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Um Absurdo Sem Fim

07
Set16

Não tens medo?

Loís Carvalho

Não tens medo?

 

Hey Pessoal,

 

            A pergunta que mais vezes me fizeram nos últimos tempos quando falo do InterRail foi “Não tens/tiveste medo?”. O facto de ter viajado sozinho pela europa, sem um rumo propriamente traçado, sem nada planeado, apenas eu, o Sapo e uma mochila às costas espantou muitos dos que se cruzaram no meu caminho, tanto em viagem, como já em Portugal. Viajar sozinhos faz-nos entender muita coisa sobre nós próprio, o mundo e as pessoas que nele habitam. E por isso, esta publicação vai ser dedicada às coisas que aprendi nesta minha aventura europeia.

           

             Quase nunca estás sozinho

            Começando por desconstruir o mito número um de viajar sozinho, a verdade é que só estás sozinho quando realmente o desejas. Existe centenas de pessoas, para não dizer milhares, a viajar sozinhos e no mesmo sitio que tu. Quer sejam turistas ou locais, há sempre alguém com quem vais meter conversa e se vai tornar teu amigo durante algumas horas ou dias. Por vezes, acabas mesmo por conhecer uma cidade ou apenas beber uma cerveja num parque algures na companhia de um estranho, que deixou de ser assim tão estranho. Tive muitos momentos de solidão na nesta minha viagem, principalmente na parte das viagens de comboio por incrível que pareça contudo, guardo recordações de pessoas dos quatro cantos da europa e do mundo. Desde duas irmãs americanas, a um neo-zelândes, passando por coreanos, japoneses, tailandeses, indianos, canadianos, polacos, franceses, belgas, húngaros, checos, alemães, espanhóis e mexicanos. Não foi uma viagem pela Europa, foi um pouco pelo mundo também.

 

Sapo Estação.jpg

            Não há zona de conforto

            A ideia de zona de conforto que temos no nosso cantinho sossegados deixa de existir. Na realidade, a nossa zona de conforto torna-se tão grande que não percebemos que esta já não existe. Ao viajar sozinhos apercebemo-nos que somos capazes de fazer mais do que aquilo que realmente achávamos, principalmente se não levarmos nada programado. Saber que não há “ninguém” que te possa ajudar porque estás sozinho, torna-te mais responsável, atento e perspicaz. Gerires o orçamento da viagem, marcar dormidas, saber onde tens de ir, acabam por ser tarefas que te ensinam pequenos truques para a vida.

 

Enjoy the view

             Afinal ainda há fé na humanidade

            Muitas vezes achamos que o mundo está perdido, que apenas existem pessoas más e terríveis. E por vezes a vida encarrega-se de nos dar uma “lambada” e ensinar-nos que não é bem assim. É fácil encontrar pessoas que te queiram ajudar quando estás sozinho. É óbvio que algumas podem não ter as melhores intenções contudo, tens de aprender a perceber se podes confiar nelas ou não. No caminho para Cracóvia conheci um rapaz de Cracóvia que me levou da estação ao hostel onde iria ficar. Quanddo no fim queria pagar-lhe alguma coisa, tipo um café ou assim, apenas me respondeu “Não é preciso, apenas quero que as pessoas tenham uma boa ideia dos polacos”. Por vezes apenas temos de dar uma chance para o mundo nos surpreender.

 

            Segue o teu instinto

            Não planeies, não reserves com meses de antecedência, não entres em pânico, simplesmente liga o “descomplicometro” e aproveita. Se aquele bar não parece seguro, não vás. Se a achas a rua demasiado escura, procura outra. Aquela pessoa não parece de confiança, encontra outro alguém. Por vezes o instinto é o nosso melhor amigo.

 Make your own planes

             Vai onde queres e não olhes para onde não queres

            Uma das coisas que adorei nesta viagem foi o facto de ter o poder de decidir o que quero fazer. Estar apenas dependente de nós e dos nossos gostos torna a viagem muito mais interessante. Ninguém se vai queixar se quiseres ficar duas horas a olhar para um quadro num museu, nem se quiseres ficar sentado a ver o pôr-do-sol ou mesmo se quiseres estar um final de tarde num qualquer parque de uma cidade, deitado na relva a ler um livro. O tempo é teu amigo e tu és dono dele. Faz aquilo que mais te dá prazer e aproveita cada segundo.

