
                Terminadoo concerto de Fergie, chegou até ao público português aquela que seria a grande surpresa da noite. É verdade que este já tinha provado que era um verdadeiro “Showman” e a sua atuação neste festival veio marcar essa sua posição no mundo do espectáculo.Estou a falar de Mika, este artista pop de origem libanesa que, apesar de não estar a passar nas rádios nos últimos tempos, ainda sabe contagiar um público difícil e arrebatar com todas a as espectativas. A cor, a energia, o brilho e aincrível voz de Mika foram os grandes atributos que fixaram quase todo o parque no palco Mundo, mesmo aqueles que não estavam com intenções de assistir a este concerto.
                 Depois de cantar o seu grande tema “Lollipop”, chamou ao palco dois convidados muito especiais para o povo português, neste caso pai e filho. Família que conheceu na noite anterior apenas, todavia sabia que seria incrível para o seu espectáculo. É então que toda a Bela Vista, diria Lisboa inteira e quem sabe o país, faz silêncio,apenas se ouvia o dedilhar da guitarra portuguesa e a voz de Mika. Entoando uma música que escreveu aos seus 16 anos, já um pouco embriagado, mas que apenas lhe faltava estar a cantar português para ser nossa, para ser o nosso Fado. Na mais humilde sinceridade de português que sou, senti que Mika sentiu aquele tão nosso sentimento enquanto entoava aquela música, aquela saudade. Ainda se arriscou em alguns versos de “Meu Fado, Meu fado” pelo qual recebeu uma grande ovação do público presente. No tema “Underwater” o parque da bela vista tornou-se um pequeno céu estrelado quando Mika pediu para que todos erguessem os seus telemóveis. Terminando o concerto ao som de “Love Today”, resgatando a artista Mariza dos bastidores e pedindo para que todo o público saltasse e dançasse uma última vez.
Mika (Foto: Agência Zero)
             
 Era chegada a grande hora e depois de meia hora de atraso lá apareceu a banda britânica Queen e Adam Lambert. Tal como Adam Lambert proferiu “Apenas existe um Freddie Mercury” e disso ninguém teve dúvidas. Apesar desta ser uma tarefa  arriscada e de o próprio o a reconhecer, Adam agradeceu ao público o facto de o deixarem ter o privilégio de realizar aquela homenagem ao grande Freddie. Uma verdade seja dita, Adam não é Freddie, nunca o será. Apesar da sua grande capacidade e ginástica vocal, para um verdadeiro fã de Queen, nunca será o mesmo, falta-lhe a alma, o fervilhar do sangue.
Bryan May (Foto: Rita Carmo/Blitz)
           Digamos que este concerto foi um concerto de homenagem e de celebração a Freddie Mercury e aos Queen, bem como uma viagem no tempo por grandes êxitos. Começando por “I want to Break Free”, passando por o momento o emocionante momento em que Brian May cantou a solo “Love of My Life” e encerrando o concerto com temas como “The Show Must Go On”, “Bohemian Rhapsody” “Under Pressure”, “We Will Rock You” e “We Are the Champions”.
Dj Vibe
 

             O palco Mundo podia ter terminado por aqui, mas do outro lado da colina a electrónica apenas estava aganhar folgo. Cheguei mesmo a tempo de assistir ao set do grande português DjVibe que soube animar o público, pôs toda gente a dançar e aqueceu o ambiente para o grande cabeça de cartaz daquele palco, o inglês Carl Cox. Se o ambientejá estava ao rubro, quando Cox subiu ao palco a multidão entrou em êxtase. Foidançar quase até ser de manhã. A energia, o espectáculo visual e a batida alucinante encerraram aquela que foi a noite no Rock In Rio’16.

Não podia faltar uma foto com o SAPO!

 

 
28
Abr16

Kevin, 22

Loís Carvalho
Hey Pessoal,
 
Depois de algum tempo de interregno, como é costume nas minhas publicações, volto ao trabalho. Desta vez para vos contar a história de alguém que conheci pelas ruas de Lisboa.
 
