Portugal, a Europa é nossa!
Hey Pessoal,
Domingo foi, e repetindo o já dito por muitos, o Dia de Portugal. Só venho escrever-vos sobre isto três dias depois porque só agora a euforia começa a assentar. 10 Julho ficará para sempre na memória de todos os portugueses. Não exageraria, como muitos fizeram, dizendo que Portugal se cumpriu, pois na realidade falta muito para que isso possa ser uma verdade tal como Fernando Pessoa o desejava. Diria mais que existem mais seis razões que deviam orgulhar e “encher o peito” de todos os que são ou descendem daquele canto à beira mar plantado esquecido da Europa.
Começámos em Amesterdão, no europeu de atletismo onde arrecadámos 2 medalhas de ouro, (Triplo Salto pela Patrícia Mamona e Meia Maratona pela Sara Moreira), 1 medalha de prata (10000 metros pela Dulce Félix), e 2 medalhas de bronze (Meia Maratona pela Jéssica Augusto e Lançamento do Peso pelo Tsanko Arnaudov). Dando assim, mais uma vez, provas à europa que em Portugal também há bons atletas.
Para fechar em grande um dia que já estava a ser incrível, mostrámos à Europa que a determinação, a garra, a persistência e a união são os factores essenciais para fazer funcionar uma nação e uma selecção. Por mais estranho que isto me soe e, infelizmente, não pude dizer isto à 12 anos atrás, somos campões europeus de futebol. Quem me conhece sabe muito bem que não sou apaixonado por futebol apesar de este ser o desporto rei em Portugal. Mas, a verdade, é que me orgulho deste feito realizado pela nossa selecção.
Vamos ser sinceros, no início deste torneio ninguém acreditava, ninguém achava possível que Portugal se sagrasse campeão. Nem mesmo nós portugueses achávamos possível. Empate atrás de empate. Não estávamos sequer perto de ser favoritos. Contudo, existe sempre algo dentro dos portugueses que me fascina. Aquela ideia de que, se calhar, ainda lá chegamos. E chegámos mesmo. Chegámos a uma final frente a um gigante, um país onde fomos denominados de nojentos, com jogo sujo e onde o autocarro para a volta dos campeões já estava feito, pois acham impossível perder com Portugal.
A verdade, é que perderam mesmo. O que me orgulha ainda mais de ser português neste momento foram esses pormenores que nos levaram a ser campeões. Não acreditávamos, fomos humildes e pela primeira vez na vida não festejámos antes das coisas realmente acontecerem. Acreditámos naqueles onze jogadores que estavam em campo a darem tudo por uma nação. Não foram os grandes que brilharam, foram os pequenos, aqueles que ainda têm muito a dar ao seu país e puderam brilhar mais do que alguém alguma vez pensou. Os patinhos feios são sempre surpreendentes quando se transformam em cisnes.
Portugal parou e esta semana será uma semana inteira de festa, disso tenho a certeza. Há 12 anos atrás podíamos ter festejado em casa, mas fizemo-lo na mesma. Fizemo-lo na segunda cidade com mais portugueses no mundo, Paris. As celebrações correram os quatro cantos do mundo. Senti isso na própria pele quando ontem, segunda-feira, pela manhã abri o jornal de Toronto e vi a selecção portuguesa a ser cada da parte desportiva. Senti isso quando vi as bandeiras hasteadas um pouco por todo lado.
Portugal conquistou uma Europa que há muito pensou que Portugal já não estava lá.
Obrigado Portugal!