 

Freedom

 

            Liberdade

            Muitos pensamos que vivemos uma vida livre mas, quando olhamos à nossa volta, percebemos que na realidade vivemos aquilo que esperam de nós. Viajar sozinho vai relembrar-te que tu tens na tua mão os caminhos que queres seguir. Ninguém pode decidir por ti e a essa prisão de expectativas em que vives tem uma chave, apenas tens de olhar para o teu próprio bolso e abrir a porta.

 

Sapo Europa.jpg

 

            Age como um local

            A verdade é que as pessoas só vão saber que és um turista se tu quiseres. Este foi um conselho que duas amigas americanas que conheci em Paris me deram. Não estás num grupo com guia, não precisas de andar sempre de mapa em punho, na realidade tens tudo para ser mais um na multidão. Não te atrapalhes, confia em ti, as pessoas só vão perceber quando tu falares inglês em vez da língua local. Em quase todos os países por onde passei tive esta experiencia e acreditem que nos torna mais felizes.

             

Be a local

 

 

             Simplesmente aproveita

            Podes ser quem tu quiseres durante a viajem, ninguém que te importe te poderá julgar. Aproveita cada segundo, cada sorriso, cada paisagem, cada rio, cada palácio, cada museu, cada pessoa que se cruza contigo, cada vez que te perdes numa cidade, cada beijo, cada noite e cada dia. Simplesmente aproveita-te. Aproveita para te conhecer e para perceberes o teu lugar no mundo. No fim, mesmo de depois de queres desistir ao 3º dia ou de te teres sentido sozinho um milhão de vezes, vais querer repetir a experiência que a solidão te trouxe. Vais querer sair à rua, numa cidade completamente estranha, com os fones nos ouvidos a ouvir aquela música que é tua naquele momento e vais largar um sorriso sem te aperceberes. Porque na realidade, estás a sentir que a vida finalmente te está a dar um verdadeiro momento só teu. Vais te sentir, (e desculpem a quote), infinito.

 

21
Mai16

Rock in Rio'16

Loís Carvalho
Hey Pessoal,
 
                Como muitos devem saber, esta quinta-feira arrancou mais uma edição do festival RockIn Rio. Esta que já é a 7ª edição em solo nacional, contando com mais umas tantas em solo brasileiro, espanhol e americano. Um festival com 30 anos de história onde a juventude e a boa música emerge em cada passo que damos pelo parque da Bela Vista.
 
 

 
                Não pude estar presente no primeiro dia de festival, onde o “Boss”, Bruce Springsteen e os nossos Xutos tiveram o prazer de abrir este certame. Já ao dia 20 não poderia faltar. Todos os palcos apresentavam artistas para que fosse “O Dia”. Começando pelo palco Vodafone, onde bandas como Pista e Boogarins deram ao público um ótimo arranque para a festa que se iria perlongar até altas horas da madrugada. A banda que mais me surpreendeu ao pisar este palco, e desculpem-me as outras duas, foram os incríveis Sensible Soccers. Com a sua onda descontraída, num fim de tarde de um dia magnífico, céu mais azul que nunca,uma vista para Alvalade, um fino e a sua música foram as condições mais do que ideais para que tudo estivesse pronto para a abertura do palco mundo. Espero um dia poder assistir a um concerto, desta vez não no palco Vodafone, mas sim no palco mundo, lugar que não ficariam nada mal.
 