Era mais um dia para me perder por Lisboa, o sol e o calor já começavam a chegar e, então, decidi ir ao miradouro da Senhora do Monte para desfrutar da minha vista preferida da cidade. Lá encontrei o Kevin,à primeira vista talvez me passasse despercebido é verdade, mas com o decorrer do tempo fiquei colado ao seu trabalho. Para muitos, apenas mais um artista derua, para mim, um verdadeiro artista. Decidi meter conversa com ele para perceber como veio parar aquele local.
O Kevin é um artista espanhol, vindo de Vigo, na Galiza, com 22 anos e já meio mundo no bolso. Digamos que é um muralista sempre que pode, pois essa é a sua verdadeira paixão em termos artísticos, e um artista A4 e A3 quando tem de ser. É a primeira vez que pisa solo lisboeta, contudo, confidenciou-me que, apesar de sermos um pouco diferentes dos espanhóis, sente que os dois países têm mais em comum do que as pessoas imaginam. Uma das principais diferenças entre os dois povos é a abertura ao mundo. Os portugueses são pessoas muito abertas, aceitam a vida como é e pouco lhes importa o que os outros pensam sobre eles. Sabem viver e conviver com toda a gente, independentemente da sua origem ou escolhas.
Lisboa tornou-se uma cidade apaixonante para este rapaz, uma vez que adora viajar e esta consegue ser a casa de pessoas de todomundo. Denominou-a mesmo de “Lisboa Policultural”, onde todas as culturas estão presentes e misturadas em bom ambiente. Comentou que nunca o iria encontrar em sítios como chiado ou a baixa, pois esse tipo de aglomerado não são bem a sua onda, gosta de sítios mais amplos e Lisboa tem óptimos miradouros para tal.
Viajar é a sua vida, por vezes, como acontece em Portugal, consegue ficar em casa de amigos, contudo muitas das vezes que viaja por Espanha e pela Europa vai na sua furgoneta acompanhado pelo seu cão e esta passa a ser a sua humilde casa. Sair da sua zona de conforto enriquece-o, assim como o ajuda a crescer artística e criativamente. Raramente escolhe um destino,“deixa-se levar pela maré”, dando-lhe tempo para pensar e aproveitar os momentos que vive a solo. Por vezes encontra situações que nunca pensaria que existissem senão as tivesse vivido, como em Tenerife onde viu pessoas a viverem covas na praia num espécie de vida perdida pelo mundo ou em São Paulo, no Brasil, em que as crianças da favela vivem numa espécie de corda bamba todos os dias, entre a cadeia e a escola.
Depois de já ter passado quase uma hora de conversa, perguntei-lhe o que se via a fazer em 10 anos, uma pregunta da praxe, mas que muitas vezes a resposta é difícil de dar. No caso do Kevin, ele apenas quer estar satisfeito com aquilo que faz, poder ajudar os outros através da sua arte e pintar. Pintar murais pelo mundo com a ajuda das pessoas locais.

 

            Não consegui dizer um até já sem antes comprar um das suas obras de arte, que mudam o tema consoante a cidade onde se encontra, e saber que estará por Lisboa até julho. Quem sabese não o encontrarei por um outro miradouro de Lisboa, quem sabe se não encontrarei numa outra qualquer parte do mundo.






25
Nov15

De Lisboa à Eslovénia, passando pela Irlanda

Loís Carvalho
Hey Pessoal,


    Se se estão a perguntar se eu fiz uma viagem pela Europa deixem de perguntar, pois, infelizmente, isso não aconteceu. Não é necessário sair de Lisboa para dar a volta ao mundo em 8 horas. A diversidade cultura da nossa capital tem progredindo exponencialmente, tanto devido aos imigrantes, como aos estudantes de Erasmus. 
     Mais uma vez, a história de hoje passou-se numa noite, não depois do trabalho, mas sim, numa noite de diversão. Pela primeira vez na vida saí à noite sozinho, coisa que não me arrependo nada de ter feito. Aliás, é uma ótima razão para tentar fazer novos amigos e não nos sentirmos tão sozinhos. Depois de uma visita rápida a alguns bares no Bairro Alto, como "A Capela", que, desde já, recomendo uma visita quando passarem por Lisboa, desci até ao Cais do Sodré. Aí, encontrei um Irish Pub com música ao vivo, o O'Gilins. O O'Gilins é um típico Irish Pub onde a maioria dos clientes são estrangeiros, apesar dos portugueses começarem a apreciar este tipo de bares. Ao entrarmos no Pub somos transportados para a Irlanda como que por magia de um "leipreachán", sem nunca sairmos do Cais do Sodré. Todas as sextas e sábados oferece-nos pequenos e incríveis concertos de música irlandesa. Entre música, conversas e gargalhadas passaram-se duas horas de bom ambiente e disposição. Um Pub com imensa personalidade, simpatia, boa música, imensos tipos de cerveja. Espero um dia voltar, mais cedo, para puder desfrutar de um jantar pois, este Pub é também conhecido pela sua comida, fiquei eu a saber naquela noite.
      Quando o concerto acabou no O'Gilins, decidi que já estava na hora de ir para casa, pois trabalhava no dia  a seguir. Como costume, lá fui eu apanhar o meu 202, desta vez ali mesmo no Cais. Desta vez, tive o prazer de conhecer não uma, mas três raparigas super simpáticas, a Sara, a Veronika e a Tamara. Vêm da Eslovénia e, tal como muitos outros jovens, estão em Lisboa devido ao programa ERASMUS. Todas eles estudam sociologia  e escolheram o nosso país por ser o único que aceitava as três na mesma faculdade. Perguntei o que estavam a achar de Lisboa, já que a escolha tinha sido por aqueles motivos e não pela cidade em si. Tal como muitos outros, responderam-me que era uma cidade maravilhosa, muito bonita e barata em comparação com outras capitais europeias. Confidenciaram-me  que, ao contrário do que ouvem sobre Portugal, as pessoas têm sido um bocado rudes com elas, tanto nas lojas como no metro. Claro que tentei desculpar todos esses meus compatriotas, é normal que, por vezes, nos transportes públicos as pessoas estejam de mau humor, quer seja de manhã porque cedo, quer seja ao fim do dia depois de um dia de trabalho. 
            Depois de mais uns minutos de conversa, e já dentro do autocarro, houve outro assunto que veio à baila na conversa. O patriotismo, o tradicionalismo e o saudosismo  português. Estas três raparigas da Eslovénia vêem os portugueses  como um povo bastante patriota e agarrado à sua língua. Por diversas vezes já ouviram comentários típicos de um qualquer português, "Estás em Portugal, falas Português". Têm, mesmo, um professor na faculdade que as obriga a assistir às aulas em português, Talvez tenha a esperança que aprendamos português em seis meses só a ouvi-lo falar, disseram enquanto soltavam um gargalhada. Quem sabe, talvez se vocês falarem em eslovaco para ele durante seis meses ele aprenda também, retorqui na brincadeira. 

Aqui fica um video de um dos melhores momentos da noite no O'Gillins, onde podem (tentar) ver as a animação, pessoas a dançar nas mesas e a cantar. Desculpem a má qualidade do video, mas foi o possível.
06
Nov15