Fergie (Foto: Rita Carmo/Blitz)
                Fergie encheu a bela vista de sensualidade e foi bastante arrojada. Um concerto com trêsfases bastante demarcadas, começando na  pop - onde soaram  hits como “Fergilicious” e “Big Girls Don’tCry”-, seguindo-se o rock – com “Barracuda”, “Start Me Up” e ainda direito auma homenagem a Prince -. A atuação terminou transformando o vale da zona do palco Mundo numa autêntica discoteca ao ar livre, ouvindo-se temas de Black EyedPeas, num medley que levou o público português à loucura.
                Terminadoo concerto de Fergie, chegou até ao público português aquela que seria a grande surpresa da noite. É verdade que este já tinha provado que era um verdadeiro “Showman” e a sua atuação neste festival veio marcar essa sua posição no mundo do espectáculo.Estou a falar de Mika, este artista pop de origem libanesa que, apesar de não estar a passar nas rádios nos últimos tempos, ainda sabe contagiar um público difícil e arrebatar com todas a as espectativas. A cor, a energia, o brilho e aincrível voz de Mika foram os grandes atributos que fixaram quase todo o parque no palco Mundo, mesmo aqueles que não estavam com intenções de assistir a este concerto.
                 Depois de cantar o seu grande tema “Lollipop”, chamou ao palco dois convidados muito especiais para o povo português, neste caso pai e filho. Família que conheceu na noite anterior apenas, todavia sabia que seria incrível para o seu espectáculo. É então que toda a Bela Vista, diria Lisboa inteira e quem sabe o país, faz silêncio,apenas se ouvia o dedilhar da guitarra portuguesa e a voz de Mika. Entoando uma música que escreveu aos seus 16 anos, já um pouco embriagado, mas que apenas lhe faltava estar a cantar português para ser nossa, para ser o nosso Fado. Na mais humilde sinceridade de português que sou, senti que Mika sentiu aquele tão nosso sentimento enquanto entoava aquela música, aquela saudade. Ainda se arriscou em alguns versos de “Meu Fado, Meu fado” pelo qual recebeu uma grande ovação do público presente. No tema “Underwater” o parque da bela vista tornou-se um pequeno céu estrelado quando Mika pediu para que todos erguessem os seus telemóveis. Terminando o concerto ao som de “Love Today”, resgatando a artista Mariza dos bastidores e pedindo para que todo o público saltasse e dançasse uma última vez.
Mika (Foto: Agência Zero)
             
 Era chegada a grande hora e depois de meia hora de atraso lá apareceu a banda britânica Queen e Adam Lambert. Tal como Adam Lambert proferiu “Apenas existe um Freddie Mercury” e disso ninguém teve dúvidas. Apesar desta ser uma tarefa  arriscada e de o próprio o a reconhecer, Adam agradeceu ao público o facto de o deixarem ter o privilégio de realizar aquela homenagem ao grande Freddie. Uma verdade seja dita, Adam não é Freddie, nunca o será. Apesar da sua grande capacidade e ginástica vocal, para um verdadeiro fã de Queen, nunca será o mesmo, falta-lhe a alma, o fervilhar do sangue.
Bryan May (Foto: Rita Carmo/Blitz)
           Digamos que este concerto foi um concerto de homenagem e de celebração a Freddie Mercury e aos Queen, bem como uma viagem no tempo por grandes êxitos. Começando por “I want to Break Free”, passando por o momento o emocionante momento em que Brian May cantou a solo “Love of My Life” e encerrando o concerto com temas como “The Show Must Go On”, “Bohemian Rhapsody” “Under Pressure”, “We Will Rock You” e “We Are the Champions”.
Dj Vibe
 

             O palco Mundo podia ter terminado por aqui, mas do outro lado da colina a electrónica apenas estava aganhar folgo. Cheguei mesmo a tempo de assistir ao set do grande português DjVibe que soube animar o público, pôs toda gente a dançar e aqueceu o ambiente para o grande cabeça de cartaz daquele palco, o inglês Carl Cox. Se o ambientejá estava ao rubro, quando Cox subiu ao palco a multidão entrou em êxtase. Foidançar quase até ser de manhã. A energia, o espectáculo visual e a batida alucinante encerraram aquela que foi a noite no Rock In Rio’16.

Não podia faltar uma foto com o SAPO!

 

 
28
Abr16

Kevin, 22

Loís Carvalho
Hey Pessoal,
 
Depois de algum tempo de interregno, como é costume nas minhas publicações, volto ao trabalho. Desta vez para vos contar a história de alguém que conheci pelas ruas de Lisboa.
 