Um Absurdo Sem Fim, O Gap Year: Apresentação

Loís Carvalho
Hey pessoal, 

    Desde já sejam bem vindos ao meu blog "Um Absurdo Sem Fim, O Gap Year". Este blog serve, de certa maneira, para tentar informar as pessoas de algo não muito comum em Portugal, um Gap Year. Muitos denominam-no de ano sabático, pausa nos estudos, perguiça de ir para a universidade, ano de decisão, entre outras denominações. Simplesmente, consiste num ano de pausa nos estudos, sim, mas de crescimento e autoconhecimento. Um ano para tomarmos decisões por nós próprios, para aprendermos como funciona o mundo real, pois muitos de nós vivemos dependentes dos nossos pais durante 18 anos.   
     Muitos devem perguntar-se como é que vim parar a esta situação, mas digo-vos que foi bastante simples chegar aqui. Como qualquer jovem português, completei 3 anos de ensino secundário público português, na ESA ( Escola Secundária de Arganil), na área de ciências e tecnologias. Realizei os quatro exames obrigatórios, no meu caso física e química, biologia e geologia, matemática A e português. Acabei o secundário com uma média bastante boa, sendo que fui considerado um dos melhores alunos da escola. Por infortúnio do destino, quando me candidatei à universidade para o curso que sempre sonhei, medicina, por umas meras décimas não consegui entrar. Nem na 1ª fase, nem na 2ª fase e o desespero que foi aumentando chegou ao fim quando decidi que ia parar. Tenho 18 anos, uma vida pela frente, não é um ano de pausa que vai estragar a minha vida. Tomada a decisão de realizar está pausa, um Gap Year, comecei a pensar no que iria fazer. Fiz então uma lista de preocupações/prioridades :
- Dinheiro: Não queria viver este ano dependente de ninguém. Foi uma decisão minha de o ter, por isso teria de me desenrascar. Arranjar um emprego era uma prioridade muito grande, pois só assim conseguiria ter dinheiro e juntar algum para viajar. 
- Local: O sítio onde cresci e vivia não é muito grande, Arganil. Uma pequena vila do interior, onde, infelizmente, pouco mais que nada se passa. Teria de perceber para onde queria ir. Óbvio que pensei logo na hipótese de ir viver lá fora, mas para começar nada melhor que o nosso país, Portugal. Então a decisão ficou restrita entre a cidade de Coimbra e a nossa capital, Lisboa. Nesse momento ainda mais fácil foi de decidir, Coimbra iria lembrar-me todos os dias que não tinha entrado na universidade e que todos os meus colegas o tinham feito. Lisboa seria a minha próxima casa. 
- O que fazer?: Num ano de pausa não nos podemos resumir a mudar de cidade e trabalhar, existem diversas outras coisas que temos de aproveitar. Então, existem dois grandes focos para este ano: Cultura e Viagens. Aproveitar o máximo da cultura que Lisboa me pode dar, concertos, teatros, exposições, arte urbana, pessoas, cafés e afins e a possibilidade de realizar uma viagem no verão pela Europa. Esse sim é o objetivo final deste ano. Amealhar algum dinheiro para poder viajar por alguns países europeus no verão, mas isso é assunto para outra publicação.
- Escrita: Sempre amei escrever e este ano também quero dedicar algum tempo a essa atividade. É por esse motivo que algumas publicações que podes vir a encontrar neste blog sejam apenas textos que escrevi. 
     Depois de listadas as 4 grandes preocupações/prioridades/objetivos para este ano, meti mãos à obra. Convenci os meus pais a deixarem-me ir para Lisboa, que, apesar de não ter sido fácil, tornou-se um pouco fácil ao saberem que viria viver com o meu padrinho. Apartar desse momento só. Faltavam duas coisas, arrumar as minhas tralhas e pôr-me a caminho. Apó s três semana de vida em Lisboa, neste meu ano de pausa, dou início a este blog sobre o meu Gap Year, onde vos contarei as aventuras que terei, falarei dos sítios que visitarei, do trabalho, da cultura, da comida, alguns conselhos e as viagens que terei. 
      Obrigado por embarcarem nesta aventura comigo! 
                       Do vosso amigo, 
                                 Lois Carvalho 


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Loís Carvalho, 21 anos, Mundo. Existe um sem fim de sítios onde ir, pessoas por conhecer, vidas para viver, sonhos para alcançar, mundos por descobrir.

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