Era mais um dia para me perder por Lisboa, o sol e o calor já começavam a chegar e, então, decidi ir ao miradouro da Senhora do Monte para desfrutar da minha vista preferida da cidade. Lá encontrei o Kevin,à primeira vista talvez me passasse despercebido é verdade, mas com o decorrer do tempo fiquei colado ao seu trabalho. Para muitos, apenas mais um artista derua, para mim, um verdadeiro artista. Decidi meter conversa com ele para perceber como veio parar aquele local.
O Kevin é um artista espanhol, vindo de Vigo, na Galiza, com 22 anos e já meio mundo no bolso. Digamos que é um muralista sempre que pode, pois essa é a sua verdadeira paixão em termos artísticos, e um artista A4 e A3 quando tem de ser. É a primeira vez que pisa solo lisboeta, contudo, confidenciou-me que, apesar de sermos um pouco diferentes dos espanhóis, sente que os dois países têm mais em comum do que as pessoas imaginam. Uma das principais diferenças entre os dois povos é a abertura ao mundo. Os portugueses são pessoas muito abertas, aceitam a vida como é e pouco lhes importa o que os outros pensam sobre eles. Sabem viver e conviver com toda a gente, independentemente da sua origem ou escolhas.
Lisboa tornou-se uma cidade apaixonante para este rapaz, uma vez que adora viajar e esta consegue ser a casa de pessoas de todomundo. Denominou-a mesmo de “Lisboa Policultural”, onde todas as culturas estão presentes e misturadas em bom ambiente. Comentou que nunca o iria encontrar em sítios como chiado ou a baixa, pois esse tipo de aglomerado não são bem a sua onda, gosta de sítios mais amplos e Lisboa tem óptimos miradouros para tal.
Viajar é a sua vida, por vezes, como acontece em Portugal, consegue ficar em casa de amigos, contudo muitas das vezes que viaja por Espanha e pela Europa vai na sua furgoneta acompanhado pelo seu cão e esta passa a ser a sua humilde casa. Sair da sua zona de conforto enriquece-o, assim como o ajuda a crescer artística e criativamente. Raramente escolhe um destino,“deixa-se levar pela maré”, dando-lhe tempo para pensar e aproveitar os momentos que vive a solo. Por vezes encontra situações que nunca pensaria que existissem senão as tivesse vivido, como em Tenerife onde viu pessoas a viverem covas na praia num espécie de vida perdida pelo mundo ou em São Paulo, no Brasil, em que as crianças da favela vivem numa espécie de corda bamba todos os dias, entre a cadeia e a escola.
Depois de já ter passado quase uma hora de conversa, perguntei-lhe o que se via a fazer em 10 anos, uma pregunta da praxe, mas que muitas vezes a resposta é difícil de dar. No caso do Kevin, ele apenas quer estar satisfeito com aquilo que faz, poder ajudar os outros através da sua arte e pintar. Pintar murais pelo mundo com a ajuda das pessoas locais.

 

            Não consegui dizer um até já sem antes comprar um das suas obras de arte, que mudam o tema consoante a cidade onde se encontra, e saber que estará por Lisboa até julho. Quem sabese não o encontrarei por um outro miradouro de Lisboa, quem sabe se não encontrarei numa outra qualquer parte do mundo.






16
Mar16

ModaLisboa Kiss

Loís Carvalho
Hey Pessoal,


           
No fim-de-semana passado tive a oportunidade de poder assistir à ModaLisboa FW16/17. Sendo a primeira vez que vou a este evento e a um evento deste tipo, posso afirmar que não me deixou nada arrependido. Vamos ser honestos, muitas das pessoas que vão a este evento apenas vão para se mostrar, para aparecer nas revistas e nos comentários televisivos. Anónimos, como eu, vão para perceber como funciona e para realmente puder observar o trabalho dos criadores portugueses.
LeMoKe
Comecemos pelo Wonder Room, uma pop-up store para cerca de 30 marcas nacionais em ascensão que esteve presente na Praça do Munícipio, durante todo o evento. Todas as marcas presentes têm assinatura portuguesae vão desde o calçado às roupas mais formais, passando pelo swimwear e eyewear.De todas as marcas que pude ver neste espaço destaco duas, uma de calçado, a LeMoKe e outra na vertente mais virada para os acessórios e roupa, DanielaPonto Final. Ambas se destacam pelas cores, materiais e o seu toque de inovação e loucura.
Daniela Ponto Final

            Durante a minha estadia no eventotive a oportunidade de ver dois desfiles, Alexandra Moura, que apelidaria de desafiadora, e Miguel Viera, o clássico.

 
Alexandra Moura surpreendeu-mepela mensagem que transmitiu no espectáculo que produziu. Apesar de não ser uma conhecida minha, gostei da maneira como arriscou e desafiou as leis da diferença de género e fez a plateia questionar-se o que é feminino e masculino,assim como, qual a influência que um género tem no outro.



Foto: Rui Vasco
Foto: Rui Vasco
Já no caso de Miguel Veira, um dos meus estilistas portugueses favoritos, a seguir a Nuno Gama, apostou em looks mais clássicos usando cores como azul, branco, amarelo e preto. O facto de usar laços nos seus modelos agradou-me imenso, pois sou apaixonado por esse acessório. Apostou em lenços para os homens, bastante trabalhados no geral.  
Foto: Rui Vasco

 

Foto:Rui Vasco

 

Deixo também uma avaliação positiva para a festa de encerramento, realizada no último dia, domingo dia 13,no Lux Frágil. Em que não faltou animação, gente gira e boa música.

 

            Agora já só resta esperar pela próxima edição da ModaLisboa, em Outubro, que nos trará astendências da Primavera/Verão de 2017.
Luís Borges
Raquel Strada



 

 
10
Fev16

Life Hacks

Loís Carvalho
Hey Pessoal,


                Já passaram cerca de 4meses desde que decidi embarcar nesta aventura de fazer um Gap Year. Não voudizer que foram 4 meses maravilhosos, como tudo na vida existem altos e baixos,momentos em que sabemos que tomámos a decisão certa e outros onde duvidamosdessas nossas decisões. Por vezes é complicado gerir o lado emocional daaventura, mas isso é um tema para outro post. Por já ter passado algum tempo desta loucura, decidi que seria uma óptima altura para partilhar com vocês algumasdicas. Bem, não são bem dicas, talvez ensinamentos a aplicar na nossa vida demodo a torna-la melhor e um pouco mais feliz.
               
          1ªDica: Sorri
          Sorriré o primeiro passo para a felicidade. Ao sorrirmos para outra pessoa podemosmelhorar o dia dela e, sem dúvida, melhorar o nosso. Sorri, para umdesconhecido na paragem de autocarro, sorri sozinho na rua, sorri para as pessoasque mais gostas. Vais ver que os dias começam a ter um brilho diferente.

                
            2ªDica: Quebra o gelo
Não esperes que a pessoa queestá sentada à vossa frente no café, um completo estranho, fale primeiro. Todosesperamos que as outras pessoas falem primeiro, é natural, o facto de pensarmoso que os outros nos vão achar loucos leva-nos a isso. Então sê louco, quebra ogelo, sorri e mete conversa. Por vezes a melhores surpresas acontecem emmomentos completamente loucos.
               
           3ªDica: Não programes a tua vida como se fosse algo imutável
         Temos tendência, como seres humanos que somosa programar tudo, cada bocadinho da nossa vida. O que vamos fazer, o que vamosdizer e até o que vamos pensar. Pára de programar. Improvisa. Se te apetecemudar, muda. Pensamos que temos de fazer a nossa vida tal e qual como osoutros. Secundário, Universidade, Trabalhar, Viajar, Casar, Viver e por aí emdiante. Mas porque não podes mudar? O que te impede de decidir que hoje vaistomar café com os teus amigos em vez de estudares? Vive um dia de cada vez, massempre com consciência do teu objectivo.
           
           4ªDica: Cria objectivos
Pensa sempre no por quê deestares a fazer algo, qual é o teu objectivo máximo com essa acção. Porexemplo, eu decidi parar um ano em vez de ir para outro curso, tenho de estudarpara melhorar um exame e para isso tenho de estudar. O meu objectivo não éestudar nem entrar em medicina, é liderar uma equipa de cirurgiões no futuro.
               
             5ªDica:Sonha!
 Independentemente da tua idade, sonha. Sonharé algo que não nos faz desistir das nossas vidas. É algo intrínseco ao serhumano e nunca penses que és velho demais para sonhares. Podemos concretizar osnossos sonhos quer tenhamos 18, como 98. Nunca penses que são coisasimpossíveis. E não te esqueças, sonhar é gratuito, não paga imposto e melhora arealidade durante alguns momentos.

6ºDica: Aproveita o momento
Existem momentos que vivemos quejamais se irão repetir, quer seja pelas pessoas que lá estavam, pelo sítio,pelo dia, por ti, pela emoção. Aproveita cada momento desses. Todos sabemos aque momentos me refiro, àqueles em que tu sentes que és “infinito” (Desculpem areferência ao The Perks of Being a Wallflower, porém são esses momentos queestou a falar). Grava-os para ti, na tua mente e aproveita-os, não se irão repetirda mesma maneira.

7ªDica: Arrisca
Temos sempre tendência amantermo-nos na nossa pequena bolha da sociedade, a nossa zona de conforto.Arrisca-te a sair dela, rebenta a bolha e conhece o mundo. Vais ver que afinalo mundo lá fora tem algo mais que tu não conhecias.

8ªDica: Perde-te
Quer seja na tua cidade, numlivro, em outra pessoa, nos olhos de um estranho, em ti. Mas promete-me que tevais perder. Perderes-te numa cidade é a melhor maneira de a conheceres e issotranspõe-se para todos os outros exemplos. Contudo muito cuidado, mesmo perdidoarranja maneira de encontrares um caminho.

9ªDica: Diz às pessoas o quantogostas delas
Apesar de ser um cliché, é uma realidade bastante dura.Dizemos muito poucas vezes às pessoas o quanto gostamos delas e, embora achemosque elas o sabem, esta acção tem um poder incrível. Eu era uma pessoa queafirmava não saber o que era saudade, todavia aprendi o que é sentir falta dealguém e nunca lhe ter dito o quanto gostava dela.

10ªDica, a última: Não ligues aoque os outros pensam
Decide por ti e não por aquiloque os outros vão pensar de ti. Vive por ti e não pelos outros. Por vezes écomplicado, não vou dizer que não é. Mas, serás feliz a viver a vida de outro?Se te apetecer fazer um gap year mas os teus pais não acham piada, não tepreocupes. São teus pais, é normal. Querem o melhor para ti, um dia irãoentender. Tu cresceste e eles não querem que isso tenha acontecido, irãoperceber e apoiar-te incondicionalmente.


06
Fev16

The George

Loís Carvalho
 Hey Pessoal,


                Apesarda minha paragem aqui, a minha vida como gapper não tem parado. Trabalho todosos dias, comecei a estudar para o único exame que vou fazer e tenho aproveitadopara conhecer alguns restaurantes e cafés que existem pela nossa capital.Normalmente, como já devem ter reparado, procuro aqueles que me possamproporcionar experiências gastronómicas um pouco diferentes das portuguesas.Desta vez, depois da Foccacia in Giro, apresento-vos o The George.  
                OThe George, um pub bastante intimista localizado no coração da vida lisboeta,surpreende-nos logo com o seu ar sóbrio, contudo bastante requintado. Oconjunto de arcarias pombalinas misturadas com referências à cidade de Londrese ao Reino Unido, transportam-nos para uma realidade paralela onde podíamosimaginar o Marquês de Pombal a saborear uma Carling ou uma London Pride. Eu,como apaixonado pela UK que sou, deliciei-me só de entrar naquele lugar. Foirecebido por um empregado bastante simpático que me acompanhou até a uma dasmesas corridas que existem no bar. Há também a opção de ficar em sofás epoltronas, mas estavam todos reservados naquela noite.
   
Ovo Benedict
     Apósuma leitura atenta à ementa bastante adequado à temática do bar, decidi pediruns ovos benedict, para entrada, e uma sandes club como prato principal. Paraacompanhar, como não podia deixar de ser, uma cerveja Carling, algo bastantebritânico, muito menos alcoólica que a cerveja portuguesa, porém bastanteagradável na mesma. Não demorou muito até me ser servido o ovo benedict numapedra de xisto, onde o empratamento era incrível. Ao dar a primeira garfada omeu paladar juntou-se à minha imaginação numa viagem pelos tradicionais pratosingleses. O molho holandês que acompanha este prato faz a ligação perfeitaentre o ovo no ponto e o muffin estaladiço. Uma combinação perfeita entre ovo,salmão fumado, queijo cheddar e molho holandês fazem-me dar nota 11 numa escalade 0/10 a este prato. 
Sandes Club
Terminada a entrada, era tempode receber o meu prato principal, que, apesar de ser uma sandes, não deixa nadaa desejar. Ao primeiro olhar percebemos que não se trata de um pão qualquer,mas sim de pão brioche. Por si só vale alguns pontos extras, a meu ver. Maisuma vez, a apresentação do prato é um ponto forte. Era possível distinguir cadaingrediente que compunha a sandes. O frango grelhado no ponto, a frescura daalface e do tomate e mais uma vez o molho faziam o sabor desta sandes ser debradar aos céus. As batatas fritas ou chips, como vinha no menu, são um toquemuito agradável.
Faltava apenas mais uma faseneste meu jantar britânico, a sobremesa. Pedi uma tarte de maçã com gelado demaçã reineta. O sabor desta confecção era bastante encantador, apesar da faltade ligação entre as maçãs e a massa da tarte. O gelado de maçã reineta valiapor toda a sobremesa. Pensei que teria de assaltar a cozinha num outro dia parapoder deliciar-me com mais umas quantas colheres deste incrível gelado.
Tarte de maçã com gelado de maçã reineta
Após a refeição e com a bebidano fim, decidi pedir uma sugestão ao empregado simpático que me atendeu duranteo jantar para mais uma cerveja. Pedindo-lhe apenas que me trouxesse algosurpreendente. Foi-me trazido uma Bavaria Weiss de 1927, uma reserva deselecção da Super Bock.

                OGeorge é, usualmente, palco de pequenos concertos que acompanham o jantar e anoite de quem quiser ali permanecer. Celebrou muito recentemente o seu 1º aniversárioe acredito que celebrará muitos mais para que traga o melhor da culturabritânica à nossa capital.


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Morada
Rua do Crucifixo 58, Chiado, Lisboa
Telef. +351 213 460 596

08
Jan16

Focaccia in Giro

Loís Carvalho





Photo by: @mandybollegraf


Hey Pessoal,

 
    Ainda antes do Natal fui fazer uma visita a mais um restaurante de Lisboa, peço desculpa só publicar agora o meu "review" mas o trabalho, o natal e o fim de ano deram cabo de mim. Como já devem ter percebido, sou um apaixonado por velharias, aquilo que agora chamamos de vintage stuff, e em Lisboa existe um sítio perfeito para pessoas como eu. A feira da ladra do campo de Santa Clara. Foi numa das minhas visitas a essa feira que encontrei um pequeno restaurante/taberna italiana mas com um ar bastante português. 
       Focaccia in Giro é o nome da tal taberna italiana que começa logo por nos surpreender com a sua decoração. A garagem onde se localiza parece um pouco de Itália trazida para Portugal e misturada com a nossa cultura. Esta decoração vintage italiana contrasta com os tampos das mesas forrados a azulejos bastante portugueses. Após este primeiro deslumbramento, encontrei empregados bastante simpáticos e uma pequena carrinha fazer de balcão. Na realidade, não percebia muito bem o que se comia ali, mas foi tentando descobrir o que realmente era uma Focaccia. 
       Como entrada pedi uma Bruchetta caprese, tomate e mozarella, de entre as quatro existentes, escolhi depois um Focaccia Prosciuto, presunto  de parma, philadelfia e rúcula e acompanhei tudo isto com um sumo natural de hibisco e gengibre. Uma focaccia na realidade é uma sandes divinal num pão um pouco diferente ao que estamos habituados em Portugal. 

       À primeira trinca que dei na minha Focaccia senti-me transportado para uma pequena aldeia cheia de casas junto ao mediterrâneo tal como vemos nos filmes italianos. Tudo o que é produzido neste restaurante é feito com produtos portugueses e italianos, sempre seguindo os ensinamentos da avó Giovanna. Como sobremesa das variadas opções apresentadas, é quase óbvio que pedi a mais italiana do menu, um canolo siciliano. Feito com queijo e chocolate envolvidos numa massa estaladiça e perfeita.  A vontade de comer outro deu-se logo em mim, mas tive de resistir à  tentação pois acho que não seria só mais um.  
          A Focaccia in Giro começou num negócio sobre rodas, que durante os meses mais quentes percorre a cidade de Lisboa e tem esta pequena garagem italiana no Campo de Santa Clara aberta de Terça a Domingo das 9:00 às 18:00, tendo ao fim de semana também uma deliciosa opção de pequeno almoço.
          Lisboa tem desta pequenas viagens todos os dias se soubermos aproveitá-las

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06
Jan16

2015, o ano em que fui diferente

Loís Carvalho




      Hey Pessoal,




     2015 foi um ano em cheio, muito mudou na minha vida e disso não tenho a menor dúvida. Foi o ano em que acabei o secundário, o ano em que não entrei na faculdade, o ano em que decidi ser diferente e ariscar tudo o que não tinha, pois nada mais havia a perder. Apesar desta pequena pausa de estudos ainda ter poucos meses, não me arrependo nada de a ter feito. 
     Tenho percebido como o mundo real funciona, o mundo do trabalho e das pessoas "realmente" adultas. Enquanto estudamos, vivemos numa pequena e muito nossa bolha da realidade onde o mundo real é apaziguado por aqueles que nos educam, pais, família e professores. Vivemos num mundo de amigos, onde a nossa maior preocupação não é se haverá dinheiro que chegue para pagar as contas, mas sim, lamentarmo-nos sobre o facto de termos de estudar. É tão engraçado agora olhar para trás e perceber o que as pessoas "realmente" adultas nos queriam dizer com "Aproveita enquanto estudas, quando trabalhares não é assim". A realidade é mesmo essa, os lamentos, as horas de procrastinação, as moscas que vigiámos em vez de estudarmos filosofia e as imensas férias que temos durante o ano, são coisas da imaginação de um passado glorioso e descansado. Não tiro o mérito a quem estuda, pois espero no próximo ano estar a fazer o mesmo, contudo  acredito que não damos o devido valor aos nossos tempos de estudante. 
          Estes últimos dois meses têm-me mostrado que o mundo é feroz e frio na grande maioria das vezes, mas, por vezes, também no aquece a alma e surpreende. Há momentos de brincadeira, de alegria, de diversão que nos fazem esquecer todas as chapadas que levamos constantemente. Muitas vezes, basta um sorriso da pessoa do lado na paragem do autocarro  para que o dia fique melhor. Outras vezes, um abraço forte de alguém que se tornou amigo. 
        2016 será um ano tão revolucionário como 2015 foi para mim, será o ano de novos projetos, alguns já a caminho, novas descobertas, viagens (pois tenho trabalhado muito para isso), Uma nova vida após aprender a viver e, se tudo correr bem, será o ano em que volto aos estudos.
        Não diria que tenha sido perfeito até agora e que não gostaria de mudar algumas coisas, todavia, a vida não é fácil. O que não quer dizer que me arrependa do que fiz até agora, das horas que trabalhei, dos minutos que me diverti, de todos os segundos que sorri e chorei. Por vezes temos de percorrer o caminho maior para podermos dar importância a pequenas coisas da vida. Por vezes é mais fácil dizer que sim, em vez de não, só custa dizer não a primeira vez. Não basta ser diferentes apenas na maneira de vestir ou de pensar, são as atitudes que têm de ser diferentes. És tu quem tem de ser diferente.

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Loís Carvalho, 21 anos, Mundo. Existe um sem fim de sítios onde ir, pessoas por conhecer, vidas para viver, sonhos para alcançar, mundos por descobrir.

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